Por determinação do calendário, no nosso país, o primeiro domingo de maio é considerado o ‘dia da mãe’.
Atendendo
à importância e significado desta celebração humano-cultural, a Comissão
Episcopal do laicado e da família fez publicar uma nota pastoral, da qual vamos
respigar alguns aspetos, inserindo, pela nossa parte, outras inquietações,
propostas e desafios.
* ‘As mães sabem que não basta dar filhos ao
mundo, mas é preciso também dar um mundo aos filhos. Um mundo cheio de valores,
de esperança e sonhos’.
A graça - e até a graciosidade - de ser mãe manifesta-se em tantos pormenores
que, tantas e múltiplas vezes, se tornam pormaiores porque feitos, vividos e
sentidos com o coração.
Àqueles que ainda têm mãe viva não menosprezem os gestos de encanto - mesmo que
subtis - das vossas mães. Depois já poderá ser tarde...
* ‘As mães sabem que ser mãe não é ter, é ser. Ser-se quem se é nos filhos e pelos filhos. As mães são aquelas que amam antes de serem amadas. São aquelas que respondem antes de serem chamadas. São aquelas que beijam antes de serem beijadas. São aquelas que correm para o abraço esquecendo o cansaço. Como ninguém, as mães são capazes de se doar, de perdoar, de compreender, de aceitar e não julgar’.
De facto, as mães fazem tudo pela conjugação do verbo na forma ativa e quase
nunca na passiva: amam, respondem, beijam, correm, perdoam, compreendem,
aceitam,,, para o fruto das suas entranhas.
* ‘Nenhuma mãe tem em si todas as
qualidades humanas e, menos ainda, vive sem erros, mas, apesar de tudo, abraça
os filhos tal como são, por poucas qualidades que tenham, por maiores que sejam
os seus erros. Uma mãe perdoa sempre. Ainda que de coração sacrificado, prefere
pensar que a culpa é sua e não de quem, por vezes, assim a crucifica’.
Dá a impressão que a mãe peca sempre por exagero, quando tudo desculpa e quase
se sente culpada por não ser ‘a’ melhor mãe. Por certo uma mulher só apreciará
o que é ‘ser mãe’, quando ela mesma se torna mãe. Aí radica a força que lhe vem
de ser mais do que de parecer...
* ‘A mãe ensina os filhos a serem mais
fortes que os medos, não tanto através de discursos inspirados, mas pela
grandeza e humildade do seu exemplo. É capaz de lhes oferecer o mar com um só
sorriso e a vida inteira com uma só lágrima, que não será mais que uma gota do
imenso mar do seu amor’.
Esse jeito de ser mãe pode aprender-se, mas está gravado no ser mais profundo
de qualquer mãe. Talvez, por isso, não se ouse pagar o papel de mãe. Pode-lo-á
ser enquanto pessoa que está em casa e não tem trabalho remunerado, mas a
função de ser mãe é isso mesmo: missão, que não tem preço nem precisa de ser
quantificado, pois emerge do coração.
* ‘Neste tempo de incerteza, confiamos as
mães a Maria, que é a mãe de todas as mães. Recordamos as mães que deram à luz
durante a pandemia, mães que perderam o emprego ou rendimentos, mães que
perderam filhos e estão de luto, mães que lutaram e lutam pela saúde da sua
família, mães cuidadoras de idosos e de pessoas com deficiência’.
Indubitavelmente o ‘dom da maternidade’ é um dos mais altos da divinização dos
humanos, pois Deus tem coração de mãe nas mães da terra. Deus não perdeu tempo
com discursos sobre a ternura, derramou-a nas mães. Deus não quis ser teórico
nas coisas do coração, fez-Se presença na mães. Deus não andou fora para
revelar a felicidade, derramou-a nas mães...
* ‘Ser mãe é ser feliz somente por ser
mãe. Ser mãe é ser amor e amor que ninguém esquece, mas que sempre se agradece’.
Com seria frio o mundo - e é-o cada vez mais visivelmente - se acabasse a
maternidade - também na dimensão psicológica e espiritual - com dom, como
vocação e como ministério...mesmo na Igreja.
Obrigado minha mãe...
tendo já partido para Deus!
António Sílvio Couto
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