Tem sido o maior dilema destes tempos mais recentes, designados de pandemia: como equilibrar as componentes saúde com economia e esta com aquela. Os dois confinamentos e os mais de dez ‘estados de emergência’ não conseguiram ainda esclarecer-nos sobre qual das vertentes se pode sobrepor uma à outra ou, pior ainda, se uma pode sobreviver sem a outra.
Claramente
saúde e economia não se excluem, antes se complementam ou se devem conjugar e,
sobretudo, precisamos de uma economia saudável. Ora, parece que é aqui que as
coisas se complicam, no caso português, mais dependente das ajudas do
estrangeiro e pouco com produção autónoma, seja na forma como no conteúdo, isto
é, depois de nos terem ‘pago’ para não produzir, habituamo-nos a ter de tudo
nos supermercados – como se fossemos ricos – deixando os nossos meios e bens de
produção ao desmazelo ou à improdutividade… Decorridas três décadas de
acomodação àquilo que a Europa – dita trabalhadora, produtiva e concorrencial –
nos quis impingir, julgávamos que o ‘sol da nossa simpatia’ bastaria para
gozarmos com os recursos dos visitantes… Fechada a torneira do afluxo
turístico, entramos num descalabro ainda imprevisível… sem sabermos trabalhar a
terra, incapazes de ter algo de próprio e à mercê do que nos quiserem dar em
esmola!
Não está,
minimamente, em causa a dedicação quase-sobre-humana dos profissionais de
saúde, que, nesta fase de pandemia, deram o que tinham e algo bem mais profundo
do que seriam capazes. Contesto, sim, a propaganda de certas forças
estatizantes, que querem impor a tudo e a todos algo nefasto e
contraproducente: só o que tem o rótulo de estatal é que é bom e/ou merece
confiança.
Segundo
dados mais ou menos fiáveis – foram recolhidos em consulta em organismos
oficiais – há, em Portugal, duzentos e vinte e cinco hospitais, sendo destes cento
e catorze privados. Perante tais verificações torna-se essencial questionar a
‘perseguição’ que certas forças marxistas-trotskistas têm em curso, a quem não
se reduz a ser o que eles/elas desejam que todos sejam, pois não os conseguirão
manipular como anseiam… ferozmente.
Em vez
de ser criado um ‘sistema’ de conjugação entre os vários intervenientes,
prefere-se um ‘serviço’ de exclusão pretensamente barato ou gratuito, simplista
e até mal pago. Esse costuma ser o método usado pelos totalitários onde só eles
têm razão e fora deles não se vislumbra solução. Ainda não aprenderam a
respeitar a iniciativa privada e a capacidade de escolha dos cidadãos e a não
sermos obrigados a viver no militarismo (ou será militantismo?) de
pensamento-único.
António Sílvio Couto
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