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quinta-feira, 11 de fevereiro de 2021

Quaresma 2021- significado e vivência


 «A tentação de Jesus manifesta a maneira própria de o Filho de Deus ser Messias, ao contrário da que Lhe propõe Satanás e que os homens desejam atribuir-Lhe. Foi por isso que Cristo venceu o Tentador, por nós: «Nós não temos um sumo-sacerdote incapaz de se compadecer das nossas fraquezas; temos um, que possui a experiência de todas as provações, tal como nós, com exceção do pecado» (Hb 4, 15). Todos os anos, pelos quarenta dias da Grande Quaresma, a Igreja une-se ao mistério de Jesus no deserto» - Catecismo da Igreja Católica, n.º 540.

‘Quaresma’ vem da 40, isto é, faz-nos recordar e memorizar os 40 anos de peregrinação do povo de Israel pelo deserto, os 40 dias que Moisés e Elias passaram em oração antes de iniciarem, respetivamente, o seu ministério e também os 40 dias que Jesus jejuou no deserto, após o batismo.

40 dias é a contagem de tempo que une a 4.ª feira de Cinzas com o domingo de Ramos.
Eis uma pequena ressonância dos domingos da Quaresma deste ‘Ano B’:
1.º – Todos os vossos caminhos, Senhor, são amor e verdade;
2.º – Andarei na presença do Senhor sobre a terra dos vivos;
3.º – Senhor, Vós tendes palavras de vida eterna;
4.º – Se eu não me lembrar de ti, Jerusalém, fique presa a minha língua;
5.º – Dai-me, Senhor, um coração puro.

Sinais da caminhada
Os tempos e os dias de penitência ao longo do ano litúrgico (o tempo da quaresma, cada sexta-feira em memória da morte do Senhor) são momentos fortes da prática penitencial da Igreja. Esses tempos são particularmente apropriados aos exercícios espirituais, às liturgias penitenciais, às peregrinações em sinal de penitência, às privações voluntárias como o jejum e a esmola, à partilha fraterna (obras de caridade e missionárias) - Catecismo da Igreja Católica, n.º 1438.
A caminhada da Quaresma tem diversos sinais, uns mais tradicionais e outros que podem ser um tanto inovadores; uns de âmbito interior e outros de expressão mais exterior; alguns de natureza pessoal e outros mais de expressão comunitária.
- Aspetos mais pessoais: conversão/oração, penitência, jejum - apresentados logo na liturgia da 4.ª feira de Cinzas - Mt 6, 1-6.16-18; o recurso ao sacramento da penitência (confissão) e, claramente, a vivência da eucaristia de domingo e, se possível, à semana...
- Momentos (celebrações) comunitários: desde logo de formação na fé e no compromisso (como retiros, recoleções e tempos de silêncio), celebrações penitenciais (preparatórias da celebração do sacramento da penitência), via-sacra (sobretudo à 6.ª feira, em consonância com a Paixão de Jesus), procissões penitenciais (ou alusivas ao Senhor dos Passos), renúncia quaresmal (na linha das propostas da diocese), partilha com os outros (dando novo significado ao jejum)...
Precisamos de ser inventivos no amor a Jesus. Cada um poderá e deverá encontrar a sua forma e tempo de oração, arranjar algum espaço apropriado e com sinais alusivos à dinâmica quaresmal com uma cruz, a Bíblia, uma vela e algo que possa ajudar a vivenciar o tempo diário de oração.

 

Nota

Atendendo ao estado de confinamento em que nos encontramos e deve prosseguir durante o tempo da Quaresma deste ano, poderemos ter de vivenciar muitas destas propostas em condição mais pessoal/familiar do que em tempo comunitário… Assim não deixemos de viver este tempo de graça.

 

António Sílvio Couto

 

 

 

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