Ao designarmos cristãmente este dia de ‘epifania’ o
que queremos, de facto, dizer?
‘Epifania’ significa ‘manifestação, revelação’, sendo esse momento em que Jesus se revelou aos gentios, isto é, aqueles que não faziam parte do povo de Deus, do povo de Israel.
Vulgarmente se diz que celebramos, a 6 de janeiro, ‘os reis’, como se os ‘magos que vieram do Oriente’ fossem alguns reis ou aparentados com isso. A narrativa de Mt 2,1-12 apresenta-nos uns tais ‘magos’, que se apresentaram em Jerusalém em busca dum rei que tinha nascido, mas eles não se apresentavam com tal epíteto.
À boa maneira ocidental logo se quis dar nome aos ditos ‘magos’, criando com isso uma função a cada um dos que ofereceram os presentes trazidos ao Menino. Melchior, Baltasar e Gaspar foram identificados já tarde na tradição religiosa cristã e no contexto da Idade Média… atribuindo a cada a entrega dum presente a Jesus: ouro – Ele é rei; incenso – Ele é Deus; mirra – Ele é humano, pois a mirra era usada na arte de embalsamar os corpos após a morte…
Quando vemos certas manifestações folclóricas à volta deste dia – normalmente fixado a 6 de janeiro – não se estará (mais uma vez) a tirar proveito das coisas religiosas para o nosso mundo tantas vezes sem Deus? Os presentes dados e recebidos não serão mais interesseiros e menos despojados de cariz materialista?
Se atendermos à antífona do magnificat das vésperas da solenidade da Epifania diz-se – recordamos neste dia três mistérios: hoje a estrela guiou os Magos ao presépio; hoje, nas bodas de Caná, a água foi mudada em vinho; hoje, no rio Jordão, Cristo quis ser batizado para nos salvar.
Temos, assim, que na celebração da Epifania somos chamados a contemplar três momentos de revelação de Jesus: aos magos (gentios), aos judeus no batismo e aos discípulos, nas bodas em Caná.
= Qual foi a linguagem que usaram os ‘magos’ para se entenderem com Jesus e Maria, na visita ao presépio? Sendo de nações diferentes e com culturas diversas, como terão ‘falado’ uns com os outros? As palavras trocadas entre eles foram captadas numa linguagem humana ou no sentido das coisas divinas?
Dado que estamos nos primórdios do cristianismo e em que os sinais carismáticos estão muitos vivos, muito presentes (sensíveis e audíveis) na comunidade dos irmãos, talvez não seja difícil de caraterizar com algum canto em línguas – essa linguagem dos pequeninos em Deus – que, duma forma tão simbólica, representam os ‘magos vindos do Oriente’. Eles foram em busca de Jesus e ao encontrá-Lo terão ficado radiantes de alegria, exprimindo-se duma forma simples, sincera e humilde. Com efeito, é isso mesmo que se pretende com a celebração da ‘epifania’ do Senhor: desmontar a complexidade duma religião que estava ao sabor mais das leis e preceitos do que servindo o Deus verdadeiro.
Também nós, hoje, precisamos de desmontar alguns artifícios religiosos, que se vão acumulando na vivência dalguma liturgia, mais saudosista doutros tempos e menos atenta aos sinais dos nossos tempos. Tal como os ‘magos’ precisamos de sair das nossas certezas de fé para entramos na aventura da esperança, segundo o Espírito Santo. Tal como os ‘magos’ é chegada a hora de abrir os nossos tesouros e de oferecermos a Jesus os presentes que Ele espera e precisa.
Queira Deus que, na condução do Espírito Santo, vivamos a epifania deste ano de forma nova e renovada na Igreja católica.
‘Epifania’ significa ‘manifestação, revelação’, sendo esse momento em que Jesus se revelou aos gentios, isto é, aqueles que não faziam parte do povo de Deus, do povo de Israel.
Vulgarmente se diz que celebramos, a 6 de janeiro, ‘os reis’, como se os ‘magos que vieram do Oriente’ fossem alguns reis ou aparentados com isso. A narrativa de Mt 2,1-12 apresenta-nos uns tais ‘magos’, que se apresentaram em Jerusalém em busca dum rei que tinha nascido, mas eles não se apresentavam com tal epíteto.
À boa maneira ocidental logo se quis dar nome aos ditos ‘magos’, criando com isso uma função a cada um dos que ofereceram os presentes trazidos ao Menino. Melchior, Baltasar e Gaspar foram identificados já tarde na tradição religiosa cristã e no contexto da Idade Média… atribuindo a cada a entrega dum presente a Jesus: ouro – Ele é rei; incenso – Ele é Deus; mirra – Ele é humano, pois a mirra era usada na arte de embalsamar os corpos após a morte…
Quando vemos certas manifestações folclóricas à volta deste dia – normalmente fixado a 6 de janeiro – não se estará (mais uma vez) a tirar proveito das coisas religiosas para o nosso mundo tantas vezes sem Deus? Os presentes dados e recebidos não serão mais interesseiros e menos despojados de cariz materialista?
Se atendermos à antífona do magnificat das vésperas da solenidade da Epifania diz-se – recordamos neste dia três mistérios: hoje a estrela guiou os Magos ao presépio; hoje, nas bodas de Caná, a água foi mudada em vinho; hoje, no rio Jordão, Cristo quis ser batizado para nos salvar.
Temos, assim, que na celebração da Epifania somos chamados a contemplar três momentos de revelação de Jesus: aos magos (gentios), aos judeus no batismo e aos discípulos, nas bodas em Caná.
= Qual foi a linguagem que usaram os ‘magos’ para se entenderem com Jesus e Maria, na visita ao presépio? Sendo de nações diferentes e com culturas diversas, como terão ‘falado’ uns com os outros? As palavras trocadas entre eles foram captadas numa linguagem humana ou no sentido das coisas divinas?
Dado que estamos nos primórdios do cristianismo e em que os sinais carismáticos estão muitos vivos, muito presentes (sensíveis e audíveis) na comunidade dos irmãos, talvez não seja difícil de caraterizar com algum canto em línguas – essa linguagem dos pequeninos em Deus – que, duma forma tão simbólica, representam os ‘magos vindos do Oriente’. Eles foram em busca de Jesus e ao encontrá-Lo terão ficado radiantes de alegria, exprimindo-se duma forma simples, sincera e humilde. Com efeito, é isso mesmo que se pretende com a celebração da ‘epifania’ do Senhor: desmontar a complexidade duma religião que estava ao sabor mais das leis e preceitos do que servindo o Deus verdadeiro.
Também nós, hoje, precisamos de desmontar alguns artifícios religiosos, que se vão acumulando na vivência dalguma liturgia, mais saudosista doutros tempos e menos atenta aos sinais dos nossos tempos. Tal como os ‘magos’ precisamos de sair das nossas certezas de fé para entramos na aventura da esperança, segundo o Espírito Santo. Tal como os ‘magos’ é chegada a hora de abrir os nossos tesouros e de oferecermos a Jesus os presentes que Ele espera e precisa.
Queira Deus que, na condução do Espírito Santo, vivamos a epifania deste ano de forma nova e renovada na Igreja católica.
António Sílvio Couto
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