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quinta-feira, 24 de março de 2022

‘Consagração’ político-cultural...cristã

 


Na próxima 6.ª feira, dia 25 de março, o Papa Francisco vai realizar mais um ‘ato consagração ao Imaculado Coração de Maria’, tendo em conta a guerra/invasão da Ucrânia pela Rússia, desde há cerca de um mês.

Na oração prevista proferir, o Papa faz um diagnóstico algo tenebroso, mas realista das razões e das consequências dos tempos mais recentes. Citamos alguns aspetos desta Consagração:


* Diagnóstico
«Mas perdemos o caminho da paz. Esquecemos a lição das tragédias do século passado, o sacrifício de milhões de mortos nas guerras mundiais. Descuidamos os compromissos assumidos como Comunidade das Nações e estamos a atraiçoar os sonhos de paz dos povos e as esperanças dos jovens. Adoecemos de ganância, fechamo-nos em interesses nacionalistas, deixamo-nos ressequir pela indiferença e paralisar pelo egoísmo. Preferimos ignorar Deus, conviver com as nossas falsidades, alimentar a agressividade, suprimir vidas e acumular armas, esquecendo-nos que somos guardiões do nosso próximo e da própria casa comum. Dilaceramos com a guerra o jardim da Terra, ferimos com o pecado o coração do nosso Pai, que nos quer irmãos e irmãs. Tornamo-nos indiferentes a todos e a tudo, exceto a nós mesmos. E, com vergonha, dizemos: perdoai-nos, Senhor!».

Palavras duras nesta análise do Papa: esquecimento as liçôes do passado, descuido nos compromissos, traição aos sonhos de paz, adoecemos de ganância, fechamo-nos em nacionalismos, deixamo-nos ressequir pela indiferença, preferimos ignorar Deus, tornnamo-nos indiferentes a todos e a tudo...

* Expetativa
«Por isso recorremos a Vós, batemos à porta do vosso Coração, nós os vossos queridos filhos que não Vos cansais de visitar em todo o tempo e convidar à conversão. Nesta hora escura, vinde socorrer-nos e consolar-nos. Repeti a cada um de nós: «Não estou porventura aqui Eu, que sou tua mãe?» Vós sabeis como desfazer os emaranhados do nosso coração e desatar os nós do nosso tempo. Repomos a nossa confiança em Vós. Temos a certeza de que Vós, especialmente no momento da prova, não desprezais as nossas súplicas e vindes em nosso auxílio».

Numa súplica filial ao coração da Mãe, esperamos que Ela desate os nós...interiores e exteriores

* Entrega
«O vosso pranto, ó Mãe, comova os nossos corações endurecidos. As lágrimas, que por nós derramastes, façam reflorescer este vale que o nosso ódio secou. E, enquanto o rumor das armas não se cala, que a vossa oração nos predisponha para a paz. As vossas mãos maternas acariciem quantos sofrem e fogem sob o peso das bombas. O vosso abraço materno console quantos são obrigados a deixar as suas casas e o seu país. Que o vosso doloroso Coração nos mova à compaixão e estimule a abrir as portas e cuidar da humanidade ferida e descartada».

Nas lágrimas e  no carinho materno de Maria, confiamos, como humanidade ferida e destroçada pela guerra.

* Consagração
«Por isso nós, ó Mãe de Deus e nossa, solenemente confiamos e consagramos ao vosso Imaculado Coração nós mesmos, a Igreja e a humanidade inteira, de modo especial a Rússia e a Ucrânia. Acolhei este nosso ato que realizamos com confiança e amor, fazei que cesse a guerra, providenciai ao mundo a paz. O sim que brotou do vosso Coração abriu as portas da história ao Príncipe da Paz; confiamos que mais uma vez, por meio do vosso Coração, virá a paz. Assim a Vós consagramos o futuro da família humana inteira, as necessidades e os anseios dos povos, as angústias e as esperanças do mundo».

Ao Imaculado Coração de Maria entregamos as dores de todos e de cada um, hoje e para sempre!

 

António Silvio Couto

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