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sexta-feira, 11 de março de 2022

4 cavaleiros do Apocalipse

 

Os 4 cavaleiros do Apocalipse são símbolos que nos aparecem no livro de Apocalipse de São João, que no capítulo sexto nos descreve como o Cordeiro foi abrindo os selos do livro da vida. Ora os quatro primeiros selos, libertam diferentes cavalos, onde cavalga um cavalheiro, com significados diversos: o primeiro cavaleiro monta um branco que simboliza a conquista, o segundo é vermelho e descreve a guerra, o terceiro é preto e representa a fome e o quarto é pálido e tem o significado da morte.

Citamos o texto e tentaremos fazer uma leitura sobre os acontecimentos presentes.

1. Cavalo branco

«Depois, na visão, quando o Cordeiro abriu o primeiro dos sete selos, ouvi um dos quatro seres viventes que dizia com voz de trovão: «Vem!» E vi que apareceu um cavalo branco; o cavaleiro levava um arco e foi-lhe dada uma coroa. Depois, partiu vencedor para novas vitórias» (Ap 6, 1-2).
Ao primeiro selo do ‘livro do Cordeiro’ é referido que apareceu um cavalo branco, cujo cavaleiro com o arco e a coroa pode simbolizar a esperança da vitória dos cristãos, perseguidos ao tempo em que este livro é escrito. Ainda hoje os cristãos são tão perseguidos - de forma clara nalguns países ou de modo tácito em tantas nações - em tantas partes do mundo... Não é por acaso que se afirma que o século XX fez mais mártires que todas as perseguições dos quatro primeiros séculos do cristianismo...

2. Cavalo vermelho
«Quando Ele abriu o segundo selo, ouvi o segundo vivente que dizia: «Vem!» E saiu outro cavalo, que era vermelho; e ao cavaleiro foi dado o poder de retirar a paz da terra e de fazer com que os homens se matassem uns aos outros. Foi-lhe dada, igualmente, uma grande espada» (Ap 6, 3-4).
O segundo cavalo, associado à abertura do segundo selo do livro do Cordeiro, está associado à guerra com a cor vermelha de caraterização. A guerra esse flagelo que mata sem rosto e deixa um rasto de destruição por longo tempo. Cada vez que surgem sinais explícitos de guerra ficamos sob a possibilidade de serem cometidas as maiores atrocidades, sobretudo para com os mais frágeis e inocentes. Não é isso que temos visto nos últimos dias na terras da Ucrânia?

3. Cavalo preto
«Quando Ele abriu o terceiro selo, ouvi o terceiro ser vivente que dizia: «Vem!» Na visão apareceu um cavalo negro. O cavaleiro tinha na mão uma balança. E ouvi algo semelhante a uma voz no meio dos quatro seres viventes que dizia: ‘Uma medida de trigo por um dinheiro e três medidas de cevada por um dinheiro. Mas não estragues o azeite nem o vinho’» (Ap 6, 5-6).
Ao cavalo preto está associada a fome, tanto ou mais mortífera que a guerra, pois atinge ainda mais fragilizados e sem meios de defesa. Continuamos a viver como se este drama ainda não continue a matar... É vergonhosa a promoção da sociedade de consumo, quando tantos não têm o mínimo de sobrevivência?

4. Cavalo esverdeado
«E, quando Ele abriu o quarto selo, ouvi a voz do quarto ser vivente que dizia: «Vem!» Na visão apareceu um cavalo esverdeado. O cavaleiro chamava-se «Morte»; e o «Abismo» seguia atrás dele. Foi-lhes dado poder sobre a quarta parte da terra, para matar pela espada, pela fome, pela morte e pelas feras da terra» (Ap 6,7-8).
O quarto cavaleiro galopa em promoção das doenças, da peste e da morte. Não foi isso que vivemos nos dois últimos anos, sob a configuração da pandemia? Será que conseguimos perceber este manto de morte, através das epidemias? Não andaremos excessivamente ocupados com futilidades para sermos capazes de nos questionarmos quanto ao que estamos a viver?

À semelhança da interpretação que os cristãos deram da mensagem do Apocalipse, assim hoje precisamos de nos a ajudar a discernir todos estes sinais, sem dramatismos, mas com fé e de olhos postos em Deus...



António Silvio Couto

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