Por mais
loas que pretendam tecer à nossa conjuntura politica, estamos sob a alçada de
um regime que já deu frutos desastrosos noutras latitudes e pouco mais vinga do
que na península ibérica. Seremos – espanhóis e portugueses – casos de estudo
pela inverosimilhança entre tantas outras situações, sobretudo na Europa?
Quando caírem da esfera do poder certas forças, que por cá vão reinando, isso
será benéfico? Quem assim se sustenta no poder deve-o à sua qualidade ou à
subtil habilidade? Este regime de côdea (rapada) serve a quem? Não haverá
concorrentes que ficarão fora da luta pela sobrevivência…politica?
1. Efervescente entre 2015 e 2019,
o regime tropeçou com a pandemia. Aforrados com austeridade de alguns cobres foi
uma espécie de fartar em reversões para pagar favores a quem suportou a nova
forma de governar. Encontradas nos cofres umas pitadas de poupança foi um
desabrido processo de contentar quem antes contestava: agora podiam estar à
mesa, pois enquanto se reina nada se cuida. E assim se foram calando os
protestos com dinheiro atirado para os problemas e não pela solução de fundo
para os ditos.
2. Tudo corria bem, quando, em
finais de 2019, se começaram a ouvir zumbidos provenientes do Oriente: de lá
vinha um vírus que rapidamente sacudiu as certezas, enclaustrou os passeantes,
fechou lojas, restaurantes, diversões e tudo quanto pudesse mexer e/ou tornar-se
transmissor da doença…a pandemia fez ruir o sonho de sucesso, de bem-estar e de
qualidade de vida. Podem ainda querer disfarçar, mas a máscara não engana!
3. As ruas, antes pejadas de gente,
tornaram-se desertos a perder de vista. Os investimentos para o turismo –
alojamentos, viagens, espaços lúdicos – esfumaram-se como nevoeiro em época de
veraneio. As esperanças de enriquecer sem muito trabalho repercutiram-se nos
subsídios quase a bel-prazer. Continuam a rejeitar a crise, mas esta
escondeu-se para vir a aparecer com mais ferocidade, muito em breve…Podem tentar
eludir-nos por algum tempo, mas não nos conseguem enganar a todos, o tempo todo!
4. Temáticas relacionadas com a
saúde emergiram como questões incontornáveis: higiene, limpeza, cuidados,
febres, sintomas…vírus, covid-19, surto, grupo de risco, testes, triagem,
vacinas… infetados, em confinamento, isolamento profilático, internamento,
quarentena, assintomático, transmissão…estado de emergência, de calamidade…
Desde março de 2020 que vimos a ter mais cuidado com tantas destas coisas,
enquanto uns outros se aprimoram em defenderem a estatização da saúde, tanto
pelos meios como pelos agentes. Desgraçadamente querem fazer acreditar que SNS
só vale para ‘serviço nacional de saúde’, quando deveria ser significativo de
‘sistema nacional de saúde’, envolvendo coisas do público e também do privado.
5. Deste modo podemos constatar que
a côdea rapada do socialismo à portuguesa serve mais os interesses das fações
reinantes do que os das populações em geral e dos mais necessitados em
particular. Isso mesmo se pode verificar, por antecipação, com o tal ‘PRR’ –
plano de recuperação e resiliência. Os milhões que estão a chegar não servirão
mais os interesses estatais do que os das pessoas? As verbas distribuídas não
cairão no saco dos do costume e menos naqueles – os privados com obra feita
investimento com resultados – que fazem avançar o país com os seus impostos?
Estas verbas não chegam na hora de fazer caciquismo para as eleições
autárquicas? Os da cor do governo não serão mais beneficiados para apresentarem
obra de promessa? Uns pozinhos de ideologia podem fazer toda a diferença, hoje
como ontem!
6. Fique claro: não acredito
minimamente nas boas intenções – a côdea rapada do socialismo não é capaz de se
recauchutar, pois os vícios estão demasiado entranhados nos comportamentos, tal
como as benesses serão pagas com dinheiros subtilmente desviados… Foi assim no
passado, dificilmente será diferente no presente! Está na hora de acordar, como
aconteceu noutros países da Europa, que meteram verdadeiramente, o socialismo
na gaveta para que não continuassem as tropelias conhecidas, promovidas e
anunciadas…
Portugal
merece muito melhor!
António Sílvio Couto
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