«Com licença», «obrigado», «desculpa». Estas palavras realmente abrem o caminho para viver bem na família, para viver em paz. Trata-se de palavras simples, mas não tão fáceis de pôr em prática!
(...) Em geral, para nós elas são
as palavras da «boa educação» – Papa Francisco
Que dizer da ingratidão, se até
Jesus ficou ofendido, admirado e interrogativo, quando dos dez leprosos
curados, só um lhe foi agradecer…e era um ‘samaritano-estrangeiro’?
Antes de mais a gratidão é (ou deve
ser) uma virtude humana, isto é, cultivada, manifestada e testemunhada na vida
social e mesmo cultural.
Tempos houve em que as pessoas
usavam com simplicidade e leveza a expressão: ’muito obrigado’ para exprimirem
para com outrem algum reconhecimento por um favor recebido, palavra dada ou
atenção colhida. Embora a educação não tenha sido suspensa, vemos que, hoje, as
pessoas se consideram mais reivindicativas e com direitos adquiridos,
obnubilando essa linguagem da gratidão humana e até para com Deus.
O Papa Francisco tem vindo a
reintroduzir na nossa linguagem de vida cristã o uso de três palavras que ele
reputa de importantes – com licença, obrigado, desculpa. Através destas
palavras/expressões podemos e devemos ser educados uns para os outros, pela
sensibilidade que temos para com Deus…
«Como na oração de petição, qualquer acontecimento e
qualquer necessidade podem transformar-se em oferenda de ação de graças. As
cartas de São Paulo muitas vezes começam e acabam por uma ação de graças, e
nelas o Senhor Jesus está sempre presente: «Dai graças em todas as
circunstâncias, pois é esta a vontade de Deus, em Cristo Jesus, a vosso
respeito» (1 Ts 5, 18); «perseverai na oração;
sede, por meio dela, vigilantes em ações de graças» (Cl 4, 2) (Catecismo
da Igreja Católica, 2638).
‘Dar
graças’ é reconhecer-se pequeno perante Alguém, que nos concede dons e graças,
benefícios e bênçãos, podendo voltar para Ele o nosso olhar em atitude de
gratidão, agradecendo e abrindo-se a novas graças. Numa das suas intervenções o
Papa Francisco considerou que o mundo está dividido em dois tipos de pessoas:
os que não-agradecem e os que o fazem…isto é, os que reconhecem Deus e os
outros como presença d’Ele e outros mais autossuficientes e ingratos para com
Deus e mesmo para com os outros.
* A ‘ação
de graças’ faz-nos, com efeito, humildes de pé, sabendo quem somos e
reconhecendo a Quem devemos o que recebemos e o dom maior é sempre o da vida.
Quantas dívidas de gratidão acumulamos ao longo da nossa existência. Quantos
sinais que nos escapam para sabermos convenientemente agradecer. Quantas vezes
seríamos mas gratos para com os outros se fizéssemos equivaler para com eles as
reclamações de gratidão que lhes cobramos…
António Sílvio Couto
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