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sábado, 16 de janeiro de 2021

Bâton vermelho…sob a máscara

 


Quando o uso da máscara uniformizava e favorecia tanta gente da nossa praça, eis que foi introduzido um tema algo esquizofrénico, tanto na forma como no conteúdo: o bâton vermelho.

Efetivamente o uso da máscara como que tornou tantas pessoas menos feias, pois as feições escondidas, de algum modo fizeram com que não se visse o que destoava, inclusive fez com que certos adornos – essencialmente – femininos não precisassem de ser cuidados, poupando tempo e dinheiro. Por isso, uma tirada – dizem que foi algo ofensiva – de um candidato presidencial sobre uma outra concorrente fez com que a máscara caísse e o tal bâton vermelho emergisse como fator de tema político-cultural.

 - As reações ao ‘caso’ tornou-se um fenómeno de e nas redes sociais e vimos tanta gente que devia ter juízo – tem idade, devia ter perfil, dado o lugar que ocupa e as pretensões que auferem – a sair do armário da inconveniência, tornando o episódio um facto político de relevo. Triste país que em enguiça com expressões inflamadas e inoportunas de campanha eleitoral… Quem as não tem? Pobre nação que se rege por estes mentores de segunda, que não passarão de figurantes da história em rodapé. Miserável estado que patrocina tais intervenientes…pois os votos que auferirem serão bastante bem pagos…se tiverem cinco por cento dos votos expressos!

 - Dirá alguém com o mínimo de senso: os dois intérpretes merecem-se. O pior de tudo isto são os alardes proferidos, as conjeturas pronunciadas e mesmo os ódios latentes espoletados.

Fique claro: do pronunciador não comungo da maior parte das ideias, tão pouco das invetivas da pronunciada, mas sobretudo fico preocupado com a baixeza – de nível e de categoria – intelectual da maioria dos contendores. Se é deste modo que querem um futuro saudável para o nosso país, então, mais vale fechar para saldos e venha construir quem seja capaz de saber mandar e de ser obedecido. Não será uma revelação de falta de ideias, este ‘fait divers’ de faz-de-conta à portuguesa? Ou será esta uma forma de recriarem, na rua, uma nova forma de revista comediante?

 - Que razão há para tais quezílias, se estamos num estado de pandemia catastrófico? Os milhares de mortos e de infetados, as centenas de internados e de confinados não merecem mais respeito e consideração? Quem cuida da nossa saúde merecerá ser exposto e explorado como alguns têm pretendido?

Por favor coloquem corretamente as máscaras e deixem-se de brincadeiras quase-infantis, pois o ‘show must go on’!

 

António Sílvio Couto

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