Partilha de perspectivas... tanto quanto atualizadas.



sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

Do individual e subjetivo… ao ‘saber confessar-se’


Por estes dias, li mais uma caraterização do nosso tempo como marcado pelo subjetivismo, isto é, em que cada qual faz ou pode fazer a sua própria vivência humana, psicológica e mesmo espiritual sem contar nem ‘precisar’ do confronto com os outros… tenham eles a religiosidade que possam ter ou viver.

Ora, aliando esta vertente com outras dos nossos dias – como individualismo, egoísmo… e tantos outros ‘ismos’ de concentração sobre nós mesmos – como que se nos coloca alguma urgência em tentarmos entender como pode e/ou deve um cristão católico viver a ‘sua’ celebração do sacramento da penitência e reconciliação… enquanto vivência pessoal com incidências de âmbito comunitário.

Espero que não haja quem se escandalize com esta consideração que agora apresentamos: muitos daqueles/as que se aproximam do sacramento da penitência e reconciliação, sobretudo neste tempo da quaresma, não são os que têm mesmo pecados, mas antes fazem-no dentro duma certa tradição mais ou menos ritual, embora até possa parecer que falta uma consciência correta e efetiva do pecado e das exigências autênticas da celebração deste sacramento.

Certamente que há muitas pessoas que já sentiram a verdadeira moção da graça divina, mas não será difícil de encontrar quem não faça, correta e simplesmente, o seu percurso preparatório desde o exame de consciência até à etapa mais consequente da penitência de vida e não tanto de ‘rezas’ ou boas intenções rotineiras…

Duma forma um tanto abusiva como que ousamos considerar que quem se confessa não tem esses designados pecados – graves, mortais ou essenciais – embora, quem não se confessa, não tenha a correta consciência desses mesmos pecados, tendo em conta a ‘classificação’ mais ou menos aceitável e recorrente… aferidos e qualificados na maturação da moral mais simples, personalista e atual. 

= Penitentes e confessores… em misericórdia

Na oração para o jubileu da misericórdia rezamos:

‘Vós quisestes que os vossos ministros fossem também eles revestidos de fraqueza para sentirem como justa a compaixão pelos que estão na ignorância e no erro: fazei com que todos os que se aproximem de cada um dos vossos ministros se sintam acolhidos, amados e perdoados por Deus’.

Eis como temos de viver com humildade a celebração do sacramento da penitência e da reconciliação: ninguém pode dar aquilo que não recebeu e, na medida em que o viver, melhor o poderá testemunhar e sentir como dom, graça e presença de Deus.

- Cada vez mais está – ou dever estar – afastado da linguagem e da prática a escusada consideração ao ‘tribunal divino’, para caraterizar o abeirar-se do sacramento da penitência e reconciliação, onde quem se vai confessar seja induzido a tremer diante das possíveis perguntas, se perturbe pelas irrazoáveis considerações e até mesmo se possa deixar intimidar por algumas das (im)piedosas penitências…sugeridas ou impostas!

- Dá a impressão que, só quem possa ter passado por uma salutar experiência de penitente, poderá entender a libertação gerada e geradora de nova vida, a partir do essencial da celebração deste sacramento da penitência e reconciliação.

- Urge que sejamos capazes, em Igreja e como Igreja, de propor uma caminhada cristã que não se atenha só às possíveis faltas para com Deus, mas que considere também as faltas, falhas ou pecados para com os outros, sem esquecer ainda as ofensas para consigo mesmo, tendo em conta a infidelidade que pode percorrer a nossa vida no ser, no agir e no arrepender-se.

- Precisamos de continuar a crescer na maturidade humana e espiritual, amadurecendo a nossa condição de pecadores, mas sem tentarmos fazer de Deus uma espécie de esponja, que nos convém utilizar nas horas de maior aflição… Somos fiéis ou pecadores para com Alguém que nos ama e cujos atos de amor se repercutem na intimidade e proximidade que nos afere ao perdão, feito misericórdia e compaixão.

- Só quem ama sente que ofende. Deus é, de verdade, a nossa máxima referência?  

 
António Sílvio Couto

terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

Democratas ‘inchados’


Soube-se, por estes dias que, a autoapelidada ‘associação 25A’, vai voltar às comemorações da referida data revolucionária… no parlamento. As razões – segundo o seu responsável principal – prendem-se com a modificação do quadro parlamentar e da presidência da república… que, atendendo às suas motivações, eram, em sua opinião, contrárias àquela efeméride.

= Que há gente que só aceita quem concorda consigo e com as suas ideias, já tínhamos percebido nas linhas e, sobretudo, nas entrelinhas. Que há militares que dão a entender que nunca despiram a farda e os galões de chefes, mesmo quando já nem conseguem dar um passo de resignação sobre a incapacidade de se autoavaliarem. Que há pessoas que se fixaram num passado mais ou menos ‘glorioso’, mas que nunca conseguiram entender, que foram ultrapassados pelos factos e pela história, já era nítido há muito tempo. Mas, o que ainda não tínhamos ouvido, foi esta teoria ditatorial de que se não forem eles e seus apaniguados a mandar nada será aceitável…Com efeito, estes democratas parece que sofrem de miopia intelectual e de alguma arrogância sobre o resto dos que não pensam nem votam como eles…E, nem o mais recente resultado das legislativas (manipuladas nos efeitos) e das presidenciais perdidas, os conseguem fazer enxergar que, depois deles, não será o pretenso caos!

Esta doença é um tanto infetocontagiosa: alguns – felizmente minoritários! – julgam que a (dita) verdade só está do lado da ‘sua’ democracia, que tão ‘bons’ resultados deu, no passado recente, na ‘cortina de ferro’ e que faz, ainda hoje, com que os venezuelanos e cubanos tenham de saquear os mercados, pois os bens essenciais faltam à população… democratizada. Que dizer ainda das experiências militaristas da Coreia do Norte, onde a fome é sobrepujada por foguetões nucleares e a cumplicidade de silêncio de forças afins… até no nosso país.

= Não deixa de ser preocupante que haja pessoas – algumas delas com algum teor de inteligência razoável – que, quase percam a racionalidade, quando outros se lhes opõem, seja pela contagem do resultado dos votos em eleições, seja pela discordância em matérias de valor intrínseco à convivência com os outros em cidadania. Nalguns cidadãos notam-se alguns tiques de autoritarismo, sobretudo quando não vencem os seus pontos de vista. Isso mesmo dá a impressão de estar subjacente àquela posição da ‘associação 25A’, até porque, segundo eles quem não usava o fetiche do cravo vermelho, já eram menos democrata do que a floreira de serviço!

Não podemos continuar a viver nesta onda de constante reversão em que o que foi feito antes tem de ser aniquilado – sabe-se lá com que custo a curto e a médio prazo! – acintosamente. Assim não conseguimos sair do mesmo lugar, pois como que estaremos sempre a recomeçar – qual jogo de monopólio – onde os dados lançados nos fazem regressar à casa de partida de um caminho que não se compadece com rezingões, intolerantes e ditadores… contra quem pensa ou age de forma diferente de si!

= Nesta Europa esquizofrénica de valores e de intenções egoístas, temos de refletir sobre o modo como temos estado a engordar certos mentores do capitalismo e da rebeldia contra tudo e contra todos. Não podemos continuar a premiar preguiçosos nem a dar espaço, nas instâncias comunitárias, a lacraus desavindos. Não será justo que uns trabalhem e construam o bem comum e outros se aproveitem dos bons resultados para fazerem oposição a quem lhes dá de comer e alimenta os proventos que os capacitam para fazer cair um projeto no qual descreem.

Há forças ideológicas que terão de dizer com clareza onde querem estar: se na reivindicação (dita) patriótica, mas que não passa de uma tática de infiltrados, ou se na construção positiva da paz e da harmonia… que é muito mais do que a falta de guerras e de conflitos exteriores.

Nesta democracia de ‘inchados’ e arrogantes temos de emagrecer os egos de tanto coletivismo e das façanhas dessoutro internacionalismo… Assim saibamos colher os frutos do passado recente.            


António Sílvio Couto


domingo, 21 de fevereiro de 2016

Papa versus Trump


Na sua recente visita apostólica ao México, o Papa Francisco disse que Donald Trump – candidato a candidato republicano à eleição presidencial nos EUA – não é cristão, por defender a construção de muros, em vez de pontes, entre as fronteiras daqueles países, aliando também com esta medida a pretensão de expulsar imigrantes e da ampliação da vala que separa os dois territórios.

Numa reação às palavras do Papa, Donald Trump considerou uma espécie de ingerência nos assuntos internos americanos – embora não considerasse uma indicação de voto nos adversários democratas – e quase um questionamento sobre a sua fé, retomando os ataques para com as investidas dos extremistas do estado islâmico em relação ao ocidente. «O Papa só viu um lado da história, ele não viu o crime, o tráfico de drogas e o impacto económico negativo que as políticas têm sobre os Estados Unidos» - disse Trump em jeito de advertência…

= Estaremos diante de posições tão díspares, que cada um tem de ficar na sua para que nenhum deles seja considerado perdedor? O Papa não tem direito de corrigir quem pretensamente se diz cristão… mesmo que não seja praticante, mas cujos atos destoam do cerne da mensagem evangélica? Os atos políticos não deverão ser escrutinados pela fé? Até onde poderá ir a verdadeira denúncia profética? Teremos de esperar que nos apoiem, quando temos de viver, em consciência, a denúncia à luz do Evangelho?

= Se há qualidade que não custa a reconhecer no Papa Francisco é a da radicalidade no sentido do Evangelho: não se deixa condicionar pelas fímbrias do poder, mas serve-se da linguagem da Palavra de Deus para o enfrentar chamando-nos a todos à pureza do seguimento de Jesus. Dá a impressão que o Papa mexe com as vulgaridades de certas figuras, enfrentando alguns fantasmas mais ou menos assumidos.

Atendendo ao background da sua história latino-americana – bispo argentino – e jesuítica, o Papa Francisco abre os seus braços em largo abraço a tudo e a todos, mas não deixa de penetrar-nos com seu olhar acutilante de águia sagaz em visão incisiva e desinstalada… Não fossem estas dimensões tão vivas na sua atuação papal e teríamos algo a temer do aproveitamento de certas forças nem sempre identificadas com a vida da Igreja católica.

Claro que esta vivência choca com alguns interesses de pelouros humanos/mundanos e com outras tantas regalias de príncipes eclesiásticos. Francisco não teme – até pela sua longa idade e quase precária saúde – que lhe possam denegrir a imagem. Damo-nos conta de que certas posições de Francisco inquietam alguns instalados na poltrona das suas certezas. Parece que a ‘pressa’ do Papa contradiz com a resistência dos acomodados e instalados… onde os seus ‘dogmas’ titubeiam diante da rápida mudança do mundo e das suas provocações. Dá impressão que certas mentalidades se sentem desconfortáveis com a serena e implacável leveza do Papa Bergoglio… nessa profundidade de mergulho nas fontes da fé, nas leituras das inquietações auspiciosas da esperança e na subtileza da impetuosidade dos sinais da caridade…

= Quem seria capaz de se enfrentar – mesmo de se confrontar por ideais – com o possível chefe dos EUA? Quem ousaria, no terreno do ‘adversário’, apontar as feridas e as causas dos seus males? Quem não se acomodaria a dizer de forma diplomática aquilo que já não se corrige com falinhas mansas de circunstância? Quem não temeria pela sua segurança, se estivesse a espicaçar o vespeiro de interesses económicos, como o narcotráfico e seus tentáculos? Quem não quereria colher os resultados, se estivesse a pensar na sua fama e nas ramificações do poder?

O Papa Francisco tem tido a coragem – muito mais divina do que apenas humana – de estar atento aos factos e histórias que nos darão capacidade de afirmar a fé em Jesus no quadro da vivência atual. Ele é o profeta da misericórdia, feita de verdade e de compaixão. Tudo o resto soará a oco se não for entendido na força do Espírito de Deus que guia, consola e exorta a Igreja e na Igreja católica.

Assim sejamos dignos de o viver e de o testemunhar, já!             

António Sílvio Couto


terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

Eutanásia: suicídio racional?


Ouvi, por estes dias, num programa radiofónico a classificação da eutanásia como uma forma de suicídio racional, onde o sujeito ‘decide’ por si mesmo como quer morrer, ou melhor, antecipar a morte, se considerar que a vida não tem a qualidade que ele considera a mais conforme ao seu desejo…

O tema da eutanásia tinha que surgir na discussão política e – ao que parece – irá se levado à assembleia da república. Quem o propõe tem sido especialista em trazer à liça temas fraturantes mais ou menos ao ritmo da sua oportunidade (ou oportunismo) partidária… Quase sempre esses assuntos têm surgido como recurso de distração, quando as coisas começam a ser menos agradáveis para outros expedientes… Foi assim com o aborto (eufemisticamente apelidado de ‘interrupção voluntária da gravidez’), com o casamento entre pessoas do mesmo sexo (embora entendidas de género diferente), com a adoção de crianças por pessoas do mesmo sexo (mesmo que sobrepostas em interesses minimamente convergentes), com a procriação (dita) medicamente assistida (embora não passem de ‘barrigas de aluguer’)… e tantos outros fait-divers de ideologias para as quais – ao que parece – a pessoa humana nem sempre tem dignidade ou só a tem quando entra na lógica do (seu) materialismo de vida…

= Discussão, debate, referendo… tudo sem pressas

Colhendo a avaliação de outros assuntos – entre os quais os supra citados – tenho a impressão que há gente que quer fazer deste problema da eutanásia uma solução atrapalhada e rápida, não deixando que tudo seja cuidado no esclarecimento, na discussão séria e serena, tendo uma apreciação – mesmo através do voto popular – num referendo que não precisa de ser realizado a muito curto prazo.

Reportando-me novamente ao programa radiofónico fiquei com a sensação – na sua maioria de mulheres – de que há uma razoável aceitação popular, pela sua implementação para com este tema, se bem que se pudesse notar que as pessoas intervenientes já estariam despertas para se pronunciarem favoravelmente pela eutanásia…

Posteriormente tentei questionar-me sobre esta – real ou empolada – onda pró-eutanásia, inquirindo de mim mesmo: porque se foi tornando tão vulgar ir-se aceitando a (dita) morte assistida? As pessoas já perderam os critérios sobre o valor intrínseco da vida? Até onde irá a justificação sobre o pôr termo à vida a pedido direto ou por outrem? Os sinais de desvalorização da vida humana não estarão a contradizer a luta pela saúde?

= Questões mais do que religiosas ou éticas

Hoje é um tanto vulgar ouvirmos, mesmo no contexto católico: estava a sofrer tanto, ainda bem que Deus o levou? Que mal fez para ter de suportar tanto sofrimento? A vida a sofrer daquela forma, já não é vida! Faltava qualidade de vida do próprio e de quem o acompanhava!

Na formação do cristianismo que foi, em tempos ministrada, a questão do sofrimento até era apresentada como uma forma de purificação, pelo desconto dos pecados pessoais e dos outros, bem como era apresentado o sofrimento em ordem a viver a entrega desses momentos de sofrimento pela conversão pessoal e alheia… como diziam os pastorinhos de Fátima, ‘pela conversão dos pecadores’!

Não será que, ao termos posto em evidência, outras vertentes da fé e da vida cristã, se pode caído num certo depreciar do valor redentor do sofrimento, unido ao da Paixão de Cristo? Continuando a cuidar, cada vez melhor, da saúde, não podemos desperdiçar a força do sofrimento em qualquer das suas dimensões.

Estamos, novamente, a travar uma luta cultural e de civilização. Reduzir isto a questões de legislação poderá subverter o problema, deixando-o à mercê de interesses mais ou menos subterrâneos naquilo que toca ao nosso futuro próximo coletivo. Se as questões do aborto tentaram resolver um problema do passado, a eutanásia lança algumas preocupações sobre o nosso futuro pessoal.

Consta que há países, onde a eutanásia foi legalizada, em que os mais velhos já trazem ao pescoço um aviso: em caso de acidente não me levem para o hospital, pois não quero morrer. Assim sendo, para onde caminhamos?

 

António Sílvio Couto

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

Governo ‘nacionaliza’ filhos/alunos?




O programa do atual governo e as grandes opções do plano para a legislatura de 2016-19 preveem o alargamento da escola para os alunos/as até aos quinze anos das 8.30 horas à 19.30 horas, numa ‘generalização da escola a tempo inteiro em todo o ensino básico’, como noticiou um jornal por estes dias.

Segundo fontes citadas pelo referido jornal, os pais, diretores de escolas e certos especialistas em educação aplaudem tal medida...embora ressalvem que essa ocupação deva ser de qualidade.

Num primeiro aspeto, a justificação de tal alargamento de horário tem a ver com adequação com o horário de trabalho dos pais e em que a presença dos filhos na escola não se reduz apenas a uma parte do dia.

= Há, no entanto, perguntas – de âmbito geral e mesmo de funcionamento – que se podem e devem fazer: quanto custa (em funcionários, professores ou técnicos) e quem vai pagar este alargamento do horário escolar? Sendo um serviço da escola (dita) pública, as famílias terão de suportar algo mais para o seu funcionamento? À semelhança do que aconteceu, em 2006, com medida idêntica para o primeiro ciclo, como vão as autarquias participar neste alargamento? Que áreas (extracurriculares) serão abrangidas por esta mudança? Mais tempo na escola significará maior carga letiva em disciplinas curriculares?

= Esta questão de estender o tempo – onze horas – dos alunos na escola pode, no entanto, colocar outras questões bem mais exigentes, não só para com a organização das escolas, mas sobretudo no questionamento do modelo de aprendizagem que está em curso e das implicações da ausência dos filhos à família, bem como nas incidências educacionais estruturantes da própria sociedade.

De quem são os filhos: dos pais (mãe e/ou pai) ou do Estado? Quem tem a tarefa de educação, quem gera ou quem ensina? Por que será que o Estado/governo está a interferir com a gestão do tempo dos mais novos em idade de escolarização, por poder próprio, arbitrário e tutelar ou por delegação da família de forma consentida, supletiva e delegada?

= Atendendo a ideais já da I República temos de estar atentos – talvez mais vigilantes do que desconfiados – sobre este poder de interferência sobre a educação dos filhos. De facto, já vimos noutras latitudes e regimes a ‘nacionalização’ dos filhos pelo Estado, obrigando a que os pais se amoldem aos objetivos de quem captura os filhos para o serviço dos seus intentos e, nalguns casos, para uma capciosa prossecução da conduta dos filhos ao serviço do coletivo e não seguindo um modelo de transmissão de valores da família e na família como a principal escola da vida...

E nem será totalmente desadequado questionar a promoção do trabalho dos pais, tentando fornecer-lhes múltiplas seduções de maior consumo, que só será conseguido com mais tempo fora do espaço familiar e com o consequente abandono dos direitos e dos deveres de pais... E o Estado-paternalista cuidará de dar aos filhos tempos de substituição, que a longo prazo colherão como frutos de negligência da família?

 = Porque acreditamos que é a família – correta, harmoniosa e o mais estavelmente possível constituída entre um homem e uma mulher – a melhor forma de educar, nas várias etapas de vida humana, não aceitamos que seja o Estado/governo a decidir, por sua conta e único risco, sobre o tempo ou a forma de ministrar exclusivamente a educação, instrução e o modo de viver em sociedade. Aquele tempo de dez horas nas escolas poderá até ser inútil para a maioria dos alunos, que precisam também de brincar e de descobrir as suas qualidades muito para além das aprendizagens… ministradas no meio escolar.

Quantas vezes é depois daquela fase de instrução (até aos 15 anos) que os valores humanos e culturais se desenvolvem… Quantas vezes será preciso dar espaço à imaginação dos estudantes e não será com aquela carga horária que se vai encontrar o melhor de cada um… Quantas vezes será preciso estar muito atento para denunciar as tentativas de subterfúgio de forças anti-família, pelo menos no conceito judaico-cristão…

Estaremos alerta.
 

António Sílvio Couto


segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

Os conselhos do sr. Costa


Numa sessão de esclarecimento aos seus militantes, o atual primeiro ministro, deu os seguintes conselhos aos eleitores/cidadãos: a não fumar, a não andar de carro próprio (mas de transportes públicos) para não gastar gasolina/gasóleo, moderarem o recurso ao crédito… tudo isto e algo mais em ordem a pagar menos impostos, colhendo a reversão das medidas implementadas – ao que parece pelo governo – noutras áreas da fiscalidade.

= Esta atitude do atual primeiro ministro faz recordar outros conselheiros em tempo de governação, seja na América Latina, seja nas conversas em famílias do anterior regime, pois os cidadãos ‘precisam’ de quem lhes indique o caminho mais certo para pouparem e conseguirem os bons intentos das suas vidas e das suas famílias!

= Dá a impressão que certas pessoas não conseguem distinguir entre a popularidade e o populismo, se bem que se deva dizer antes popularucho… Torna-se, assim, mais claro que o paternalismo de Estado continua a figurar no imaginário (ou será fantasmagórico?) de certos governantes, deixando escapar algum dirigismo que se pensava ultrapassado pelos quarenta anos de (pretensa) democracia.

= Por muito que se queira desculpar a infeliz intervenção do primeiro ministro em exercício, isto denota que algo vai mal no reino da democracia portuguesa, pois se fosse dito por outro interveniente seria alvo de ridicularização e este senhor – e outros – diz isto e insinua muito mais e nada lhe acontece: está protegido por uma certa penumbra de aduladores que ainda não perceberam que a inteligência dos portugueses é mais acutilante que a esperteza de quem os tenta governar… aos soluços.

= Depois de serem rotulados de ‘ricos’ os que ganha mil e cem euros, depois destes conselhos à poupança, depois de vermos as contas do orçamento a serem maquilhadas para EU ver e aceitar, teremos de perguntar se ainda podemos ter espaço para pensar sobre o que mais nos irá acontecer em breve, pois campos para intervir não faltam…

= Em vez de se falar da sobrevivência da segurança social, de ser criado um pacto para a educação, de investir na criação de emprego a sério (não nas conjeturas e nas lavagens de números dos centro de emprego), na revisão urgente do sistema eleitoral, na aceção e execução da justiça, da boa saúde… vemos estes fait-divers de quem vai dando mostras de impreparação para o cargo e de incapacidade de criar sinergias entre os portugueses.

= Afinal, quem são os ricos: os que têm carro e pagam o combustível a peso de ouro? Quem define a ‘classe média’, a capacidade de consumo ou a mediania dos critérios de gastar? Quem faz a moralização da política, os mentores da economia ou a valorização dos critérios de vida? Até onde irá a ousadia de dar conselhos: teremos uma nova moralidade coletivista?

= Com os conselhos do primeiro ministro, talvez consigam sobreviver as empresas de transportes públicos e os sindicatos tenham um renascimento no tecido social e económico do país, pois se mais cidadãos lhes prestarem culto mais poder terão para condicionar a vida coletiva…

= Sr. Costa: obrigado, mas – digo por mim – dispenso os seus conselhos… até porque só me afeta no preço da gasolina…   


António Sílvio Couto


sábado, 6 de fevereiro de 2016

Faltam-me 50 euros…para ser rico


Foi com um misto de incredulidade e de estupefação que ouvi o secretário de estado (talvez) das finanças ou de matéria aproximada dizer que, quem aufere de ordenado mil e cem euros, é considerado ‘rico’, entrando, assim, num novo escalão do irs…

Ora, sem denunciar as minhas fontes de rendimento – naturalmente parcas como padre/pároco, embora suficientes dentro da preparação ministrada no contexto católico de vivência do ‘espírito da pobreza’ – comecei a fazer as minhas titubeantes contas e dei por mim a ficar na barreira daquele montante do ínclito governante… e só me faltam cinquenta euros para ter o estatuto de ‘rico’, segundo tão dogmático conceito! Mesmo assim não deixarei de ser, possivelmente, taxado pela bitola do fisco com todas as suas artimanhas e recorrências…

= Dá a impressão que certas pessoas pedem o (mínimo) tino quando investidas em poder e ousam proferir declarações tão estouvadas, das quais se virão a envergonhar em breve, tal é a desfaçatez do dito e, sobretudo, do pretendido… Com efeito, não vale tudo para tentar lavar a incompetência, seja das ideias, seja das medidas tentadas implementar. Que não estejam (ou estivessem) preparados para governar nesta fase do país, percebe-se, pois o assalto ao poder foi tão agressivo que nem houve tempo de olhar a meios e a recursos. Que tenha sido preciso encontrar quem estivesse disponível para preencher o elenco governativo – o maior desde a revolução de 25A – e se tivesse chegado à boca de cena quem nem estava preparado, compreende-se, embora não seja aceitável. Que seja preciso atirar para a arena gente (dita) competente noutras áreas, mas que do saber político nada tem de suficiente, isso já não será (tão) razoável.

= Há pessoas que – historicamente e com dados – nunca souberam governar a própria casa, como poderão tentar conduzir o país, a nossa casa-comum? Há pessoas que estão habituadas a gastar sem fazer contas àquilo que se têm de verdade, como poderão assumir a tarefa de não exagerar nos gastos, mesmo que isso possa ser dispensável e escusado? Como poderemos entender certas posições tão perentórias com que algumas figuras do governo olham, displicentemente, o vulgo dos outros cidadãos? Será que se sentem acima dos outros ou, quando, investidos em poder, pretendem pisar quem se lhes oponha, mesmo que de forma racional e civilizada?

= A história não irá registar tanta mediocridade, por breve trecho ocupando os espaços do exercício da governação, pois já vimos demasiados outros arrogantes caírem à primeira dificuldade, tornando as suas certezas motivo de substituição e/ou de aniquilamento…político. Isto das contas requer muita competência e razoável humildade, pois até podem enganar-se na colocação dos dados na tabela de excel! Por isso, foi com preocupação do nosso futuro coletivo como país e, sobretudo, como nação que vimos, nesta saga dos dados para o OE2016, aparecerem tantas contradições matemáticas/económicas e ideológicas… dando o dito por não dito e a ‘palavra dada’ por não-honrada!

= Porque, cada vez mais, precisamos de ser governados por gente competente e séria, legitimada e sensata, livre e servidora do bem comum, acreditamos que, muito em breve, há de ser destronado, de forma democrática, quem nos vai enganando com este serviço de ‘chá e bolos’ (qual será a tabela do iva?)… enquanto nos vão (ainda) metendo a mão no bolso de forma indireta, acintosa e a médio prazo.

Afinal, são sempre os pobres – com vencimentos até oitocentos euros/mês – que pagam a crise!        

 António Sílvio Couto



quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

Austeridade ideologizada




A ‘maioria’ que suporta o governo perdeu a memória ou, então, tem consultado um dicionário onde as palavras tem sinónimos conforme lhe convém ou com significados a gosto. Diziam que iam acabar com a austeridade, mas introduziram no orçamento medidas ainda mais duras do que os anteriores. Ou será que por virem de quem vem – a tal dita esquerda, a quem tudo é permitido sem laivos de contestação! – já perderam o sentido de contenção, de novos impostos, de acrescento ao iva, de sobretaxas sobre os combustíveis, de adiamento de medidas de rigor em contraste com benesses mal explicadas e obscuras?

A cassete de certas forças partidárias já não colhe porque o empobrecimento continua, a delapidação dos recursos não abranda, os aumentos de salário foram (e são) fictícios, o poder de compra (consumo e afins) continua a minguar em vez de se afirmar nas pretensões dos cidadãos… Nem a derrota nas mais recentes eleições os fez cair do pedestal de manipulação.

Se algo mudou foi a agressividade de certa comunicação social – comprada por forças sem rosto e sem caráter – que agora, passados quatro meses das eleições legislativas e duas semanas das presidenciais, continua a esconder os reais factos da política económica de quem está no poder, continua a dizer parte da verdade – mesmo nas negociações com quem nos empresta o dinheiro para pagar as mordomias dos que mandam – colocando certas figuras a distrair-nos da situação de colapso a que chegamos… ou, talvez, de onde nunca saímos, de verdade nem sairemos a médio prazo.

= Tendo em conta que estamos inseridos no espaço europeu não podemos fazer (só) o que nos apetece nem bater o pé a quem nos dá – ou pode ainda dar – condições para sermos algo mais do que insignificantes no contexto mundial. Não será com mentiras que irão convencer quem quer mais do que subterfúgios às contas mal feitas. Não será com ataques e arremedos de inflexibilidade que iremos atrair novos investimentos ou que evitaremos que os que por cá estão não mudem de ares. Não será com governantes que gritam sem razão que conseguiremos ter razão nos momentos de aflição. Não será com pessoas que olham mais para o passado que poderemos construir um futuro mais desafogado. Não será só combatendo os ricos que criaremos riqueza, mas antes faremos surgir novos pobres estruturais e não meramente conjunturais.

= Há coisas que me fazem muita impressão: Porque será que os sindicatos conseguem, prioritariamente, desfazer as empresas em vez de criarem, responsavelmente, novos postos de trabalho? Porque será que certos partidos conseguem passar imunes às responsabilidades de destruir o tecido económico e não são responsabilizados pelo que destroem direta e indiretamente? Quem poderá distribuir riqueza se não a constrói? Que seria de certas forças se lhes retirassem o escol de pobres que vão tendo à sua volta?

= De facto, o combate à austeridade tem servido para consagrar muitos incompetentes…alguns até já atingiram o poder. Mas o rigor esse não convence quem teme ser avaliado, examinado e mesmo escrutinado. Não se pode meramente contestar a austeridade, se não houver rigor nas contas e nas responsabilidades. De pouco adiantará combater a austeridade sem rigor se tal for para enganar os incautos e eludir os menos bem avisados. Por muito que nos custe temos de saber viver com os meios disponíveis e subverter o essencial será, no mínimo, comprar novas medidas de austeridade e de maior rigor a muito curto prazo.

Digam já a verdade e não andem a apalhaçar o que não conseguem garantir!     


António Sílvio Couto


quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

Aprender a dizer ‘não’


«Os pais têm medo de ser pais. Têm medo de dizer “não”, de enfrentar os filhos e de os castigar. Há pais que têm de ser adultos. Uma coisa é ser maior e outra é ser adulto».
Este é o conselho de Javier Urra, um psicólogo espanhol, que numa entrevista a um diário português, deixou algumas ideias de como tratar/educar os filhos, sobretudo os mais problemáticos e agressivos... até para com os pais e particularmente as mães.
Aquele professor deslocou-se ao nosso país por ocasião da apresentação do seu livro ‘O pequeno ditador cresceu’, surgido nove anos depois de um outro de grande sucesso, em 2007, ‘O pequeno ditador’, com trinta e três mil exemplares vendidos em dezoito edições...em Portugal.
Partindo da realidade que conhece no país vizinho, Javier Urra tem um programa clínico com um campo de intervenção em internato e ambulatório...trabalhando pais e filhos nas dificuldades de relacionamento entre si, com centenas de casos atendidos.

* Nessa entrevista, Javier Urra em que se refere à ‘culpa da sociedade’ em certos transtornos de personalidade e a casos de agressividade de filhos para com os pais. «Os pais converteram a educação num espaço em que as crianças não podem sofrer, estão sobre protegidas. A criança aprende que só tem direitos e não tem deveres e os pais não lhe explicam que também têm deveres. (...) Os pais choram porque amam os seus filhos; estes também choram quando estão sozinhos ou à noite, porque também querem aos seus pais. Por isso lhe chamo a “patologia do amor”, querem amar-se mas não sabem».

* Questionado sobre o tempo que os pais devem dedicar aos filhos, Javier Urra considera que «é importante ter tempo de qualidade com os filhos. Eles têm de sair, de brincar, de correr, de ar livre, precisam de jogar, eles são criativos, têm muita imaginação, têm de tocar na terra, na água. Precisam de transcendência, não estou a falar de religião, mas de compreenderem que são diferentes dos outros animais, que são algo mais e é preciso dar-lhes esse alimento. Insisto muito na ideia de nos pormos no lugar do outro, de maneira a que eles sejam generosos e não egoístas».

* Atendendo às possíveis críticas sobre a atitude possessiva de muitos dos filhos e ao consequentemente fechamento (egoísmo e/ou agressividade) sobre as suas exigências para com os pais, Javier Urra lança um alerta de sabedoria feita de vida: «Claro que a vida é feita de conflitos, mas se os pais estiverem educados, forem alertados para a necessidade de amarem os seus filhos, de lhes darem atenção, de imporem regras, não teremos jovens violentos, mas solidários».

Aprender com humildade...na sabedoria da vida

Quando, há cerca de três décadas, participei num seminário, em França, onde a maioria das pessoas tinha bem mais que o dobro da minha idade, ouvi de um médico daquele país a narração de que tinham feito lá um inquérito envolvendo adolescentes. À pergunta: se teus pais morressem e ficasses só que farias? Os tais adolescentes franceses responderam que poriam termo à vida, pois não sabiam como conduzir a sua vida...
Percebi, ao tempo que os interrogados estavam um tanto imaturos para enfrentarem a vida e a solução seria um ato de desespero e de denúncia de insegurança.
Ora, percorridos estes anos de grande evolução tecnológica e de cultura eletrónica e informativa, vemos crescerem sinais preocupantes de abandono da relação pessoal e algo que quer fazer da vida uma espécie de percurso frenético onde os outros podem ser mais concorrentes do que companheiros, senão mesmo adversários e ‘inimigos’ na concorrência do dia-a-dia...mesmo os pais para com os filhos e vice-versa.
Saber dizer ‘não’ pode e deve ser um ato de amor e de estima...já. Amanhã pode ser tarde! Quem ama educa mais pelo testemunho do que pelas palavras…

António Sílvio Couto

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

Caminho jubilar (quaresmal)…em misericórdia




«A Quaresma deste Ano Jubilar é um tempo favorável para todos poderem, finalmente, sair da própria alienação existencial, graças à escuta da Palavra e às obras de misericórdia».
Eis como o Papa Francisco conjuga a vivência do ano jubilar da misericórdia na quaresma deste ano. A mensagem de Francisco intitula-se: «”Prefiro a misericórdia ao sacrifício” (Mt 9, 13). As obras de misericórdia no caminho jubilar».
Tipificando estas obras de misericórdia, o Papa refere: «Se, por meio das obras corporais, tocamos a carne de Cristo nos irmãos e irmãs necessitados de serem nutridos, vestidos, alojados, visitados, as obras espirituais tocam mais diretamente o nosso ser de pecadores: aconselhar, ensinar, perdoar, admoestar, rezar. Por isso, as obras corporais e as espirituais nunca devem ser separadas».

= Estruturas de pecado...totalitarismos sociais e políticos
Analisando a cegueira (real, assumida ou presumida) com que tantas vezes nos vamos conduzindo e até sendo guiados, o Papa denuncia o que classifica de ‘soberbo delírio de omnipotência (...) e raiz de qualquer pecado’.
Francisco, com a sua voz profética altissonante, refere que «tal delírio pode assumir também formas sociais e políticas, como mostraram os totalitarismos do século XX e mostram hoje as ideologias do pensamento único e da tecnociência que pretendem tornar Deus irrelevante e reduzir o homem a massa possível de instrumentalizar». Mas atualmente vivemos ainda em condições de «estruturas de pecado ligadas a um modelo de falso desenvolvimento fundado na idolatria do dinheiro, que torna indiferentes ao destino dos pobres as pessoas e as sociedades mais ricas, que lhes fecham as portas recusando-se até mesmo a vê-los».

Talvez seja um tanto redutor que se faça uma vivência correta e coerente da misericórdia se a cingirmos às meras ações religiosas no interior dos templos. Teremos, cada vez mais, de criarmos novas oportunidades de caminhada e de compromisso nas estruturas e nos ambientes em que nos inserimos, dando testemunho da misericórdia feita atos e sinais…mais ou menos visíveis e percetíveis.

= Cruz da misericórdia: quaresma – tempo pascal

Atendendo ao lugar onde nos encontramos em cada época e etapa da nossa vida pessoal e eclesial, agora na Paróquia da Moita quisemos propor, nesta quaresma, numa primeira etapa na quaresma e no tempo pascal depois, uma caminhada, neste ano jubilar da misericórdia, intitulada: ‘cruz da misericórdia’.
Com este sinal confecionado, especificamente, em madeira pretende-se ajudar a meditar as obras de misericórdia – as corporais, no tempo da quaresma e as espirituais, no tempo pascal – seguindo os textos dominicais e sugerindo pistas, extraídas da liturgia diária... Para cada um dos tempos litúrgicos – quaresma e tempo pascal – será elaborado um itinerário pessoal, familiar e comunitário...de caminhada.
A ‘cruz da misericórdia’ poderá vir a ser usada ainda nalguns momentos de oração comunitária, sobretudo quando envolver situações de vivência fora do espaço da igreja...concretamente nos momentos de via-sacra na rua e na procissão do Senhor dos Passos, no domingo de Ramos.
A entrega/difusão da ‘cruz da misericórdia’ será feita no primeiro domingo da quaresma com bênção e envio de todos os interessados… nas circunstâncias cento e trinta que solicitaram a ‘cruz da misericórdia’.
De referir ainda que o habitual exame de consciência, preparatório da celebração pessoal e comunitária do sacramento da penitência na quaresma, tem também por tema as obras de misericórdia corporais e espirituais.
Sobretudo, tendo por espaço de intervenção o setor paroquial da catequese, serão propostas em cada semana facetas de vivência das obras de misericórdia, em ordem a serem traduzidas em sinais e gestos de partilha – incluindo as famílias dos que frequentam a catequese – nas celebrações dominicais.
Também o setor da infância do Centro Paroquial viverá esta dinâmica ao longo da quaresma e do tempo pascal deste ano.

É uma partilha e nada mais. Assim consigamos viver esta Quaresma em caminhada jubilar de misericórdia.

 

António Sílvio Couto