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quarta-feira, 3 de novembro de 2021

... Em razão das circunstâncias



O título completo deste nosso fraseado é: será verdade, em razão das circunstâncias?

Isso mesmo queremos referir a diversas situações, tanto mais alargadas, quanto aquilo que nos pode tocar de mais próximo: factos e situações, episódios ou acontecimentos, figuras e personagens, pessoas ou associações, casos e conjeturas, perspetivas ou opiniões...

1. Será verdade, em razão das circunstâncias, que corremos um sério risco de colapsar, como dizem lá na cimeira de Glasgow, na Escócia? Esta COP26, a decorrer de 1 a 12 deste mês, pretende atalhar sobre vários perigos quanto ao futuro do Planeta Terra. Dá a impressão que todos estão conscientes sobre as alterações climáticas... a muito curto prazo. Em razão das circunstâncias chegou a hora de decidir de verdade!

2. Será verdade, em razão das circunstâncias, que o nosso país caminha para a ingovernabilidade, seja qual for o resultado das eleições antecipadas, dentro de mais ou menos dois meses? Talvez tenhamos de questionar, de verdade, aqueles que fizeram desenvocar esta crise numa confusão ainda mais atroz. Não é que estivéssemos bem, mas o que se perfila no horizonte, em razão das circunstâncias, parece ainda mais radical nos fundamentos e nas possíveis consequências... O voto é a arma do povo!

3. Será verdade, em razão das circunstâncias, que os fazedores da comunicação social – seja qual qual for a sua expressão ou dimensão – se tornaram mais jornaleiros (do poder e dos seus tentáculos) do que jornalistas (isentos, sagazes e capazes)? De facto, temos vindo a assistir a uma tal corrente de orientação de que, quem escreve – dizer ou publicar é consequência do pensamento, da escrita e na responsabilidade de ambas – tem de difundir ‘boas histórias’ (estórias), mesmo que os factos e as narrativas possam ser ofuscados, isto é, os (pretensos) jornalistas não correrão o risco, em razão das circunstâncias, de se tornarem croniqueiros de efabulações ao sabor de quem faz, paga e/ou vende, lê/vê/ouve... A mentira costuma ter perna curta!

4. Será verdade, em razão das circunstâncias, que, por ocasião da transferência de poder nalgumas autarquias houve mais má-fé do que colaboração, deixando o terreno minado e lançando confusão num futuro próximo? Pelo que se foi conhecendo houve situações dignas de países do terceiro mundo, desde limpar todas as ofertas às instituições como se fossem aduzidos aos ocupantes dos cargos até à mistura das chaves para atrapalhar as funções, passando ainda pelo esvaziamento dos cofres com subsídios, benesses e favores a destempo... Percebe-se que há gente com mau perder, mas o futuro se encarregará, em razão das circunstâncias, de julgar os mentores, fautores e executores!

5. Será verdade, em razão das circunstâncias, que se começa a notar nalguns espaços eclesiais um certo estrebuchar contra a proposta do Sínodo dos Bispos, na medida em que o chamamento à participação de todos – muito mais do que só dos clérigos – obriga a novos critérios e à mudança de hábitos? Num tempo que se deseja de participação de todos, deixar-se ficar para trás ou ser colocado à margem seriam duas atitudes pouco aceitáveis e muito menos recomendáveis. Precisamos de aprender a caminhar juntos, dando cada um o seu contributo e acolhendo as aportações dos outros. Em razão das circunstâncias todos temos algo a aprender e minimamente um pouco a dar...

6. Será verdade, em razão das circunstâncias, que virá, em breve uma nova vaga de covid, com todas as consequências, anteriormente, vivenciadas? A medo se fala da possibilidade, dizendo as conjeturas que poderemos atingir milhar e meio de infetados por dia. Em razão das circunstâncias já deveríamos ter aprendido as lições. Que falta para que seja mais humildes e honestos uns para com os outros?

António Sílvio Couto






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