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quinta-feira, 18 de novembro de 2021

5.ª vaga da ‘covid-19’ já chegou?

 


Depois de mais de vinte desde o primeiro confinamento, em março de 2020, eis-nos chegado, em meados de novembro de 2021, à 5.ª vaga de ‘covid-19’, com todas as consequências que advirão do reavivar de traumas dos momentos anteriores.

Se quisermos sistemarizar as quatro vagas anteriores podemos encontrar os momentos de manifestação da ‘covid-19’: 1.ª vaga – março a maio de 2020; 2.ª vaga – outubro a dezembro de 2020; 3.ª vaga – janeiro a abril de 2021; 4.ª vaga – julho a setembro deste ano...

Em cada uma destas etapas tivemos números estrondosos de infetados, de internados, de falecidos e também de recuperados... Mas tudo se modificou com a introdução das vacinas, sobretudo, na passagem entre a terceira e a quarta vaga, portanto, já neste ano de 2021.

1. Até à data (meados de novembro) houve em Portugal: 1,11 milhões de casos confirmados, com mais de um milhão de recuperados e ainda 18.283 mortos... à mistura com mais de 15 milhões de doses (as duas) de vacinas administradas e ainda 20 milhões de testes efetuados. Há, no entanto, cerca quarenta e sete mil casos ativos.

2. A forma como as pessoas foram enfrentando este tema da ‘covid-19’ foi evoluindo ao longo do tempo, passando por diversas fases, desde a estupefação, o medo, o terror...o cumprimento das regras mais básicas, como a higienização até à aplicação de medidas restritivas e ao acatamento dos confinamentos, passando ainda pelos testes e os condicionamentos: económico, social, sanitário, religioso... Regra geral temos sido cumpridores das mais díspares deliberações político-alarmistas, numa conjugação quase-bélica, onde não sabemos de onde vem o inimigo, embora todos lhe sintamos os efeitos.

3. O carrocel de medidas – nem sempre bem explicadas ou até corretamente aceites – foi gerando resistência nalguns setores socio-económicos, sobretudo dependentes da presença de público gastador. Turismo, restauração ou espaços de diversões (sobretudo) noturnas foram campos assazmente atingidos à mistura com tentativas de explicação, trazidas à liça por ‘técnicos e peritos’ das áreas da virologia, da epidemiologia, da desinfeção e mesmo de prevenção, tratamento ou dos cuidados de saúde... Produtos atinentes ao combate ao vírus emergiram com força e em quantidades rapidamente consomidas... Temos sabido adaptar-nos às circunstâncias, desde as mais primárias até às mais complexas e quase funestas.

4. Ao nível religioso, depois de algum tempo de confusão e quase-horror, tivemos capacidade de nos aferirmos aos novos desafios, desde os de contenção até aos de adaptação: recursos nunca antes usados foram-se tornados vulgares, desde as missas on-line até às reuniões em zoom, passando mais pela acomodação do que pelo modo de resolver as questões com novos métodos, linguagens ou mesmo orientações...mais claras, sensatas e/ou ousadas. Missas transmitidas pela internet e outros meios digitais não são aquilo a que tentamos recorrer, isto é, o de divulgar o que já fazíamos, mas sem as técnicas próprias de tal comunicação. Foi o que se pode arranjar...

5. Com o eclodir desta 5.ª vaga temos de aprender lições não-colhidas dos momentos anteriores: precisamos de continuar em prevenção e não disfarçando que tudo acabou; precisamos de voltar à normalidade, mas de forma consciente de que o vírus continua a fazer estragos pessoais e sociais; mais do que em desconfiança precisamos de viver na vigilância sobre tudo e para com todos; continuando a usar certos artefatos – higienização das mãos, da máscara e do distanciamento (dito) social – temos ainda um longo caminho a percorrer, sem medo mas com cuidado... Querer queimar etapas já deu para perceber que nos fará voltar à estaca zero ou ao menos ao ponto anterior! Isto não foi um intervalo, é, de verdade, um novo filme!



António Sílvio Couto

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