Nos dois
últimos anos em data aproximada ao dia 13 de outubro verificaram-se, em Portugal,
alguns fenómenos com certa complexidade: no ano passado, a 15 de outubro,
verificou-se um dos mais graves incêndios florestais, na zona centro do país
com 45 mortos e cerca de 70 feridos… Este ano, na noite de 13 para 14 de
outubro verificaram-se suficientes estragos, novamente, na zona centro do país,
agora na orla marítima, o furacão Leslie deixou um rasto de destruição, quase
três dezenas de feridos, à mistura com rajadas de ventos de cerca de duzentos
quilómetros/hora.
= Quem
tenha um mínimo de informação cristã saberá que foi a 13 de outubro de 1917 que
se deu a última manifestação de Nossa Senhora aos pastorinhos – com uma multidão
já presente – na Cova de Iria. Nesse longínquo dia de graça, um razoável número
de pessoas, naquele espaço, foi testemunha dum fenómeno, prometido pela Senhora
em ordem a confirmar a veracidade das ‘aparições’, que vinham a acontecer desde
maio desse ano: foi o designado ‘milagre do sol’ – depois duma intensa chuva,
esta parou e o sol girou sobre si mesmo três vezes, lançando flashs de luz
sobre a multidão… Isso foi, para testemunhas da época (até jornalistas
incréus), algo de extraordinário e para um número significativo de pessoas uma
peça importante para a autenticidade das ‘aparições’! A este episódio foram
adstritas mensagens que vieram a confirmar aquele lugar da Cova da Iria como um
espaço com simbologia de grande alcance espiritual e profético: foi dito que a
guerra iria acabar e acabou; os soldados iam voltar e alguns regressaram; foi
pedida a construção dum espaço de oração e ele foi edificado…
= Mais
dum século decorrido que relação haveria – ou poderá ser feita – com os
fenómenos dos fogos florestais do ano passado e com o arremedo do vento – coisa
nunca vista cá pelas nossas bandas – devastador por onde passou…mas tendo, sem
dúvida, a zona centro por referência?
Num caso
vimos o elemento ‘fogo’ a ritmar a leitura dos incêndios, com tantas vítimas e
prejuízos de vidas inteiras. Noutra situação foi o vento e até a chuva que
vieram lançar a destruição e uma espécie de caos…
Para
alguém que seja, minimamente, crente e que procure ler os sinais de Deus
disseminados na história humana, isto não é mera coincidência. Também não
ousamos ver nisso algo de castigo divino, mas que pode não ser meramente aceite
como uma banalidade de calendário e tão pouco como um registo de circunstância…
Deixamos,
à guisa de proposta, algumas palavras do Papa Francisco, na exortação apostólica
‘Alegrai-vos e exultai’ (n.os 167-168):
«Hoje em dia, tornou-se
particularmente necessária a capacidade de discernimento, porque a vida atual
oferece enormes possibilidades de ação e distração, sendo-nos apresentadas pelo
mundo como se fossem todas válidas e boas. Todos, mas especialmente os jovens,
estão sujeitos a um zapping constante. É possível navegar simultaneamente em
dois ou três visores e interagir ao mesmo tempo em diferentes cenários
virtuais. Sem a sapiência do discernimento, podemos facilmente transformar-nos
em marionetes à mercê das tendências da ocasião.
Isto revela-se particularmente importante, quando aparece uma novidade na própria vida, sendo necessário então discernir se é o vinho novo que vem de Deus ou uma novidade enganadora do espírito do mundo ou do espírito maligno. Noutras ocasiões, sucede o contrário, porque as forças do mal induzem-nos a não mudar, a deixar as coisas como estão, a optar pelo imobilismo e a rigidez e, assim, impedimos que atue o sopro do Espírito Santo. Somos livres, com a liberdade de Jesus, mas Ele chama-nos a examinar o que há dentro de nós – desejos, angústias, temores, expetativas – e o que acontece fora de nós – os «sinais dos tempos» –, para reconhecer os caminhos da liberdade plena: «examinai tudo, guardai o que é bom» (1 Ts 5, 21)».
Isto revela-se particularmente importante, quando aparece uma novidade na própria vida, sendo necessário então discernir se é o vinho novo que vem de Deus ou uma novidade enganadora do espírito do mundo ou do espírito maligno. Noutras ocasiões, sucede o contrário, porque as forças do mal induzem-nos a não mudar, a deixar as coisas como estão, a optar pelo imobilismo e a rigidez e, assim, impedimos que atue o sopro do Espírito Santo. Somos livres, com a liberdade de Jesus, mas Ele chama-nos a examinar o que há dentro de nós – desejos, angústias, temores, expetativas – e o que acontece fora de nós – os «sinais dos tempos» –, para reconhecer os caminhos da liberdade plena: «examinai tudo, guardai o que é bom» (1 Ts 5, 21)».
Cada um saberá
como se quer conduzir…hoje como amanhã!
António Sílvio Couto
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