«Conhecereis a verdade e a verdade vos
tornará livres».
Foi com
esta frase bíblica que o candidato vencedor nas eleições presidenciais no
Brasil se apresentou diante das câmaras de comunicação.
Jair
Messias Bolsonaro conseguiu 55,1% dos votos (57.797456 votos), enquanto
Fernando Haddad recolheu 44,9% da votação (47.040 820 votos). A diferença foi
de dez pontos percentuais e de mais de dez milhões de votos expressos.
De entre
os vários momentos na hora da vitória foi significativo o tempo de oração em
direto, para além do slogan com que terminaram: Brasil acima de tudo; Deus
acima de todos.
Atendendo
ao ambiente crispado com estas eleições no Brasil decorreram, há pequenos (ou
grandes sinais) que nos devem fazer refletir, tenhamos – quanto aos candidatos
votados – a preferência que quisermos.
Desde
logo pareceu que, nalguma da comunicação social portuguesa, não havia total independência,
antes se notou sempre – até depois dos votos contados – uma tendência
anti-Bolsonaro apelidando-o de ‘extrema direita’, de ser antidemocrata, homofóbico,
misógino, de colocar em risco o futuro do seu país… Mas haverá cerca de 58
milhões de enganados e os outros 47 milhões, que votaram no candidato vencido,
foram sempre e só democratas?
Houve
temas e assuntos que foram introduzidos na contenda que podem incomodar alguns
dos políticos mais materialistas e marxistas, ateus e agnósticos, fazedores
duma moral anti-vida e, sobretudo, contra a família. Deus apareceu nestas
eleições duma forma quase só comparável à dos jogos de futebol, na linguagem
dos jogadores brasileiros. Referências a Deus foram normais. Colocar o que se
estava a passar sob os desígnios de Deus foi habitual, bastando referir a vida
– após o atentado a Bolsonaro – do candidato…agora eleito presidente.
Assuntos
que eram considerados quase tabu foram trazidos para o espaço público, tais
como a questão da família, levando, por vezes, certos lóbis lgbt a fazerem razoável
barulho, com acusações, ameaças e convulsões. Por aqui se pode ver que há muita
gente – lá como cá – que só conhece uma forma de democracia, a sua e sem
tolerância para com os outros, sobretudo se pensam, agem e vivem de modo
diferente do deles: temos de os aceitar e eles/elas não nos
compreendem…minimamente!
= Neste
mundo globalizado pode-se perceber um tanto melhor que precisamos de ter ideias
claras e simples para estarmos neste mundo, tantas vezes adverso para com os
que têm fé e que a tentam exprimir de forma livre, respeitada e respeitadora.
Agora já não se trava uma luta entre católicos e protestantes, como em séculos
passados, mas antes entre crentes e não-crentes (podendo manifestarem-se como
descrentes, agnósticos ou ateus confessos), seja qual for a expressão religiosa
que se possa professar. Isso mesmo se viu nas eleições brasileiras, evangélicos
e católicos foram-se revendo nas propostas do presidente eleito, tal como
outros se assemelharam ao que era defendido pelo candidato vencido. Talvez seja
exagerado aquilo que foi dito na noite eleitoral sobre os evangélicos poderem
ser os responsáveis pela vitória de Bolsonaro. Dever-se-á dizer que colocar a
presença de Deus na política deveria ser mais normal do que tem sido sobretudo
por cá na velha e anquilosada Europa…
Para
alguns saudosistas da dialética marxista, dá a impressão que lhes está a
escapar o controlo particularmente da comunicação social. Hoje nota-se uma vaga
de fundo que perpassa muito para além do que a comunicação tradicional dizia,
escrevia ou mostrava. Hoje as ditas redes sociais não estão mais sob a alçada
dos critérios duvidosos dos senhores jornalistas… encartados. Hoje informar e
ser informado é mais democrático e por isso (segundo eles) perigoso para a
‘sua’ democracia.
Está na
hora de sacudir as peias da ditadura do politicamente correto! A democracia
assim permite e tal facilita…até quando? E Deus velará por nós.
António Sílvio Couto
Sem comentários:
Enviar um comentário