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sábado, 20 de janeiro de 2024

Repreendido por ter dito: ‘Jesus Cristo’

O episódio além de bizarro pode ser revelador de algo mais profundo que perpassa uma certa cultura, sendo mais do que um caso ‘à americana’.

Segundo uma mãe, do estado de Mississipi, seu filho com apenas sete anos foi repreendido pelo professor por ter dito – ‘Jesus Cristo’ (considerado um palavrão), quando deixou cair um dos seus brinquedos. O processo envolveu um recado da escola para casa, com a notificação de ‘linguagem inaceitável’.

1. Este episódio poderia parece quase uma anedota, não fosse a possibilidade de envolver outras questões e, sobretudo, tendo em conta a precocidade da criança e as reações à invocação do nome de ‘Jesus Cristo’ no meio escolar. Será isto uma espécie de fundamentalismo anticristão? Envolverá algo mais do que uma advertência? Como reagiríamos por cá a um episódio idêntico? Será que dizer ou invocar ‘Jesus Cristo’, por ocasião de uma falha, mesmo em brincadeira, constituirá, de facto, uma ofensa à convivência humana e social?

2. Parece ser cada vez mais recorrente vermos tentativas de retirar da linguagem das pessoas a referência a Jesus Cristo e aos valores cristãos, mesmo que isso seja feito de forma tácita, capciosa ou sem grandes alaridos: nas conversas, nas escritas, nas codificações, nas diversidades…na educação/ensino, nas comunicações sociais (falada ou visionada) encontramos como que um ambiente com tendência a anatematizar tudo quanto seja (ou possa ser) referência a Jesus Cristo, aos valores e critérios do Evangelho.

3. Num tempo que se reclama tanto de liberdade em todas as áreas da intervenção humana vemos crescer uma espécie de ostracização de quem possa, minimamente, afirmar-se cristão, tanto pelas palavras como pelos gestos, atitudes ou comportamento. Efetivamente a campanha anti-crucifixos por volta do ano 2010, no contexto europeu, era algo que preanunciava um ambiente a desenvolver-se cultural e civicamente. Temos de andar mais atentos àquilo que acontece numa parte deste dito Planeta, pois com facilidade se difundirá a tendência noutros locais…

4. Como bem caraterizou o Papa João Paulo II, por ocasião do jubileu do ano 2000, a perseguição aos cristãos é hoje mais do que nunca intensa, organizada e, sobretudo, silenciosa, mas efetiva. Os milhões de mártires que o século vinte fabricou – muito mais do que as perseguições no início do cristianismo – é disso um exemplo claro e palpável. Como nos referem as Sagradas Escrituras devemos ser prudentes como as serpentes e simples como as pombas, não ao contrário. Precisamos de estar vigilantes para as artimanhas com que nos tentam enredar, obrigando-nos a sermos tolerantes para com os outros, mas quase nunca o são para com os cristãos: estes estão sob a mira da obrigação e não dos direitos mínimos e iguais.

5. A terminar coloco uma espécie de provocação ao inconsciente de cada um de nós: quando algo de menos bom, de contrário ao que espero ou de negativo me acontece, qual é a interjeição que me sai da boca? Seja qual for, revela muito de mim mesmo, mais do que gostaria que mostra-se…



António Sílvio Couto

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