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segunda-feira, 22 de janeiro de 2024

Consagração ao Imaculado Coração de Maria no ‘verão quente de 1975’

 


Por estes dias tive conhecimento – através de alguém entendido na matéria e em razão do local que ocupa como reitor de um santuário mariano – que, em 1975, o então Presidente da República, Francisco da Costa Gomes, fez, no dia 14 de setembro (festa da exaltação da Santa Cruz, por sinal nesse ano era domingo), a consagração de Portugal ao Imaculado Coração de Maria, mãe de Deus.

Eis o texto:
«Santa Maria, Imaculada Conceição, Rainha e Padroeira das gentes e das terras de Portugal, certo da Vossa particular amizade ao Povo Português, como primeiro Chefe desta Nação, entrego e confio hoje para sempre ao Vosso Coração Imaculado e Materno, no meu nome pessoal e de todos os portugueses, esta nossa Pátria, os seus territórios, os seus cidadãos, as almas, os haveres, os trabalhos e instituições, todas as formas de vida, todos os quadrantes da palpitação nacional.
Aceitai ó Virgem Santa Maria, Mãe de Deus e Mãe Nossa, Senhora de Portugal, a Pátria Portuguesa, que hoje Consagro à Vossa Guarda, certo de que a tomareis para futuro à particular protecção, que sempre lhe confiastes ao longo de toda a sua História, desde o seu nascimento e nas horas mais difíceis de seus caminhos.
Prometemos honrar com filial respeito e atenção, as exigências da Vocação Cristã que os Portugueses têm por Maria desde o berço de Portugal como ao longo dos oito séculos de sua Vida, e os pedidos que em Fátima deixastes nas nossas mãos para a Paz e o Bem nosso e de todo o Mundo destes Tempos.
Peço ao Anjo de Portugal, Anjo da Paz, que em 1917 visitou o seu Povo, que nos tome com Força de Sua Guarda, junto da Senhora, Mãe de Deus, e nos alcance o Bem da Fidelidade e da Aliança com Sua Graça, no Seu Querer e na Sua Santa Vontade».
Recordemos que decorridos dois meses sobre a data desta consagração feita pelo Presidente da República se deu a reposição da normalidade política tão ameaçada nesse ‘verão quente de 1975’... De referir ainda que só em 1995 esta consagração presidencial foi tornada pública a um pequeno número de pessoas.

Em jeito de enquadramento histórico lembremos os momentos de consagração de Portugal ao Imaculado Coração de Maria:
Consagração Episcopal de 1931 e Consagração Episcopal de 1938 [Estas Consagrações de 1931 e 1938, feitas pelo Episcopado Português, segundo o Santuário de Fátima, foram renovadas em 1956, 1957, 1975, 1981, 1983 e 1992];
A consagração Presidencial de 1975;
A consagração Real de 1998, com as consagrações Reais subsequentes: de 2001 e de 2002;
A consagração Episcopal de Portugal e Espanha de 2020.

= Mesmo que de forma simples tentemos discernir o que tem sido o mistério da proteção de Nossa Senhora para com o povo português... Embora nem sempre o vejamos como queríamos, decorrido este tempo podemos testemunhar que a proteção da Nossa Senhora ao nosso país/nação é atenta, simples e eficiente. Que dizer, então, daquilo que se está a passar, em surdina, atualmente: já reparamos que a famigerada lei da eutanásia, aprovada há meses (25 de maio de 2023), ainda não foi desta que entrou em vigor por falta de regulamentação? O governo saído das próximas eleições terá essa tarefa de fazer a sua regulamentação... Não haverá, nesta matéria, Alguém a conduzir as coisas, muito para além do meramente humano? Em questões ético/morais não teremos o suporte de Nossa Senhora a suster o descaminho de tantos/as eivados de mentalidade antirreligiosa e, sobretudo, anticristã?
= Ao termos trazido à liça esta consagração feita pelo Presidente Francisco da Costa Gomes quisemos confiar na proteção de Deus e na ação dos humanos, mesmo quando não visto totalmente. Assim o consigamos continuar com fé e confiança...



António Sílvio Couto

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