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segunda-feira, 20 de novembro de 2023

Mensagem para os ‘nossos’ políticos (*)

 


Se usarmos os clássicos 5W – who (quem), what (o quê), where (onde), when (quando) e why (porquê) – poderemos encontrar pistas para esta ‘mensagem’, que tem tanto de despretenciosa quanto de preocupada para com as inquietações e as leituras em saber para onde poderá ir a nossa (portuguesa e europeia) ‘vida política’ a curto e a médio prazo.

Excentíssimos senhores,
considero como qualidades necessárias para o exercício desta ‘arte da política’ – como lhe chamava Aristóteles – certas potencialidades humanas – em linguagem cristã, diz-se virtudes ou dons – básicas: a educação cívica, o respeito pela diferença, o serviço da verdade (por palavras e ações), a lealdade para com eleitos e eleitores, a lisura de trato com as coisas económicas (públicas e/ou privadas), a honestidade de caráter com todos (incluindo simpatizantes e opositores), a assunção das responsabilidades (antes, durante e depois do exercício de alguma faceta do poder), a aceitação das vitórias e das derrotas com transparência e serenidade...

Excelentíssimos senhores e senhoras,
agradeço a vossa disponibilidade para estarem ao serviço das coisas públicas, sobretudo neste tempo em que parece estar tudo e todos sob suspeita. De facto, é quase ignóbil que seja vilipendiada a privacidade de que está ao serviço dos outros. Mais do que o efémero da fama será sempre de defender o bom nome, a honra e a tranquilidade da família, quantas vezes prejudicada pelo tempo que não lhes dedicaram. Os incómodos inerentes ao exercício da vossa função pública nem sempre é devidamente pago (económica e civicamente) e isso poderá explicar certos ‘casos’ que, desgraçadamente, são extrapolados para todos. Merecem que seja distinguido o ‘trigo do joio’, no sentido geral e nas formas particulares. Embora a verdade se manifesta, esta nem sempre consegue deixar rastos de menos-boa-crença quando algo surge a manchar uns poucos...

Senhores e senhoras que ainda querem estar (ou continuar) na vida da política,
- Pelo vosso comportamento ajudem a criar uma boa onda de credibilidade da vossa presença e ação.
- Procurem excluir das vossas listas os oportunistas e fazedores do descrédito até agora reinante.
- Cuidem de que sejam mais vistos pela competência do que pela conivência com o antes e o ‘dejá vu’.
- Sejam exigentes na elaboração - seja qual for o partido ou ideologia - das listas dos que serão submetidos à votação.
- Mais do que atenderem à satisfação dos interesses de grupos (económicos, lóbis ou ideológicos) que saibam promover o bem comum na forma e no conteúdo.
- Auguro que, pela qualidade dos executantes, sejam exorcizados os interesseiros, os bajuladores, os trapaceiros e quantos se servirem da política para enriquecer sem freio nem moral...

Queiram desculpar esta missiva, mas só a escrevi porque acredito que ainda haverá homens e mulheres que sabem e querem estar na vida política com sentido e cuidado dos outros. Que sejam mais e melhores!



(*) Membros/simpatizantes/beneficiários dos partidos políticos, autarcas, deputados (em exercício ou candidatos), governantes, assessores...juvenis ou retirados.



António Sílvio Couto

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