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sexta-feira, 17 de novembro de 2023

Dar espaço


Por vezes ouvimos dizer que ‘é preciso dar espaço’ para que possa ser colocada outra coisa, retirando algo que estava a ocupar esse tal espaço. A noção de ‘espaço’ pode ser variável, tanto mais quanto esse possa ser subjetivo. Com efeito, dizem os entendidos em matéria de assuntos psicológicos que a descoberta de ‘espaço’ e de ‘tempo’ carateriza a nossa perceção de lugar e história, isto é, quem somos e onde estamos... num determinado lugar e em relação a quê e a quem.

Neste tempo de consumismo é habitual vermos - e nós e à nossa volta - que se dá um preeenchimento do espaço (interior e exterior) das pessoas com coisas, numa quase insaciável vontade de ter mais do que, porventura, de ser. Se há época do ano em que isso parece estar mais ativo é no tempo de Natal: a sociedade de consumo fascina as pessoas com o desejo de ter mais, ter muito e ter melhor.
Atendendo a estas questões sugerimos para a preparação do Natal deste ano a expressão: ‘dar espaço’, naquilo que implica ou que possa exigir que tenhamos espaço em cada um de nós (no mais íntimo do nosso ser), que demos espaço aos outros (nos lugares onde nos encontramos com eles - na família, no trabalho, na sociedade ou na Igreja) e que consigamos, acima de tudo, que Deus tenha o seu espaço condigno e necessário.

= Etapas da caminhada

As propostas de caminhada do Advento deste ano podem ser faseadas, isto é, a partir da Palavra de Deus de cada domingo em que acolhemos e deixamo-nos interpelar ainda por algumas (mais simbólicas) ‘figuras’ do presépio.

Como linguagem de suporte podemos servir-nos da ‘estrela-do-mar’ na sua figuração.
Em cada semana (apontamos o domingo) ligando a alguma das figuras mais representativas de preparação para o Natal..e, se quisermos incluir uma outra dinâmica, as velas da ‘coroa do Advento’ com uma coloração diferente por semana
- 1.ª semana (dia 3) - ovelhas como sinais de simplicidade; na ‘coroa’ acendemos uma vela de cor verde;
- 2.ª semana (dia 10) - vaca e burro como sinais de aconchego animal; na ‘coroa’ acendemos uma vela de cor vermelha;
- 3.ª semana (dia 17) - Maria como expressão de maternidade; na ‘coroa’ acendemos uma vela de cor de rosa (em consonância com o domingo gaudete);
- 4.º domingo (dia 24) - José como significação da paternidade; na ‘coroa’ acendemos uma vela de cor azul.
No centro da ‘estrela-do-mar’ poderemos colocar uma pequena imagem do Menino Jesus, proporcional à dimensão da mesma estrela. Seria um bom presente a oferecermos a quem considerarmos que gostaríamos de fazer presença neste Natal.



António Sílvio Couto



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