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segunda-feira, 28 de novembro de 2022

Mantras, sutras e versículos...


Estas palavras como que resumem o modo de citar as ‘escrituras sagradas’ de algumas das expressões religiosas monoteístas mais representativas, como o hinduismo, o budismo, o islamismo, o judaísmo e o cristianismo...

Antes de mais poderá ser útil explicar alguns aspetos de como colocar a atenção sobre as tais ‘sagradas escrituras’, seja qual for a religião que suportam e à qual dão fundamento e significado. Isto é (ou pode ser) tanto mais necessário, quando vemos tanta gente a viver, hoje, sem orientação de nada que a vincule à mensagem divina ou que tenha algo que possa ser mais do que subjetivo e ao sabor daquilo que possa satisfazer os ‘seus’ desejos (apetites ou necessidades) sem aferição ao vínculo com os outros.

1. Mantra (do sânscrito ‘Man’, mente e ‘Tra’, controle ou proteção, significando "instrumento para conduzir a mente") é uma sílaba ou poema, normalmente em sânscrito. Os mantras tiveram origem no hinduísmo, porém são utilizados também no budismo e jainismo.

Sutra é um substantivo derivado do verbo ‘vsiv’, que significa costurar. Trata-se de um ensinamento basicamente religioso em forma de texto, originário das tradições espirituais da Índia, particularmente do hinduísmo, do budismo e do jainismo. Literalmente ‘sutra’ significa 'corda' ou 'fio' e, mais metaforicamente, refere-se a um aforismo ou a uma coleção de aforismos reunidos num manual ou, ainda um ensinamento mais longo, em prosa. No budismo, o termo "sutra" refere-se, de forma geral, às escrituras canónicas que são tratadas como registos dos ensinamentos orais de Buda Gautama.

Os versiculos são usados para citar o Alcorão (do islamismo) e a Bíblia Sagrada (do judaísmo e do cristianismo), sendo pequenas frases que se inserem em capítulos de livros ou textos aglutinados, particularmente na Bíblia, segundo critérios com longa história...

2. Feita esta aferição aos termos em uso, pretendemos, acima de tudo, colocar-nos perante a ‘sacralidade’ dos textos que servem de base a estas religiões monoteistas, tentando encontrar o nexo entre as escrituras, a sua interpretação e, sobretudo, a sua vivência por cada um dos crentes destas mesmas expressões religiosas.

Cada um destas formas religiosas tem algo a dizer sobre a inspiração, a leitura e a interpretação dos textos. Se há quem seja imutável – literal e fundamentalista – quanto ao texto escrito até hoje, no caso dos islâmicos, quanto ao Alcorão; outros tentam – como os católicos – enquadrar o contexto dos escritos, sejam pelos géneros literários, seja pelo contexto cultural da escrita; outros ainda – como os protestantes – assumem a leitura sem rede, onde cada um interpreta o que lhe convém – numa assunção quase subjetiva – ou se torna mais ao espírito da congregação onde se está.

Percorrendo esferas sócio-culturais que nem sempre – enquanto ocidentais – entendemos, as ‘mantras’ e as ‘sutras’ exigem que sejamos capazes de penetrar na metodologia que as usam e, sobretudo, na envolvênca mais profunda que desejam atingir...

3. Ora, num tempo, onde a dimensão religiosa, tanto dos escritos, quanto na vida, pouco ou nada conta, para uma maioria cada vez maior dos nossos concidadãos, sobretudo no Ocidente e na Europa em concreto, torna-se importante entender as formas de conduta destas religiões monoteístas. Vejamos os números das religiões: cristãos (católicos, ortodoxos e protestantes) – 2,4 bilhões; judeus – 14, 5 milhões; muçulmanos – 1,9 bilhão; hindus – 1,5 bilhão; budistas – 521 milhões... Há dias atingimos um total de oito mil milhões de pessoas no Planeta-Terra. Segundos dados conhecidos, há um século, na Europa, viviam dois terços dos cristãos, agora os europeus representam um quarto dos cristãos. No entanto, desde 1910, o cristianismo cresceu na África subsariana de nove milhões para 516 milhões.

Podemos e devemos refletir sobre o número dos ‘sem-religião’ (ateus, agnósticos), que são 16% (1, 2 bilihão) da população mundial...Há países na Europa (República Checa, Estónia, Dinamarca, Suécia, França e Noruega) em que ulrapassam uma largíssima maioiria populacional.



António Silvio Couto

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