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domingo, 23 de outubro de 2022

Ataques à Igreja – ‘round’ número?

É isso mesmo – em linguagem de combate de boxe – estamos, enquanto Igreja católica sobretudo na sua expressão hierárquica, em assaltos bem organizados e progresivamente tecidos. Precisamos de parar e de consciencializar a etapa em que nos encontramos ou em que nos colocam, pois não irão desistir até que possamos ser vencidos por KO! Nota-se com razoável racionalidade que muita gente – este abstrato onde se escondem por detrás de ideologias, simpatias parrtidárias ou lóbis – não consegue perceber que a Igreja é mais do que uma agremiação humana: ela foi fundada e é suportada pela força de Deus! Não tenho qualquer dúvida...

1. Um dos rounds mais turbulentos tem sido esse dos ‘abusos sexuais de menores’. Com que habilidade se foi fazendo crer que os abusos eram ‘da Igreja’ e não ‘na Igreja’, pretendendo como que confundir o erros das pessoas com a natureza da própria Igreja. Com que destreza se mistura o erro do pecado com os erros (falhas ou mesmo ações de menos boa moral ou até do foro da criminalidade) do pecador, pretendendo fazer deste uma espécie de modelo e não uma exceção. Pena seja que os mentores, os denunciadores, os executores ou até os julgadores se considerem acima de toda e qualquer suspeita, quando não passam de algo feito da mesma matéria e que, mais depressa do que julgam, poderão sentir o cumprir do adágio: ‘virar-se o feitiço contra o feiticeiro’!

2. Certamente que não é inocente nem desarticulado que, no mesmo dia, na comunicação social, surjam listas de bispos da nossa Conferência Episcopal, rotulando-os ora de conservadores ou de progressistas, ora sendo influenciados por alguma das lojas (grande oriente lusitano e grande loja regular) maçonaria… e, pior, seria esta quem alinhava a rotulagem anterior.

De facto, é bem visível, nestes tempos, essa frase na Sagrada Escritura: ‘ferirei o pastor e as ovelhas do rebanho serão dispersas’ (Zc 1,7, citado em Mt 26, 31). Será ainda mais pernicioso que se faça divisão, por simpatias humanas e influências mundanas, entre os membros do episcopado… incluindo alguns já retirados do exercício da função de bispo residencial…

3. Há algo que me intriga em muitos dos aspetos tornados públicos e lançados para a fogueira da ‘opinião pública’ – esse mais recente atavio da nova inquisição em curso – e no trucidar do julgamento e condenação sem os réus saberem de que são acusados nem serem capazes de se defenderem. Quem passa algumas informações para o público? Quem são esses ‘teólogos’ anónimos que estão sempre de serviço para afundar a Igreja? A sua qualidade teológica mede-se por esta fora do contexto da Igreja? De hereges têm muito pouco e de cismáticos só quando lhes convém! Por que razão alguns jornalistas católicos – ao menos de nome e uns certos até clérigos – nunca se assumem como fazendo parte da Igreja? Não será que, nalgumas situações, até usam informações privilegiadas ou quase confidenciais e com isso fazem furos noticiosos e/ou os fornecem a apaniguados?

Tenho pena – muita e sem compaixão – que um dia sejam descobertos, denunciados e proscritos senão da fé ao menos da profissão. Como se dizia dos romanos, quando conseguiram neutralizar Viriato, aliciando alguns lusitanos: Roma não paga a traidores! E são tantos encapotados…

4. Quase como uma desagradável constatação: não temos ouvido referência explícita à necessidade de rezarmos – pessoal, familiar e comunitariamente – por estes problemas que afligem a Igreja católica, em particular em Portugal. Precisamos de fazer força ao Céu para que, antes de tudo, reconheçamos os nossos pecados e deles nos convertamos. Está na hora de cultivarmos mais aquilo que nos une dos que enfatizarmos detalhes que nos separam. Em tantas circunstâncias ser-nos-á útil e recomendável vermos nos outros os nossos encriptados defeitos.

Qual será o próximo round do combate contra a Igreja… ou será na Igreja?



António Silvio Couto

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