Embora não tenha sido usada, a palavra ‘chantagem’ andou subjacente e a fazer estragos na nossa vida coletiva…nos últimos dias.
As esquerdas quiseram pedir
tudo e o resto para além do orçamento ao governo. O Presidente quis obrigar a
entenderem-se ou haverá eleições. Os concorrentes aos partidos em disputas
internas tentaram condicionar os adversários. Na comunicação social surgiram
opiniões e propostas em função das sensibilidades ideológicas. Quem esteve a
negociar – ou a fazer-de-conta de tal – na (dita) concertação social viu-se
ultrapassado por outros interesses.
2. Num serviço deplorável certa comunicação social – como voz do dono e mais interessada na solução defunta – gasta muito do seu tempo a invetivar quem não lhes agrada, dizendo que respeitam os votos – sejam quais forrem – embora deem a entender que o povo parece mais estúpido do que normalmente é…Os argumentos são tão frágeis e mesquinhos que voltados ao contrário revelam a qualidade de mentalidade e a subtileza de inteligência… Felizmente cada um só tem um voto, mas uns tantos acham-se no direito de pretenderem transferir para o exercício da (dita) democracia, os vícios e manhas do clubismo barato…
Não será isto chantagem
sublimada pelo pretenso direito de opinião?
3. Mais uma vez confirmámos a informação do tal comandante militar romano sobre um certo povo que vivia, ao tempo, no noroeste da Península Ibérica: há aqui um povo que não se governa nem deixa governar! Somos, de verdade, um povo específico, pois mais do que cultivarmos a sã convivência na diferença, arranjamos casos e casinhos para fomentarmos a divisão, nessa vivência de dividir para reinar e, numa lógica quase-irracional, de preferimos vingar os nossos interesses ao de unirmo-nos para vencermos as dificuldades. Agora sabemos melhor – dado que a escola da intrujice continua a formar mestres e doutores – que há partidos políticos que não olham a meios para atingirem os seus irracionais fins, nem que para isso tenham de deitar fora a aceitação popular que pareciam ainda ter.
Tenho dito e escrito por
diversas vezes que o anterior chefe de governo socialista será considerado um
anjinho à luz das patranhas que o atual tem feito em surdina e fora dos palcos.
Quando se descobrir, já estaremos sob resgate externo e a pagar com juros tais
façanhas por agora sem denúncia nem assunção. Mas não foi este governo em
funções que lançou quinze milhões de euros de ajuda à comunicação social? Esta
para já tem sido cordata e submissa…
António Sílvio Couto
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