Os
resultados provisórios dos ‘Censos 2021’ registam que residem em Portugal
10.347.892 pessoas.
Estes
dados, divulgados por estes dias, são a recolha do décimo sexto recenseamento
geral da população e do sexto recenseamento geral da habitação e que decorreu
de 5 de abril a 31 de maio passados. 99,3% dos dados foram disponibilizados
através de canais digitais…e não podemos esquecer que estávamos a viver um
tempo de confinamento devido à pandemia em curso.
1. Se compararmos os dados agora
obtidos com os do recenseamento de 2011 poderemos, desde já aferir, que houve
um decréscimo de 214.286 pessoas… coisa que nos coloca ao nível de 2001 – éramos
10.356.117 pessoas – e a descida só foi tão acentuada entre 1960 e 1970… com os
fenómenos da emigração e da guerra colonial.
2. Por comparação entre homens e
mulheres há, segundo estes censos, 4.917.794 homens (48%) e 5.430.098 mulheres
(52%). Nos últimos dez anos, dos 308 municípios, 257 registaram decréscimo da
população e apenas 51 registaram aumento populacional. Cerca de metade da
população concentra-se em trinta e um municípios, na sua maioria localizados
nas áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto.
3. Fixemos a nossa atenção nos
municípios (nove) da área da Diocese de Setúbal, que correspondem aos concelhos
enquadrados entre os rios Tejo e Sado. Apresentamos de forma gradativa – do
menos para o mais populoso – e recortando as variações nestes últimos dez anos:
Alcochete
– 19.148 residentes, com mais 1.579 do que em 2011;
Sesimbra
– 52.465, com mais 2.965;
Montijo
– 55.732, com mais 4.510;
Moita –
66.326, com mais 297;
Palmela
– 68.879, com mais 6.048;
Barreiro
– 78.362, com menos 402;
Setúbal
– 123.648, com mais 2.499;
Seixal –
166.693, com mais 8.424;
Almada –
177.400, com mais 3.370.
No total
a diocese de Setúbal tem residentes cerca de 820 mil pessoas, numa área de
1.500 kms2. Quase todos os concelhos (vigararias) cresceram, à
exceção do Barreiro que decresceu, associando-se ao concelho de Moita, que
quase estagnou. Com efeito, esta vigararia do Barreiro-Moita é a que menos
residentes apresenta em aumento, no seu conjunto…
4. Estes dados devem fazer-nos
refletir sem agravos nem acusações, pois, antes de tudo, precisamos de intentar
o diagnóstico para encontrarmos a solução. Com quase um português em dez a
residir neste espaço de entre Tejo-e-Sado talvez seja de questionar quem aqui
vive, por que razão escolheu aqui residir e até quais são as expetativas, dado que
quase trinta mil pessoas também tal fizeram… De povo de imigrantes, agora vemos
crescer uma nova onda de pessoas que chega atraída já não pelas fábricas da
zona/cintura industrial, mas por algo que se torna essencial descobrir, atender
e responder. Ficaram aquém-Tejo, mas nem sempre são equiparados com os da outra
margem. Os fervores revolucionários foram enfraquecendo e os lutadores
falecendo, mas a busca por uma vida melhorada continua.
5. Há uma identidade a fazer, sendo
cada um como é, assumindo-se e desenhando um futuro com significado, onde cada
qual seja intérprete da sua história, sem medo do passado e tão pouco em negligência
sobre o presente. Homens e mulheres deste tempo temos de questionar a nossa
conduta à luz da mensagem do Evangelho, por forma a fazermos de cada
oportunidade um espaço de graça e uma capacidade de tornar este mundo mais
fraterno e mais humano por que mais cristão.
António Sílvio Couto
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