Nos tempos mais recentes o preço dos combustíveis disparou duma forma assustadora e quase vergonhosa, tendo, da parte dos consumidores, uma espécie de reação de silêncio cúmplice, amorfo e sem nexo.
Há casos
em que um litro de gasóleo custa – no correspondente à moeda antiga – quase quatrocentos
escudos, isto é, 1,8 euros. Se repararmos bem e de forma atenta, exigente e
consequente pagar 1,6 euros por um litro de gasolina faz-nos recordar que isso
seria de cerca trezentos escudos… sem apelo e muito agravo.
3. Com tantos e tão graves sinais procedentes desta dita ‘sociedade covil’ torna-se difícil não perceber que as pessoas preferem salvar a pele – literalmente e de forma vacinada – a questionarem o caminho por onde vamos. A situação afigura-se-nos perigosa, pois o ‘pão e jogos’ de outras épocas já não entretém nem ilude a populaça, por agora mais reservada nas suas reivindicações, refugiada nas suas ocupações e mesmo entretida nas suas devoções…que não meramente as religiosas de antanho.
Há uma
pergunta que quase todos fazemos: o preço do litro de combustível reflete o
quê? Qual o valor real lançado e vilipendiado pelos impostos? Qual a panóplia
de taxas e taxinhas que estão associadas ao custo do litro de combustível?
65,3% do preço do litro da gasolina 95 representam impostos e taxas. No
gasóleo, o valor de impostos é de 59,1%;. O custo final do combustivel apreenta os
seguintes impostos; Imposto sobre os Produtos Petrolíferos (ISP), o
adicionamento sobre as emissões de CO2 (Taxa de Carbono), a contribuição de
serviço rodoviário (CSR).e ainda o montante de Imposto sobre o Valor
Acrescentado (IVA)…numa palavra: mais de dois terços do valor pago pelo
consumidor/contribuinte vão para impostos. É digno de registo: só os impostos
sobre produtos petrolíferos (ISP) rendem aos cofres do Estado cerca de 3,5 mil
milhões de euros…anuais!
Gasolina
sem chumbo 95: 22,05 litros X 1,814 euros – 40 euros;
Numerário
IVA 23%, 7,48 euros de 32,52 € líquido;
Taxa –
ISP: 0,668/litro – 22,05 – 14,73 €.
Continuamos
calados, deixando que nos explorem. Somos uns dos países mais caros da Europa.
Até quando?
António Sílvio Couto
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