Como se fosse já o tempo das vindimas, eis que caem na trituradora da vida – da justiça, da comunicação social ou da opinião pública – casos de pessoas, aparentemente, impolutas, veneráveis, benfeitoras e dirigentes…
Uns
tantos esfregam as mãos de contentamento – quais infantis em maré de vitória – sobre
as situações em apreço, pois eram concorrentes em espaço e modelo de conduta…os
‘perseguidos’ como que simbolizariam ideias contrárias aos regozijantes… num
indisfarçável conluio de interesses e/ou de simulações.
Outros
sentem-se embasbacados pelos que foram trazidos à barra do questionamento, pois
até eram suporte de propaganda em maré de eleições…o vermelho, virou encarnado,
simulando um e outro quem ajuda quem, quando, onde ou como…agora como no
passado. O flamejar do estandarte revela poucas vitórias!
1. Com breves dias de diferença vimos figuras recentemente alçadas na vida pública – social, política, desportiva, cultural – a caírem com estrondo e aparato, desde logo não escapando ao juízo da populaça e com os inexplicáveis sabichões na comunicação social a atiçarem os problemas. Gente que fez o regime há poucos anos, está estatelada, censurada e, nalguns casos, coartada na liberdade…Quais mitos nas suas áreas de intervenção tornaram-se lazarentos de quem se foge por medo de contágio.
4. Como povo propenso para um certo fatalismo e dramaticidade estaremos a cavar a sepultura coletiva na proporção em que nos afundamos sem nexo nem pejo. Nota-se uma recorrência em vermos explorados casos de figuras ligadas ao mundo do futebol. Jogo de muitas paixões continua o setor do futebol a ser propício para jogadas nem sempre claras ou às claras. A mistura de interesses – autárquicos, políticos, religiosos, regionais ou de incidência mais nacional – tornou-se explosiva para quantos nele se metem, por vezes com outros intuitos que não os do desporto. Atendendo aos milhões de euros envolvidos – à vista de todos ou sob a mesa e/ou à socapa – os relacionamentos no futebol merecem ser colocados de atalaia, tanto mais que os casos conhecidos serão como que a ponta ínfima do icebergue…
Há tanta
gente com poder, mas sem autoridade e há quem exerça a autoridade no nível
mínimo de poder.
António Sílvio Couto
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