Por decisão da Conferência Episcopal Portuguesa, no
próximo dia 25 (quarta-feira), será renovada a consagração de Portugal ao Sagrado
Coração de Jesus e ao Imaculado Coração de Maria.
Será às 18.30 horas, a partir do santuário de
Fátima, pelo Cardeal António Marto, bispo daquela diocese e vice-presidente da
CEP.
Entretanto, também o episcopado de Espanha se uniu a
esta iniciativa dos bispos de Portugal e participarão na consagração ao Sagrado
Coração de Jesus e ao Imaculado Coração de Maria.
Segundo o
comunicado da comissão permanente da CEP ,“todas as Dioceses estarão unidas na
oração do Rosário pelas intenções de todo o mundo e em particular de Portugal,
nesta situação dramática que estamos a passar devido ao coronavírus Covid-19”.
Esta consagração será feita na linha daquela que foi realizada a 20 de outubro
de 2019, efetuada também em Fátima pelo cardeal D. Manuel Clemente e com
a presença de trinta e sete bispos, por ocasião do encerramento do ‘ano
missionário’ e assinalando também os 175 anos do Apostolado da Oração no nosso
país.
A primeira consagração de Portugal ao Imaculado Coração de Maria aconteceu no dia 13 de maio de 1931, oito meses depois do reconhecimento oficial das aparições pelo bispo de Leira, no final da primeira peregrinação nacional do Episcopado português a Fátima.
Mais tarde, em outubro de 1942, ano em que se celebrava o 25.º aniversário das aparições, através de uma radio-mensagem, o Papa Pio XII consagra o mundo ao Imaculado Coração de Maria.
A primeira consagração de Portugal ao Imaculado Coração de Maria aconteceu no dia 13 de maio de 1931, oito meses depois do reconhecimento oficial das aparições pelo bispo de Leira, no final da primeira peregrinação nacional do Episcopado português a Fátima.
Mais tarde, em outubro de 1942, ano em que se celebrava o 25.º aniversário das aparições, através de uma radio-mensagem, o Papa Pio XII consagra o mundo ao Imaculado Coração de Maria.
= Qual poderá ser o significado desta consagração –
tanto de Portugal como de Espanha – ao Sagrado Coração de Jesus e ao Imaculado
Coração de Maria? Será isto uma invocação de Deus (só) nas horas de aflição? Nesta
encruzilhada de questões, como poderemos incluir e comprometer Deus? Estaremos
a vincular social e politicamente o país – no caso até os dois países – num
tempo de acentuado laicismo agnóstico?
Que esperamos desta consagração? Estaremos capazes
mais de dar do que pretendemos receber de Jesus e de Maria? Estará este momento
a reavivar uma fé escondida ou fará encobrir o pouco que ainda resta? Já
descobrimos neste puzzle de emoções algo que nos chame à conversão ou limitamo-nos
a adaptar-nos à conveniência? Até onde irá a disponibilidade pessoal, familiar,
social e eclesial de questionarmos o que somos à luz daquilo que vivemos?
= Na oração proferida em 20 de outubro de 2019
dizia-se:
Coração
de Jesus,
Verbo
eterno feito carne,
por Ti,
contigo e em Ti
a
Igreja em Portugal compromete-se
a
escutar a voz do teu Espírito que sopra onde quer e fala de formas sempre novas,
a
conservar a humildade de coração,
a
reconhecer as maravilhas que Deus realiza hoje no nosso mundo,
a
converter-se em cada dia às exigências das bem-aventuranças,
a
oferecer-se sem medida pela realização plena de cada homem e mulher do nosso
tempo,
a
empenhar-se pela justiça, pela paz e pelo cuidado integral da criação,
a ser
Igreja em saída e missão de proximidade nas periferias do mundo,
a ser
semente de esperança comprometida com a vida que nos rodeia.
Nota-se nesta parte final da oração, passados menos
de cinco meses, há algo de uma razoável mudança das ‘condições do nosso tempo’,
pois hoje temos de estar em casa com medo do ‘covida-19’ e nessa época
estávamos dispostos (?!) a ‘ser Igreja em saída’… ‘As maravilhas’ são agora
condicionantes que ‘Deus realiza no nosso tempo’. De facto, entre a data de
outubro de 2019 a março de 2020 muita coisa mudou e continuará a mudar…
Deixemos que Deus nos fale e ajudemo-nos a entendê-lo.
António Sílvio Couto
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