A Paróquia da Moita, como vem sendo habitual nos últimos cinco anos, preparou um postal de Natal para fazer chegar ‘a todos os homens e mulheres de boa vontade’, que não vêm à igreja...
Contendo uma mensagem do pároco a desejar a todos um santo e feliz Natal e um ano de 2016 abençoado na paz, o postal tem no frente a reprodução dum azulejo da igreja paroquial da Moita, representando a ‘fuga de Jesus para o Egito’...sendo dada a explicação: ‘em comunhão com os problemas humanos e sociais dos nossos tempos’!
De facto, as figuras mais simbólicas do quadro do presépio - Jesus, Maria, José a (até) o burro - estão ali representadas... embora noutra vivência e, particularmente, em momentos também complicados para a Sagrada Família de Nazaré: a experiência de refugiados em terra estrangeira, salvaguardando a vida do Menino.
Embora tenha diminuído a referência aos refugiados que ‘invadiram’ a Europa nos últimos tempos, não podemos ficar com a sensação que foram varridos para debaixo do tapete noticioso, como que para escondê-los da vista e assim não afligirem a pacatez dum Natal consumista e egoísta, nostálgico e falso, interesseiro e desconexo da vida...
- Por estes dias foi mais visualizado o espetáculo de certas forças ambientalistas, mas onde o que conta são as suas visões ideológicas e quase panteístas... transfronteiriças.
- Por estes dias tem-se vindo a discutir quem pagará a fatura do desrespeito pela natureza, mas sem a referir a Deus-Criador.
- Por estes dias vive-se a correria para que possa haver conforto, no (pretenso) Natal, mas a família vai-se desfazendo com tantos conluios de faz-de-conta.
Este postal de Natal, pretende ser um sinal para quantos têm ainda humanismo no coração, provocando a reflexão sobre os cuidados que devemos aos outros e como podemos ser mais fraternos e solidários.
Haja Natal de Jesus, pois Ele é o festejado.
António Sílvio Couto
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