Nos dias bem recentes
vimos duas atitudes um tanto esquizofrénicas para com o quarto ano da
escolaridade: numa semana suprime-se o exame – com o patrocínio das forças da
(autoapelidada) esquerda – e passados dias é reintroduzida – por proposta do
governo em funções – a aferição, no final do ano, para o mesmo tempo de
instrução…
Se no caso do exame era
considerado stressante submeter as crianças ao dito, na aferição dá-se-lhe o
conteúdo sem conteúdo, isto é, só serve para avaliar o processo de aprendizagem
e não o aluno nos seus conhecimentos…
= Este exemplo de conduta
das coisas na área da educação é algo sintomático da confusão em que vamos
andando: com avanços e recuos, com medidas de teor populista, com o fazer o
mesmo só lhe modificando a embalagem…e a subtil conivência de certa comunicação
social, que agora encolheu as garras para com quem manda, pois não parece mais uma
fera amestrada em espetáculo de circo – agora que os animais foram retirados
das sessões – por algum complexo de tolerância mais ou menos comprada, sabe-se
lá com que custo e mesmo com que duração…
= Nas coisas da economia
e finanças vive-se idêntica capacidade de benevolência, passando uma certa
esponja sobre as incongruências, pois o que antes eram ‘medidas de austeridade’
agora tornam-se em ações acerto de contas. Aquilo que antes era tido como
condicionador do crescimento económico, agora pode-se dizer tudo e o seu
contrário e nada acontece. Veja-se a questão da inflexão sobre a sobretaxa do
irs, repare-se também no acerto do ordenado mínimo: o que antes era insuspeito
para a defesa da classe trabalhadora, agora torna-se num processo de
negociação, onde muitas empresas e instituições – sobretudo na economia social
– entrarão em colapso…a curto prazo… E os deputados e governantes estarão a
salvo das suas regalias e benesses atuais e futuras!
= No setor da justiça –
seja da praticada, seja na que está em investigação – vive-se tal confusão, que
muitos réus surgem como juízes, acusando tudo e todos, pois sentem-se acima da
justiça, contando com a farsa de certa comunicação que faz o favor de dar voz a
quem tanta perturbação traz…como se fosse um intocável de casta superior por
entre o lamaçal mais hediondo…no seu conceito!
= Perguntas de quem se
sente envergonhado como português, que fez o exame da 4.ª classe e tantos
outros estudos e exames para conseguir sentir-se instruído e tendo como única
fortuna de vida os conhecimentos adquiridos com esforço e persistência:
. Até onde irá prosseguir
este clima de fim de estação, quando não se atende ao essencial e se anda a
cultivar o secundário?
. Ainda poderemos
acreditar que os cidadãos são todos iguais perante a lei e o cuidado da
justiça? Não haverá uns mais diferentes que outros, desde que professem certas
ideologias?
. A quem interessa o
clima de facilitismo? Como virá ser considerada a geração dos mais
escolarizados, mas suficientemente mais ignorantes?
. O que está acontecer
será já resultado da ‘geração dos doutores de Bolonha’ ou ainda isto só o
princípio do fim?
. Não será que, em breve,
teremos de voltar a fazer estudar quem dá frutos de tanta irregularidade na
aprendizagem e na educação…humana e cívica?
Estamos no século XXI e
parece que a nossa evolução cultural tem andado ao sabor de quem comanda a partir
de lojas e afins, criando a sensação que aqueles/as que dão a cara – na
governação e no poder exercido – não passam de marionetas de feira mais ou
menos popular… até um dia serem dispensados!
António Sílvio Couto
Pois, sinto o mesmo de que todo o meu esforço nos estudos serviu para hoje em dia ficar a ver os outros deficientes com maia facilidades no ensino superior . É um exemplo que deixo aqui. Usam a LGP como algo de que lhes dá privilégios . Tudor encapotado.
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