Partilha de perspectivas... tanto quanto atualizadas.



segunda-feira, 17 de junho de 2019

Engordar os dependentes do ‘estado’


A discussão volta a animar a vida política: há quem privilegie os servidores do ‘estado’, dando-lhes regalias, benesses e prometa aumentar-lhes os vencimentos e as oportunidades de emprego, postergando quem não gravite nesse âmbito… isto é, os privados e quem não precisa da proteção da ‘providência’ estatal. Em contraste os milhões de contribuintes esmagados com impostos não têm oportunidade nem defesa contra quem os explora e os faz ser peça de engrenagem para enriquecimento do ‘estado’…totalitário.

Desde já uma declaração de princípios: sou pela iniciativa privada, contribuo para o ‘estado’ naquilo que são os impostos sociais, dele tenho recebido o mínimo e não acredito na boa conduta ou execução dos deveres do tal ‘estado’ sem rosto nem bom senso…naquilo que toca à justiça nem à básica solidariedade!

Recordando: os contribuintes estatais não chegam a vinte por cento da produção de riqueza…nacional. Muitos deles vivem à sombra dos benefícios que lhes criaram as tutelas partidárias. Uma boa parte está dependurada nas benesses encriptadas. Usam e abusam do poder que têm, criando uma penumbra de suspeita sobre a sua honorabilidade (direta ou camuflada) e, sobretudo, seguindo uma forma de conduta pouco aceitável: ‘tal dinheirito, tal trabalhito’! Não acredito, minimamente, nisso a que vão designando, quando convém, de ‘serviço público’, sobretudo, tendo em conta o serviço de atendimento ao público, na maior parte das vezes menosprezado e negligentemente tratado…  

Bastaria um pouco de observação e muitos dos atributos de alguém ser considerado ‘funcionário público’ preencheriam os requisitos mais elementares de que algo não vai muito bem no reinado deste setor fundamental da nossa sociedade. Veja-se a apetência para que alguém possa entrar nesse quadro onde o despedimento está fora de possibilidade, o vencimento mensal situa-se na barreira do garantido e de que as regalias do campo da saúde estão suportadas…sem qualquer dúvida.

Com a promessa de que o quadro vai ser alargado, com a perspetiva de que os que ocupam instâncias superiores vão ser aumentados, vislumbra-se que, quem tal proclama, sabe as linhas com que se cose e que tem meios para afiançar tais pretensões. Será que isto basta para atingir a barreira dos quarenta e tal por cento dos votantes? Irão todos seguir a tendência de segurar-se primeiro e esperar depois ou será o contrário, não se deixarão iludir, pois o passado já cumpriu a desilusão?  

= Os contribuintes privados e fora dos círculos das áreas metropolitanas (de Lisboa e do Porto) ainda são, pelo menos, quarenta por cento dos cidadãos nacionais. Ora, estes são, normalmente, vistos e tratados como de segunda categoria. Veja-se no processo dos passes-sociais e multimodais dos transportes, nas regalias quanto à energia elétrica, à procura dos bens e serviços de comunicação (tanto dos correios, como do setor bancário), às questões de saúde e de segurança…sem esquecer o que envolve muitos dos problemas de educação.

De facto, a sanha persecutória a quem não era do ‘estado’ no ensino está a criar vítimas em catadupa: escolas bem conceituadas e de sucesso fecham só porque os acordos de associação não foram assinados… Com feito, o ‘estado’ agnóstico tem outros interesses e objetivos, desde logo o de asfixiar quem faça diferente da tutela ideológica de sabor dialético-marxista reinante. Certamente alguns rejubilarão com o sucedido, mas os cidadãos ‘privados’ ficam atingidos nos seus direitos, liberdades e garantias… que os proponentes tanto apregoam, mas não praticam…minimamente.

Por quê este manto de silêncio na comunicação social? Será resultado da compra dos direitos de indignação ou faz parte do plano de reduzir tudo ao menor denominador comum da imbecilidade? A quem interessa narcotizar as fontes de reflexão e de questionamento? A maioria das escolas tinha tónica cristã/católica… 

= Como já exprimi anteriormente: ser de esquerda é viver à custa do ‘estado’ e ser de direita pode reduzir-se ao privado? Aquele não se alimenta sugando os impostos deste? Se os privados não pagarem os impostos/contribuições, o tal ‘estado’ terá fundos para distribuir favores aos seus lacaios?

Afinal, quem defende os privados, se os governantes se ancoram, sobretudo, nos favorecidos do ‘estado’?

Diz a experiência que, com dez nos privados, se governa, quem, no ‘estado’, gasta cinquenta. Até quando?      

 

António Sílvio Couto

Sem comentários:

Enviar um comentário