À
semelhança do que aconteceu com a Páscoa, assim o Pentecostes do tempo de Jesus
coincidiu com a festa judaica, isto é, a Páscoa de Jesus
(paixão-morte-ressurreição) deu-se, cronológica e historicamente, quando
acontecia a celebração da Páscoa judaica, assim, cinquenta dias depois, é o que
significa ‘Pentecostes’, se celebrava, em Jerusalém, com solenidade, por seu
turno, no Pentecostes cristão dá-se a manifestação do Espírito Santo sobre os
apóstolos reunidos no Cenáculo.
Vejamos a identidade de cada momento de Pentecostes nestas etapas da revelação na Sagrada Escritura:
Vejamos a identidade de cada momento de Pentecostes nestas etapas da revelação na Sagrada Escritura:
* Pentecostes judaico – de festa
agrícola à celebração da Lei
Tal como
outros momentos de festa entre o povo judaico também o Pentecostes teve início
em ritos de natureza agrícola e em vivências do ritmo de vida ligado à
terra…portanto, já numa etapa de estabilização do povo de Deus.
O Pentecostes começou por ser uma ‘festa de colheitas’ (Ex 23,16), em que eram oferecidas as primícias dos produtos da terra (Ex 24,32; Num 28.26) e, por conseguinte, uma festa alegre (Is 9,2) e de ação de graças, em que se dava graças a Deus pela colheita do trigo. A esta festa essencialmente agrária, se deu também o nome de ‘festa das semanas’ porque era celebrada sete semanas depois da ‘festa dos ázimos’ (Páscoa), tendo-lhe sido dado um sentido histórico, na qual se celebrava a promulgação da lei moisaica no Sinai… e isso trazia, em peregrinação a Jerusalém, milhares de judeus espalhados pelo mundo… tal se verá na descrição do livro dos Actos dos Apóstolos, já em contexto de celebração do Pentecostes cristão.
* Pentecostes cristão – derramamento do Espírito Santo
O Pentecostes começou por ser uma ‘festa de colheitas’ (Ex 23,16), em que eram oferecidas as primícias dos produtos da terra (Ex 24,32; Num 28.26) e, por conseguinte, uma festa alegre (Is 9,2) e de ação de graças, em que se dava graças a Deus pela colheita do trigo. A esta festa essencialmente agrária, se deu também o nome de ‘festa das semanas’ porque era celebrada sete semanas depois da ‘festa dos ázimos’ (Páscoa), tendo-lhe sido dado um sentido histórico, na qual se celebrava a promulgação da lei moisaica no Sinai… e isso trazia, em peregrinação a Jerusalém, milhares de judeus espalhados pelo mundo… tal se verá na descrição do livro dos Actos dos Apóstolos, já em contexto de celebração do Pentecostes cristão.
* Pentecostes cristão – derramamento do Espírito Santo
Em Act
2,1-11 se relata a manifestação do Espírito Santo, no dia do Pentecostes. Nesta
celebração histórica do Pentecostes cristão encontramos breves resquícios da
confluência de festas verificadas no Pentecostes judaico: diz dos discípulos
(Act 2,13) que estavam cheios de vinho doce, ora este era um dos primeiros
frutos da videira e era oferecido na festa judaica em primícia no templo de
Jerusalém. Faz-se referência à multidão dos peregrinos (Act 2,9-11) numa
espécie de amálgama de pessoas que poderiam trazer confusões, senão fossem bem
orientados. Por outro lado, os sinais – línguas de fogo e glossolalia – com que
os discípulos são abençoados e como se comunicam, fazem desse momento o
cumprimento duma nova Lei – a do Decálogo era suplantada – na força do Espírito
Santo.
Digamos: se a promulgação da Lei no monte Sinai foi algo constitutivo do povo de Deus na revelação a Israel, o derramamento do Espírito Santo marca o dia zero da Igreja de Cristo com uma linguagem nova, já não a dos homens, mas a de Deus e com sinais de comunhão pelo entendimento daquilo que é dito na diversidade dos vários povos, línguas e culturas.
Na identidade cristã da Europa, nós, em Portugal, somos dos poucos povos que não verteram em feriado nacional o dia seguinte ao Pentecostes… Falta de tradição ou de consciência de pertença?
Digamos: se a promulgação da Lei no monte Sinai foi algo constitutivo do povo de Deus na revelação a Israel, o derramamento do Espírito Santo marca o dia zero da Igreja de Cristo com uma linguagem nova, já não a dos homens, mas a de Deus e com sinais de comunhão pelo entendimento daquilo que é dito na diversidade dos vários povos, línguas e culturas.
Na identidade cristã da Europa, nós, em Portugal, somos dos poucos povos que não verteram em feriado nacional o dia seguinte ao Pentecostes… Falta de tradição ou de consciência de pertença?
Recorremos
às palavras do Patriarca Atenágoras (1948-1972), onde se faz um solene
contraste entre a Igreja/pessoa conduzida pelo Espírito Santo ou quem não se
deixa conduzir:
“Sem o
Espírito Santo, Deus está distante,
o Cristo
permanece no passado, o Evangelho uma letra morta,
a Igreja
uma simples organização, a autoridade um poder,
a missão
uma propaganda, o culto um arcaísmo,
e a ação
moral uma ação de escravos”.
Queremos estar mesmo sob a condução do Espírito Santo? Estaremos aí sintonizados?
Queremos estar mesmo sob a condução do Espírito Santo? Estaremos aí sintonizados?
Em
Igreja deixemos que o Espírito de Deus nos conduza e nos guie sempre mais e,
sobretudo, melhor!
António Sílvio Couto
Sem comentários:
Enviar um comentário