Tendo
celebrado por estes dias a solenidade do Corpo de Deus – em que uma das
componentes é essa de ir em procissão para a rua com Jesus presente na hóstia
consagrada – ouso deixar um breve reflexão sobre esta temática – a missa começa
quando acaba a eucaristia?
Entendamos
por ‘eucaristia’ todo o ato celebrativo com as duas partes: liturgia da Palavra
e liturgia eucarística, bem como tentemos entender a palavra ‘missa’ com que
tantas vezes designamos a própria eucaristia…ao menos no sentido missionário.
«Recebendo o Pão da vida, os discípulos de
Cristo preparam-se para enfrentar, com a força do Ressuscitado e do seu
Espírito, as obrigações que os esperam na sua vida ordinária. Com efeito, para
o fiel que compreendeu o sentido daquilo que realizou, a Celebração Eucarística
não pode exaurir-se no interior do templo. Como as primeiras testemunhas da
ressurreição, também os cristãos, convocados cada domingo para viver e
confessar a presença do Ressuscitado, são chamados, na sua vida quotidiana, a
tornarem-se evangelizadores e testemunhas. A oração depois-da-comunhão e o rito
de conclusão – a bênção e a despedida – hão de ser, sob este aspeto, melhor
entendidos e valorizados, para que todos os participantes na Eucaristia sintam
mais profundamente a responsabilidade que daí lhes advém. Terminada a
assembleia, o discípulo de Cristo volta ao seu ambiente quotidiano, com o
compromisso de fazer, de toda a sua vida, um dom, um sacrifício espiritual
agradável a Deus (cf. Rom 12,1). Ele sente-se devedor para com os irmãos
daquilo que recebeu na celebração, tal como sucedeu com os discípulos de Emaús
que, depois de terem reconhecido Cristo ressuscitado na «fração do pão» (cf. Lc
24,30-32), sentiram a exigência de ir imediatamente partilhar com seus irmãos a
alegria de terem encontrado o Senhor (cf. Lc 24,33-35)» – João Paulo II, Carta
apostólica ‘Dies Domini’ sobre a santificação do domingo, n.º 45.
Efetivamente a palavra ‘missa’ vem da expressão de envio, no final da celebração: ‘Ite, missa est’, isto é, ‘ide, sois enviados’. Com efeito, aqui ‘missa’ vem do verbo latino ‘mitto’ que significa enviar, e, na aceção da expressão latina – ‘ite, missa est’, quer dizer alguém que é enviado com uma missão… No caso de quem participou na eucaristia com a missão de fazer Jesus Ressuscitado acontecer no mundo, onde estão os cristãos.
Eis como o Papa Bento XVI, na Exortação apostólica pós-sinodal ‘Sacramentum caritatis’ sobre a a eucaristia, fonte e ápice da vida e da missão da Igreja, explica esta expressão, dando-lhe conteúdo de missão: «Depois da bênção, o diácono ou o sacerdote despede o povo com as palavras «Ide em paz e o Senhor vos acompanhe», tradução aproximada da fórmula latina: Ite, missa est. Nesta saudação, podemos identificar a relação entre a Missa celebrada e a missão cristã no mundo. Na antiguidade, o termo «missa» significava simplesmente «despedida»; mas, no uso cristão, o mesmo foi ganhando um sentido cada vez mais profundo, tendo o termo «despedir» evoluído para «expedir em missão». Deste modo, a referida saudação exprime sinteticamente a natureza missionária da Igreja; seria bom ajudar o povo de Deus a aprofundar esta dimensão constitutiva da vida eclesial, tirando inspiração da liturgia. Nesta perspetiva, pode ser útil dispor de textos, devidamente aprovados, para a oração sobre o povo e a bênção final que explicitem tal ligação» (n.º 51).
Efetivamente a palavra ‘missa’ vem da expressão de envio, no final da celebração: ‘Ite, missa est’, isto é, ‘ide, sois enviados’. Com efeito, aqui ‘missa’ vem do verbo latino ‘mitto’ que significa enviar, e, na aceção da expressão latina – ‘ite, missa est’, quer dizer alguém que é enviado com uma missão… No caso de quem participou na eucaristia com a missão de fazer Jesus Ressuscitado acontecer no mundo, onde estão os cristãos.
Eis como o Papa Bento XVI, na Exortação apostólica pós-sinodal ‘Sacramentum caritatis’ sobre a a eucaristia, fonte e ápice da vida e da missão da Igreja, explica esta expressão, dando-lhe conteúdo de missão: «Depois da bênção, o diácono ou o sacerdote despede o povo com as palavras «Ide em paz e o Senhor vos acompanhe», tradução aproximada da fórmula latina: Ite, missa est. Nesta saudação, podemos identificar a relação entre a Missa celebrada e a missão cristã no mundo. Na antiguidade, o termo «missa» significava simplesmente «despedida»; mas, no uso cristão, o mesmo foi ganhando um sentido cada vez mais profundo, tendo o termo «despedir» evoluído para «expedir em missão». Deste modo, a referida saudação exprime sinteticamente a natureza missionária da Igreja; seria bom ajudar o povo de Deus a aprofundar esta dimensão constitutiva da vida eclesial, tirando inspiração da liturgia. Nesta perspetiva, pode ser útil dispor de textos, devidamente aprovados, para a oração sobre o povo e a bênção final que explicitem tal ligação» (n.º 51).
Será que
é com espírito de missão que saímos da missa?
A missa
faz-nos ir em atitude de missão para o mundo?
Não
será, por vezes, demasiado molhe a nossa saída em missão da missa em que
estivemos?
De
verdade, força de missão, precisa-se!
António Sílvio Couto
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