Quem
não se lembra duns versinhos simples que diziam: ‘com três letras apenas se
escreve a palavra mãe, mas é o maior nome que o mundo têm’.
Talvez
não sejam palavras muito elaboradas e tão assaz poéticas, mas contêm um significado
bem mais abrangente daquela que é a mais profunda das realidades deste mundo:
mãe.
Ora,
sobre este tema poder-se-á escrever muito elogioso e maldizente, à mistura com
lições e outros tantos conselhos que já não pegam. Pela nossa parte vamos
tentar abordar a questão em três aspetos: mãe como dom (maternidade), mãe como
tarefa (muito mais do que doméstica), mas sobretudo mãe como mistério…de Deus
para nós, connosco e em nós, no sentido divinizante desta condição que Deus
concedeu, por excelência, à mulher.
* Dom da maternidade
Segundo
números mais especulativos do que confirmados haverá, em Portugal, 15% de
casais inférteis, tendo em conta, especialmente, a parte feminina. Não
entraremos em esmiuçar as causas e tão pouco a sua evolução crescente na população.
Ficamo-nos pela perspetiva de que ‘ser mãe’ é um dom que nunca será totalmente
compreendido por mais explicações que se pretendam apresentar. Dá a impressão
que o nível de uma sociedade se pode medir pela forma como trata a maternidade,
criando condições, cuidando da sua vivência e ajudando com meios (psicológicos,
económico-financeiros, educacionais-culturais entre outros) a que a ninguém
sejam colocados obstáculos à concretização desta faceta da mulher.
Por
contrassenso temos visto o recurso ao aborto – sob o eufemismo de ‘interrupção
voluntária da gravidez’, pois ao interromper não se retoma mais o que foi
cortado! – como método de coação à maternidade da mulher. Isto é, por um lado
há quem anseie ter filhos, concretizando o desejo da maternidade e por outro
como que se incentiva a que não os tenham como forma de libertação de algo que
só à mulher foi dado viver… Por favor escolham: pela vida ou contra ela! Não
podemos lançar as pessoas no labirinto do ‘inverno demográfico’ e ter condições
de sobrevivência de muitas das estruturas sociais que dependem do
rejuvenescimento da população…
* Ser mãe – tarefa nunca completa
Atendendo
à evolução da inserção da mulher no mundo do trabalho, a tarefa em ser mãe foi
sendo revista, colocando desafios a que a mãe possa estar mais próxima dos
filhos/as, particularmente nos primeiros tempos de vida.
Embora
tenham surgido respostas sociais para a ausência da mãe em casa, esta continua
a ser a referência da família naquilo que ao acompanhamento dos filhos tem precedência.
A mãe
continua a ser uma sacrificada naquilo que às suas tarefas respeita,
acumulando, na maior dos casos, o trabalho em casa com o emprego… De pouco
adiantarão certas medidas envergonhadas, se não se tiver em conta o grande
‘trabalho’ – mesmo sem remuneração – que esse de ser mãe a duzentos por cento!
* O mistério de ser mãe
Não há
dúvida que Deus concedeu à mulher algo que só ela pode manifestar de Deus como
mãe: a possibilidade de participar nesse mistério e, por conseguinte, de nos
mostrar que Deus é pai e mãe de forma grandiosa, sublime e simples. Deste modo
tudo quanto se faça – e muito tem sido feito nos tempos mais recentes – para
ofender esta vertente da mulher será uma ofensa a Deus, ao seu poder e mesmo à
sua manifestação entre os humanos.
Que não
tentem matar no coração das mães a dádiva divina de ser mistério de Deus!
Que as
mães sejam sempre e só santuários da vida!
Que
sejamos dignos das mães que temos e de tantas que sofrem por sê-lo de verdade!
Que
tenhamos mães físico/biológicas/psicológicas, mas sobretudo mães espirituais!
Obrigado
a todas as mães, mesmo às que já partiram do nosso convívio humano visível!
António Sílvio Couto
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