Atendendo
às lições de vida que vamos aprendendo com os factos pessoais e dos outros,
poderemos ir tecendo a nossa avaliação mais ou menos credível, pois feita de
episódios nem sempre bem interpretados.
Dizem
por aí que estamos melhor economicamente. Com verdade ou sob simulação os
números apresentados querem-nos fazer crer que tal terá alguma consistência…a
curto prazo.
Vendem-nos
a mercadoria do ‘sucesso económico’ mais ou menos imediato feito à custa de distribuir
sem trabalhar e, com alguma facilidade, vamos sendo levados a acreditar que o
fundo não se esgotará…
- Mas
que dizer da recente, inopinada e (quase) inepta revolta dos ‘coletes amarelos’
à portuguesa? O fiasco aliviou quem manda e, sobretudo, quem manipula? Não
houve nada que tenha feito temer? Ora, com milhares de polícias na rua, algo se
previa de catastrófico? Não teremos estado na expetativa de que poderia correr qualquer
coisa mal, mesmo sem haver a quem pedir contas dos prejuízos?
Com as
consequências que poderão advir do insucesso, não teremos de questionar a
efabulação dos números nas redes sociais? Dá a impressão de que é mais fácil
participar virtualmente do que de dar a cara e o tempo para se incomodar com as
ideias de anónimos…mais ou menos desorganizados.
Este
episódio revela a nossa mentalidade de ‘treinadores de banca’, mas nunca
jogadores do campo!
- Na
arte de bem enganar temos vivido como se tudo, pelo estalar de dedos, tenha
passado do difícil ao exequível, pois revertendo as contas se fez com que já
não haja austeridade, nem crise e tão pouco dificuldades de qualquer ordem…
Sabendo
conduzir quem se torna acrítico e seja mais levado pela boca do que pela razão,
temos estado a viver um tempo de razoável paz social, se bem que os dados
contradigam tais notícias. Um tanto a custo se vai reconhecendo que o atual
executivo nacional já enfrentou mais greves do que o anterior, mas que é isso
para o ‘sucesso económico’ fabricado à escala do bolso de cada um? O
derramamento de dinheiro sobre as situações tem vindo a ser uma arte de bem
gerir enquanto há, pois depois alguém cobrará as ilusões surgidas e mal
sustentadas…
- A
mentalidade reinante – tanto nas bases como na cúpula – parece ser mais a de ‘O
capital’ do que da Bíblia. Nesta aprende-se a partilhar, trabalhando e
colocando ao serviço dos outros os dons e os bens, naquele alimenta-se a
reivindicação contra quem tem e, sobretudo, criando um ambiente odiento sobre
os demais, mesmo que nem se conheçam.
Embora
uma boa parte dos seguidores das doutrinas expostas n’ O capital talvez nunca
tenha lido nada do texto, esta obra do século dezanove continua a conduzir
muitas das posições de gente que anda na vida política. À revelia da evolução
dos tempos ainda há quem use termos dessa época e não saiba a abrangência das
lutas que vão percorrendo alguns dos episódios dos nossos dias.
Há
coisas que terão alguma dificuldade em serem implementadas senão se souber a
real fundamentação dos comportamentos. Aprender a conversão da Bíblia é muito
mais exigente do que acicatar as animosidades de classes. O confronto com a
Palavra de Deus é muito mais exigente do que semear laivos de igualitarismo em
dialética. Colocar na vida as lições da Bíblia é muito mais salutar do que
preencher as lacunas psicológicas com vitórias sobre os exploradores.
Embora
um tanto idealista, prefiro a sociedade preconizada pela Bíblia do que as
propostas tentadas a partir da ideologia de ‘O capital’: aquela ensina o perdão
mesmo reconhecendo os erros, enquanto este azeda as pessoas e já deixou marcas
suficientes de mal-estar na história do mundo…
- Em
ambiente de Natal é sublime perceber que houve um Deus – para isso será preciso
o razoável dom da fé – que nos veio libertar a partir de dentro, isto é,
assumiu a nossa condição humana para nos divinizar cada vez melhor. O ‘sucesso
económico’ não basta para nos irmanar, antes poder-nos-á diferenciar pelo
consumismo. Por isso, será pela verdade que haveremos de vencer as
discrepâncias deste mundo!
António
Sílvio Couto
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