Habitualmente,
na Igreja em Portugal, celebra-se entre o segundo e o terceiro domingo de
novembro a ‘semana dos seminários’, trazendo à visibilidade de toda a Igreja
este setor importante da mesma Igreja: os seminários. Mais do que as casas,
pretende-se olhar, ter presente e refletir sobre quem, nesses locais, se
prepara – e ajuda a preparar – para poder vir a ser padre.
O tema deste ano é: ‘formar discípulos missionários’.
O tema deste ano é: ‘formar discípulos missionários’.
Ora, há
quem considere o seminário como ‘o coração da diocese’. Ora se o coração está
doente, o resto do corpo poderá tornar-se enfermo! Qual o antídoto para esta
doença?
No seminário – menor, médio ou maior – se formam os padres que servirão o povo de Deus duma determinada diocese. Se bem que, na maioria das dioceses portuguesas, quase não haja o seminário menor, na sua grande parte ainda há o seminário médio (envolvendo alunos até ao ensino universitário) e sobretudo o seminário maior (onde se preparam, pelo menos durante seis anos, os que poderão vir a ser ordenados padres)…
‘Seminário’ é, assim, o lugar onde estudam, rezam, refletem e amadurecem a sua vocação os que sentiram o chamamento de Deus a virem a ser padres… Cada tem a sua história e o seu percurso, que há de ser discernido por superiores bem preparados (ao menos na teoria) para que a Igreja tenha os padres que precisa em cada tempo e em cada diocese…
No seminário – menor, médio ou maior – se formam os padres que servirão o povo de Deus duma determinada diocese. Se bem que, na maioria das dioceses portuguesas, quase não haja o seminário menor, na sua grande parte ainda há o seminário médio (envolvendo alunos até ao ensino universitário) e sobretudo o seminário maior (onde se preparam, pelo menos durante seis anos, os que poderão vir a ser ordenados padres)…
‘Seminário’ é, assim, o lugar onde estudam, rezam, refletem e amadurecem a sua vocação os que sentiram o chamamento de Deus a virem a ser padres… Cada tem a sua história e o seu percurso, que há de ser discernido por superiores bem preparados (ao menos na teoria) para que a Igreja tenha os padres que precisa em cada tempo e em cada diocese…
Olhemos os dados
Se
consultarmos os dados disponíveis poderemos ficar a saber que há cerca de
duzentos seminaristas maiores nos seminários em Portugal, na sua maioria em
quatro centros: Braga, Porto, Lisboa e Évora aos quais se associam as dioceses
com proximidade e afinidade… havendo ainda algumas dioceses que têm seminário
próprio, bem como um movimento da Igreja, que tem espalhados seminários em
diversas dioceses, tal como as congregações e institutos religiosos.
Se
formos um pouco rever os números anteriores podemos registar que, no ano 2000,
havia 547 seminaristas; em 2012, 474; em 2015, cifrava-se pelos 551
seminaristas.
Poder-se-ão
colocar várias questões quer quanto ao número (quantidade), quer quanto as
razões (qualidade) dos nossos seminaristas. Com efeito, embora eles estudem,
amadureçam ou sejam educados num determinado seminário – realidade que retrata
o meio onde se insere bem como as influências que recebe – será sempre mais
preciso preparar pessoas capazes de estarem disponíveis para servir Deus na
Igreja onde for mais oportuno, necessário e conveniente. Deste modo temos de
estar atentos a uma nova realidade que é a vinda de seminaristas de países
(ditos) de missão que agora começam a chegar ao nosso país, atenuando mesmo as
carências que em muitas dioceses se verificam. Há dioceses de países lusófonos
que têm oferecido seminaristas aos seminários do nosso país, pois lá têm
abundância de candidatos e poucos meios para os alimentarem e lhes suportarem
os estudos… Algo se está a passar e precisamos de saber ler os sinais destes
tempos!
Na minha
leitura pessoal da educação ministrada nos seminários, teremos, com alguma urgência,
de questionar a supressão – quase na totalidade nas dioceses e congregações
religiosas – dos seminários menores. Estes tem um lugar na dinâmica vocacional,
negligenciá-los sem mais é para além dum risco algo que se poderá vir a pagar a
fatura com fenómenos nem sempre bem enquadrados…na ordem afetiva, eclesial ou
mesmo formativa.
O atual
processo apresentado pela ‘ratio fundamentalis’ (de 2016) com as várias etapas
preconizadas para a formação dos futuros padres – propedêutica, de discipulado,
de configuração e de pastoral – deve ser alvo de estudo de toda a Igreja, pois
se não formos ao essencial poderemos andar a fazer muitas coisas urgentes, mas
não as necessárias… E o futuro situa-se na formação dos seminários!
António Sílvio Couto
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