Há quem
chame ao ‘São Martinho’ – enquanto festa com incidência popular – o ‘carnaval
de inverno’. Haverá alguma razão para esta designação? Talvez. Com efeito, por
ocasião do ‘São Martinho’ – tendo como data de referência 11 de novembro – há
sinais de festa e de convivialidade – pública, social e eclesial – que quase
fazem lembrar alguns dos excessos do carnaval, como momento de folia em razão
da penitência da quaresma, que advirá.
Assim,
em tempos de maior fervor cristão, se fazia com que, mais ou menos quarenta
dias antes do Natal, houvesse alguns excessos de festa para depois se entrar no
rigor de preparação do Natal…agora reduzido ao tempo escasso de breves quatro
semanas (nalguns anos só domingos) de Advento…Deste modo o magusto reverte-se
dum alívio na penitência, que se há de viver com a preparação penitencial para
o Natal…De facto, os doces e sinais festivos da época natalícia são (ou deviam
ser) mais do que tradições e rituais… sociais e cultuais…mais ou menos
esclarecidos.
Contexto da ‘lenda de São
Martinho’
Decorreria
o ano de 337, num outono duro e frio que assolava a Europa. Reza a lenda que um
cavaleiro gaulês, chamado Martinho, tentava regressar a casa quando encontrou a
meio do caminho, durante uma tempestade, um mendigo que lhe pediu uma esmola. O
cavaleiro, que não tinha mais nada consigo, retirou o manto/capa de militar que
o aquecia, cortou-o ao meio com a espada, e deu-o ao mendigo. Nessa mesma noite
apareceu-lhe Jesus, agradecendo o gesto de caridade para com mendigo, dizendo
que o mendigo era Ele, Jesus.
O cavaleiro da história era um militar do exército romano que abandonou a guerra para se tornar num monge católico, tendo sido escolhido para bispo
São Martinho foi um dos principais religiosos a espalhar a fé cristã na Gália (a atual França) e tornou-se num dos santos mais populares da Europa! Diz-se que é o protetor dos alfaiates, dos soldados e cavaleiros, dos pedintes e dos produtores de vinho!
Foi a 11 de novembro que São Martinho foi sepultado na cidade francesa de Tours, onde foi bispo. Além de Portugal, também outros países festejam este dia. Na França e na Itália, à semelhança de Portugal, comem-se castanhas assadas. Já em Espanha, faz-se a matança de um porco, e na Alemanha acendem-se fogueiras e organizam-se procissões.
O cavaleiro da história era um militar do exército romano que abandonou a guerra para se tornar num monge católico, tendo sido escolhido para bispo
São Martinho foi um dos principais religiosos a espalhar a fé cristã na Gália (a atual França) e tornou-se num dos santos mais populares da Europa! Diz-se que é o protetor dos alfaiates, dos soldados e cavaleiros, dos pedintes e dos produtores de vinho!
Foi a 11 de novembro que São Martinho foi sepultado na cidade francesa de Tours, onde foi bispo. Além de Portugal, também outros países festejam este dia. Na França e na Itália, à semelhança de Portugal, comem-se castanhas assadas. Já em Espanha, faz-se a matança de um porco, e na Alemanha acendem-se fogueiras e organizam-se procissões.
Ora
atendendo à conjugação entre o lendário e os desafios que este santo nos
coloca, poderemos encontrar, hoje, o modo mais simples e cristão de celebrar em
festa os dons de Deus para podermos viver a preparação para o Natal, que
acontece daqui a quarenta e quatro dias… tanto como o tempo de proposta de
vivência da quaresma, rumo à Páscoa.
Não será
necessário esclarecer um tanto melhor os ‘rituais’ de festa que vivemos, por
tradição em tantos dos momentos do ano civil? Não valeria a pena investir nesta
explicação das simbologias em vez de continuarmos a fazer como se soubéssemos
as razões das coisas? Afinal, nesta Europa descristianizada, mas ávida de
oportunidades de consumismo, não haverá um fundo bem mais cristão do que aquele
que temos, que vivemos ou que difundimos? Como dizia Jesus: ‘se o sal perder o
sabor com que havemos de salgar?’
António Sílvio Couto
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