O tema
do 50.º dia mundial da paz, que se celebra no primeiro dia do ano civil, é – ‘A
não-violência: estilo de uma política para a paz’.
Na sua
mensagem o Papa Francisco situa a questão: «desejo deter-me na não-violência
como estilo duma política de paz, e peço a Deus que nos ajude, a todos nós, a
inspirar na não-violência as profundezas dos nossos sentimentos e valores
pessoais. Sejam a caridade e a não-violência a guiar o modo como nos tratamos
uns aos outros nas relações interpessoais, sociais e internacionais. Quando
sabem resistir à tentação da vingança, as vítimas da violência podem ser os
protagonistas mais credíveis de processos não-violentos de construção da paz».
Respigamos
da mensagem do Papa Francisco alguns outros aspetos, colocando perguntas:
1.Mundo dilacerado
«A
violência não é o remédio para o nosso mundo dilacerado. Responder à violência
com a violência leva, na melhor das hipóteses, a migrações forçadas e a atrozes
sofrimentos, porque grandes quantidades de recursos são destinadas a fins
militares e subtraídas às exigências do dia-a-dia dos jovens, das famílias em
dificuldade, dos idosos, dos doentes, da grande maioria dos habitantes da terra».
Estamos
mesmo conscientes de que violência gera mais violência e cria fatores de
instabilidade nos mais diversos âmbitos?
2. A
Boa Nova
«Quem
acolhe a Boa Nova de Jesus, sabe reconhecer a violência que carrega dentro de
si e deixa-se curar pela misericórdia de Deus, tornando-se assim, por sua vez,
instrumento de reconciliação».
Porque é
que, hoje, tão difícil que Jesus seja acolhido neste mundo? Porque será que
ainda temos medo de aceitar Jesus, quando só Ele é capaz de nos dar a paz
verdadeira e profunda?
3.
Mais poderosa do que a violência
«A
não-violência, praticada com decisão e coerência, produziu resultados
impressionantes. (...). A Igreja comprometeu-se na implementação de estratégias
não-violentas para promover a paz em muitos países solicitando, inclusive aos
intervenientes mais violentos, esforços para construir uma paz justa e
duradoura».
A
não-violência tem de ser novamente uma escolha, como o foi para tantas figuras
históricas e que fizeram acontecer momentos novos na história da Humanidade
recentemente. Temos de fazer a nossa parte...da solução, a começar pelos que
nos estão mais próximos…
4. A
raiz doméstica duma política não-violenta
«Se a
origem donde brota a violência é o coração humano, então é fundamental começar
por percorrer a senda da não-violência dentro da família...Esta constitui o
cadinho indispensável no qual cônjuges, pais e filhos, irmãos e irmãs aprendem
a comunicar e a cuidar uns dos outros desinteressadamente e onde os atritos, ou
mesmo os conflitos, devem ser superados, não pela força, mas com o diálogo, o
respeito, a busca do bem do outro, a misericórdia e o perdão».
Como
poderá a família ser escola de paz? Até quando iremos adiar a aprendizagem em
família?
5.
Convite-desafio
«A
construção da paz por meio da não-violência ativa é um elemento necessário e
coerente com os esforços contínuos da Igreja para limitar o uso da força
através das normas morais, mediante a sua participação nos trabalhos das
instituições internacionais e graças à competente contribuição de muitos
cristãos para a elaboração da legislação a todos os níveis... As oito Bem-aventuranças
traçam o perfil da pessoa que podemos definir feliz, boa e autêntica».
Assim o
saibamos viver em 2017… com verdade e em paz!
António Sílvio Couto
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