Partilha de perspectivas... tanto quanto atualizadas.



terça-feira, 13 de dezembro de 2016

Natal sem O festejado?


Numa consulta na internet sobre figuras do Natal foi notório que, para muita gente, o Natal não inclui a celebração de Jesus.
Há cores - sobretudo vermelho, dourado, azul - imagens, sugestões e adereços em que nada se refere ao festejado, que é Jesus.
Na caminhada do Advento deste ano quisemos, na Moita, responder à pergunta - Jesus tem espaço na minha família? Deste modo houve a intenção de ir criando condições ao acolhimento d’ O festejado mesmo no espaço da família, tanto ao nível da casa (edifício, ramo de consanguinidade ou de descendência) como da parte das pessoas – avós, pais, filhos e outros – que nela vivem.

= De facto, temos vindo a constatar um progressivo processo de materialismo sobre o conceito, a vivência, a difusão e a realização do Natal. Agora que o caudilho cubano morreu, foi noticiado com maior atenção a reintrodução do feriado do Natal naquela ‘ilha da liberdade’… aí onde nem havia possibilidade de gozar o não-trabalho por ocasião daquela data tão festejada noutras partes do mundo. Por cá o gozo do feriado – este ano até acontece ao domingo – ainda está em vigor, mas cada qual usa-o para o que lhe dá proveito e não para celebrar digna e atentamente a data comemorativa do nascimento de Jesus. Até muitos dos (ditos) cristãos nesse dia estão mais voltados para si mesmos, de forma egoísta, usufruindo das regalias da festa, mas não contribuindo com quase nada para dignificar a celebração duma data como significativa de vivência em fraternidade e de comunhão com quantos festejam Jesus… sobretudo em perseguição.

= Um novo e galopante ‘ismo’ – consumismo – faz os rituais do seu culto, criando em muitas pessoas a sensação de que somos mesmo e só matéria e, como não conhecemos outros prazeres, vamo-nos alimentando daquilo que bem depressa se esgota e rapidamente se transforma em lixo...Que ficará na manhã seguinte da celebração do nosso Natal? Como ficaria cada um de nós, se do seu aniversário, só recordassem o papel de embrulho e umas quantas coisas descartáveis e expelidas, posteriormente, como excremento? Se nós, humanos, poderemos ficar ofendidos com tal memória, o que não ofenderá Jesus, se a tal reduzirmos a vivência do Natal!...    

= O recurso aos presentes/prendas faz, nesta época, o seu aparecimento com maior furor, o que provoca maior frenesi no comércio e nas superfícies (pequenas, médias ou grandes) de compras e de comercialização. Ora, segundo dados já do início de dezembro, a média estimada de gastos por família, em Portugal, este ano, é de 360 euros… tendo como produtos mais adquiridos chocolates, roupa/calçado e livros…

Se isto nos pode servir de análise aos interesses/necessidades/pretensões das pessoas e aos custos investidos, teremos de considerar que os valores (económicos) em causa ficam muito aquém do que noutros países é gasto… mas cada um faz o que pode e o que lhe é possível e/ou suficiente…

Não podemos incluir o Natal na lista dos acontecimentos de nostalgia, com que tantas vezes parece que recordamos o Natal. Tal vivência fez a sua história na nossa historicidade, mas não podemos configurar a celebração atual do Natal com tais arquétipos ou com clichés infantis… Viver o Natal sempre exigiu aferição ao Festejado, dando-lhe oportunidade para se encontrar connosco mesmos e tendo em conta os valores espirituais que nos norteiam… Quanto ao resto, os adereços não são mais importantes do que as figuras centrais: Jesus, Maria e José. Queira Deus (oxalá!) que sejamos capazes de os entender e de os glorificar pelo que Deus fez e faz neles!

Cantemos os ‘parabéns’ a Jesus neste Natal!      

 

António Sílvio Couto



Sem comentários:

Enviar um comentário