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sexta-feira, 22 de abril de 2022

Estrelas e planetas – satélites e cometas

 


Não é nenhuma lição de astro-fisica nem tão pouco de questões do sistema solar com aquela hierarquia de ‘corpos celestes’, mas tão pouco um encadeado de posicionamentos de ‘figuras, figurões ou figurinhas’ do firmamento do nosso panorama politico-socio-cultural.

 1. Tentemos breves ‘definições’ (algo simplistas) de cada um dos termos.

‘Estrela’ – astro (objeto astronómico) de plasma que possui luz própria. ‘Planeta’ – corpo celeste em que orbita uma estrela. ‘Satélite’ – astro que circula em torno de um planeta... Há satélites naturais e artificiais. ‘Cometa’ – são formados por gases solidificados pelas baixas temperaturas do espaço, no caso do sistema solar, quando se aproximam do sol, passam a exibir uma longa e brilhante cauda, que surge em razão da evaporação da sua superfície exposta aos ventos solares.

Em resumo e seguindo o sistema solar: estrela – sol; planeta – terra (e outros); satélite (lua e artificiais), cometa – periódicos e não-periódicos...

 2. Deixemos as coisas inebriáveis da ciência e aterremos nas coisas, factos e situações mais práticas...do nosso quotidiano. Por vezes encontramos ‘estrelas’que só brilham quando estão no poder e se ofuscam se dele são afastadas, por votação ou por caducidade... Foi assim no passado, assim será no futuro próximo. Certos ‘planetas’ funcionam mais como marionetas de quem os manipula, saindo de cena quando já não prestam nem enfeitam quem os promoveu. Alguns ‘satélites’ enfernam de tal insuficência de circunstância que mais parecem ‘robertos’ de feira em maré de afluência reduzida. Que dizer ainda desses outros ‘cometas’ que passam tão rapidamente que mais parecem ‘estrelas cadentes’ por ocasião de nuvens fosforecentes em desalinho...

 3. A nossa conturbada vida sócio-política-cultural está cheia de imprescindíveis e mal-amados. Muitos deles emergiram e diluíram-se com tal velocidade que mais pareciam mensagem do ‘007’ implodida após a comunicação. Falta-nos, claramente, cultura de aceitação da diferença e muitos dizendo-se ‘democratas’ encobrem os piores ditadores, impostores e disfarçados.

Se, noutras ocasiões era habitual medir a qualidade das pessoas pelas reações à derrota, cada vez mais parece ser inquestionável, que o valor das pessoas se aquilata na maré da vitória e na forma de a gerir, pois com facilidade se imitam os tiques de quem era considerado mero ‘cometa’ e agora se tornou ‘estrela’...

 4. Por estes dias uma instituição do ensino superior foi apelidada de ‘satélite’ de um partido político, que por sinal ocupa o poder no governo central. Haverá alguma credibilidade na classificação acusatória? Só agora foi descoberto ou a situação tornou-se tão ostensiva que já não havia forma de a encobrir? Não haverá outras situações, mesmo que disssimuladas sob a forma de promoção de pessoas e ao catapultar ideologias? Que dizer da atribuição – sistemática, reiterada e inconfundível – de vermos em certos ministérios governativos figuras que denotam proximidade e/ou filiação em associações com teor acristão senão mesmo anticatólico? O empenho pela luta contra aqueles que se afirmam estatizantes não será disso revelador? Talvez fosse mais ilustrado não confundir educação com ensino e direito com obrigação...

 5. As raias do inverosímil chegou com as posições dos comunistas portugueses na avaliação da guerra Rússia-Ucrânia. Mais uma vez me vem à lembrança aquela observação da mulher que telefona ao marido a preveni-lo de que as notícias davam conta de que havia um condutor a transitar na autoestrada em contramão, aconselhando-o a que tivesse cuidado... ao que o visado ripostou: e são tantos!

Os ‘cometas’ vermelhos estão a estatelar-se e não conseguem ver que estão fora da pista. Os ‘satélites’ de moscovo já capitularam e, por cá, continuam fiéis sabe-se lá a quê ou a quem. Assim, não dá!

 

António Silvio Couto

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