Por
estes dias (28 e 29 de setembro) realizaram-se, em Lisboa, no espaço da Rádio
Renascença, as já habituais jornadas da comunicação. Este ano o tema andou à
volta da ‘comunicação: criatividade e partilha’.
Vindos
de várias partes do país umas dezenas de jornalistas – ligados à comunicação
social da Igreja católica ou não – escutaram intervenções sobre o modo de informar
no ambiente das redes sociais; conteúdos – linguagens multimédia; conteúdos –
escrita criativa; partilha nas redes sociais – facebook, instagram, twiter e
youtube…
Das diversas
experiências dos comunicadores e dos participantes pode-se escutar a
necessidade de saber comunicar a mensagem, adequando os meios aos ambientes e
fazendo destes espaços de compreensão da linguagem criada pela internet,
sobretudo nas redes sociais.
Por
entre tantos e tão proveitosos meios para nos comunicarmos, hoje, será sempre
preciso que a comunicação social saiba apreender os desafios que os novos meios
trazem aos meios já presentes nesta área da comunicação. Se o aparecimento da
rádio fez, dalgum modo, perigar a comunicação de imprensa, a televisão colocou
novos desafios aos anteriores meios usados e agora a internet está a desafiar
as outras formas de comunicação social, sabendo corrigir-se e renovar-se nas
formas e nos conteúdos.
= Desde
há alguns anos que temos – nestas jornadas da comunicação social ao nível
nacional – vindo a recorrer a esta temática da comunicação social, tendo em
conta as tecnologias mais atualizadas, com a internet em grande destaque, umas
vezes como objeto das questões, outras vezes como sujeito de referência e
muitas vezes ainda como ferramenta de comunicação. Os artífices deste
empreendimento têm sido os que no meio estão mais atentos, se apresentam mais audazes
e se manifestam mesmo pioneiros sobre a matéria. Os apetrechos das jornadas vão
andando entre os computadores, os tablets…os velhos cadernos e esferográficas…
à mistura com o ‘último grito técnico’ usado ou a utilizar na comunicação
social. De facto, este vetor mais atualizado de comunicação, que se revela a
internet, polariza as energias de quantos a utilizam como ferramenta para o seu
trabalho, o lazer e até para a ocupação de muito do tempo duma larga maioria da
população.
O mundo
está bastante diferente desde a erupção da internet. A convivência entre as
pessoas modificou-se radicalmente com a introdução das (ditas) redes sociais,
desde as mais vulgares (isto é, mais difundidas ou vulgarizadas) até às mais
específicas. Dá a impressão que, cada segmento da população, procura ter na
grande autoestrada da internet o seu atalho de recurso ou mesmo de presença. O
não-uso da internet é, hoje, uma forma de exclusão – quase um neo-analfabetismo
– porque se está fora dos espaços por onde a imensa maioria navega…
= De
entre tantos meios colocados à nossa disposição – seja qual for a rede social
com os vários epítetos que se lhe possam referir – não podemos esquecer que é
preciso ter algo a comunicar para que não vivamos nessa espécie de pântano
cultural e de civilização, onde o que importa é estar, mesmo que disso tiremos –
nós e os outros – pouco proveito. De entre tanta tagarelice em comunicação
teremos de incluir uma preocupação: o que é que queremos dizer? Qual o objetivo
para estamos nessa rede social?
A nós, que
somos cristãos, deve-nos fazer refletir se estamos a introduzir a mensagem
cristã na matéria da nossa comunicação. Não podemos correr o risco de estarmos
sem que não tenhamos uma mensagem a veicular.
Dado o
segmentarismo de tanta da comunicação na internet, teremos de atender aos meios
usados, mas, sem nunca, desperdiçar os objetivos finais. O produto de
comunicação dum cristão deverá ser sempre a mensagem da pessoa de Jesus Cristo.
Ora, é neste ponto algo sensível – até no substrato das jornadas da comunicação
social da Igreja católica – que temos de cuidar da criação multimédia, da arte
da escrita, da partilha dos conteúdos, da formação dos comunicadores, da
mensagem a levar aos destinatários…
Numa
palavra: a internet poderá ser anódina na sua origem, mas não poderá deixar de
ser cristã na sua finalidade… ou andaremos a espalhar notícias que não são
sementes da Boa Notícia do Evangelho!
António Sílvio Couto
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