Segundo
dados mais ou menos credíveis, o nosso país tem vindo a caminhar para uma
situação de seca extrema, atingindo em finais de maio passado, 98% do
território…
Ora, se
a ausência de chuva tem vindo a agravar-se, outrossim a ausência de ideias para
mobilizar o país sofre de idêntica secura, senão mesmo de aridez… psicológica e
cultural.
Um longo
e tenebroso manto – rosa, adamascado ou doutra cor afim – cobre as
mentalidades, fazendo crer que tudo está bem e que nada será capaz de ofuscar
um certo sucesso, dizem que até económico.
Sobre a
seca de água parece que ainda vamos sendo informados com alguma credibilidade,
o mesmo não será tão fiável de ver e de demonstrar sobre a situação do país
social, político ou mesmo financeiro.
= Fique,
desde já claro, que não partilho minimamente do pretenso otimismo de quem ocupa
o posto de governo nem aprecio essa outra turbulência intervencionista – a
propósito, a despropósito e às vezes com intromissões – do inquilino de Belém e
tão pouco considero digna de crédito uma projeção dum certo sucesso carimbado
por Bruxelas, quando nos parecem mais fazer flutuar sobre o mar das
dificuldades ultrapassadas do que das decisões patrioticamente tomadas.
* É
preciso que haja verdade e independência por parte de tantos dos intervenientes
na vida pública, onde nem sempre a maioria da comunicação social tem feito
corretamente o seu papel, antes parecendo mais vendida a alguém que subjuga
económica e ideologicamente…ainda sem mostrar o rosto e/ou a caricatura.
* Muito
mal vai este país que rotula de ‘bom tempo’, só quando há sol e não chove,
mesmo que a chuva possa ser mais do que benéfica para a vida e as diversas
tribulações do povo que gasta o tempo e tenta angariar o sustento a partir
daquilo que lhe dá o campo, sem subterfúgios de estufas nem de outras
artimanhas de sucesso. Com efeito, ‘bom tempo’ também é o de receber a chuva
como dom solícito de angariação de ambiente para as colheitas e os esforços
rurais. Enquanto fizermos de conta que os calores citadinos são o que de mais
interesse tem para todos, andaremos a ser subornados por outros intentos que
não os do equilíbrio holístico e espiritual… A chuva faz sempre falta com
conta, peso e medidas certas e adequadas!
= É
clamorosa a desnecessária valorização do incrível seguidismo de forças
ideológicas que vão capitalizando os seus intentos à custa da desvalorização dos
que pensam pela sua cabeça, de quem seja capaz de não precisar das proteções de
tios e de enteados mais ou menos bem cotados na bolsa da promoção sócio
política.
* Por
agora vão aparecendo os ditos candidatos autárquicos, uns em recauchutagem,
outros em primeira dose e alguns ainda num recurso ao refugo daquilo que nada
deu e nada conseguirá. Os tentáculos partidários vão emergindo por entre
tentativas de vitória ou como derrota por poucos. Quem for ver o arquivo
doutras eleições poderá encontrar bastantes semelhanças ou ainda como promessas
do ‘dejá vu’…
* As
ditas ideias de mudança ou os projetos de cativação de novos interesses dá a
impressão que foram saldados em maré de muito vento… tudo foi levado e nem
resquícios ficaram. Novos atores com ideias renovadas precisam-se e dão-se
alvíssaras a quem encontrar tais desideratos a curto e/ou médio prazo.
= Em
maré de seca – extrema ou severa – das fontes de alimentação para as águas em
solo, vivemos idêntico questionamento sobre as ideias que possam vir a
frutificar com resultados democráticos e com legitimidade… Que dizer de eleitos
que o foram com mais de dois terços de abstencionistas? Alguém será capaz de
conviver com tais fantasmas?
Mediocridade,
não, obrigado!
António Sílvio Couto
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