Estamos
a viver, na Igreja Católica, o ‘ano jubilar da misericórdia’.
Será
mínimo que tentemos levar – da forma mais simples, mas não menos ousada – este
conceito para a rua, criando sensibilidade e aproveitando as oportunidades.
Assim,
na Moita, por ocasião da festa anual em honra de Nossa Senhora da Boa Viagem,
este ano quisemos fazer um tempo de preparação da celebração, meditando em
jeito de novena algumas facetas de Nossa Senhora em ligação à misericórdia.
Em forma
de acróstico, deixamos algumas dessas vertentes teológico-eclesiais de Nossa
Senhora… neste tempo e atendendo à localização em que vivemos:
Mãe
de Deus Filho,
Irmã entre irmãos,
Serva do Espírito Santo,
Enviada como mensageira,
Rainha do Céu e da Terra,
Intercessora para todos,
Crente entre os crentes,
Orante em cada tempo,
Resposta nas aflições,
Dádiva de amor eterno,
Imagem da Igreja (santa e pecadora),
Anunciadora da esperança... eterna!
Irmã entre irmãos,
Serva do Espírito Santo,
Enviada como mensageira,
Rainha do Céu e da Terra,
Intercessora para todos,
Crente entre os crentes,
Orante em cada tempo,
Resposta nas aflições,
Dádiva de amor eterno,
Imagem da Igreja (santa e pecadora),
Anunciadora da esperança... eterna!
De facto, temos de ir
compreendo – a partir da nossa vivência pessoal e comunitária – a complexa
simplicidade da função de Nossa Senhora na vida dos cristãos e no mistério da
Igreja neste mundo. Há questões que não se compadecem com certos rituais de mera
‘tradição’, na medida em que esta possa significar uma espécie de repetição ao
sabor dum tal cristianismo social e/ou sociológico.
Desde logo levar a
misericórdia para a rua pode envolver uma exposição cénica de elementos
pedagógicos e de teor evangelizador… o mais explícito possível.
= Num tempo, por
vezes, agnóstico de conhecimentos e falho de saberes bem aquilatados, torna-se
importante explicar as razões da nossa fé e do modo de a viver, pois o quadrado
de compreeensão pode estar disfuncionado até nas mais pequenas coisas e sinais…
mesmo sem disso nos darmos conta. Urge, por isso, sermos capazes de comunicar
de forma simples e clara, sem deixarmos qualquer espécie de leitura ambígua ou
distorcida. Quem melhor do que os santos e santas para nos darem lições da
vivência da misericórdia traduzida em vida? Neles e por eles podemos apresentar
a vivência feita pela dádiva e entrega vivida em Deus aos outros
= Numa época onde nem
sempre as relações humanas estão alicerçadas na cordialidade e na verdade,
tentar traduzir na vida a misericórdia como que nos exige que sejamos leais uns
para com os outros, servindo a verdade por palavras e por atos sem nada
temermos que possa fazer perigar a nossa imagem em relação aos outros nem deles
em relação a nós.
Quem melhor do que
Nossa Senhora para nos fazer viver nesta coerência de vida e de comportamento:
Ela nos apresenta e nos aponta para Jesus, Aquele que nos traz continuamente
desafios a vivermos da misericórdia e pela misericórdia. Quando levamos Nossa
Senhora em procissão pelas ruas nas nossas terras como que podemos compreender
melhor o olhar de Maria que nos vê e pelos seu olhar podermos também olhar o
mundo de forma mais e mais misericordiosa.
= Apesar de tudo
acreditamos que temos uma missão de anúncio e de testemunho da misericórdia de
Deus, que, ultrapassando as nossas falhas e pecados, nos há de fazer seus
instrumentos de compaixão continua, atenta e renovada...
António Sílvio Couto
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