Por estes dias ouvi um desses ‘iluminados’ na comunicação social de serviço ao regime de quem está no poder (ontem como hoje), convertidos da linguagem marxista, a querer advogar que ‘uma certa direita quer ilegalizar o partido’ (comunista) de onde veio…e que, posteriormente, contestou noutras agremiações. Onde andará esse intelectual de entre os seus (muitos e desalinhados) alfarrábios de antanho? Guinado de onde veio não terá ainda esquecido a dialética (‘diamat’) de discussão, em vista de outra antítese? A quem interessará conjeturar sobre a ‘ilegalização’ de uma formação partidária em erosão crescente? Não será mais avisado deixá-los ir a votos até à sua (possível) extinção?
Foi com razoável velocidade que a trilogia de antes
do ’25 abril’ – Deus. Pátria e família – foi revertida em afastamento desses
princípios e a cacofonia dos ‘três efes’ – futebol, Fátima e fado – se
converteu numa abjuração na área do proibido mesmo sem proibir.
5. É sintomático que certas forças ideológicas se sintam ostracizadas quando o seu pensamento destoa – no caso da guerra na Ucrânia – da condenação geral. Vieram a terreno – pena é que sejam ouvidos e difundidos de forma quase-acrítica – considerar que estavam a ser vítimas de uma espécie de delito de opinião. Eles que sempre se reclamam das ‘amplas liberdades’ estão a provar daquilo que fizeram nesta longa ditadura (dita) democrática, onde quem não pensa como eles é antidemocrata. Por isso, será bom que reflitam sobre essa rampa deslizante até ao (possível) desaparecimento… como noutros países da Europa civilizada.
6. Só quem tem medo das ideias dos outros, duvidando da veracidade das suas, é que os quer reduzir ao silêncio. Mais do que combates anacrónicos do século vinte, precisamos de ter ideais, que, normalmente, não morrem com investidas de maiorias nem são vencidos quando há convicção, serenidade e capacidade de mobilização. Com certos intérpretes da nossa praça há que ter cuidado, pois nem sempre sabem quem são e com facilidade desvirtuam o que os outros dizem… ‘Proibir’ continua a ser a arma mais subtil dos ditadores e/ou dos ignorantes… e são tantos/as!
António
Sílvio Couto
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