Não
é nenhuma lição de astro-fisica nem tão pouco de questões do sistema solar com
aquela hierarquia de ‘corpos celestes’, mas tão pouco um encadeado de
posicionamentos de ‘figuras, figurões ou figurinhas’ do firmamento do nosso
panorama politico-socio-cultural.
1. Tentemos
breves ‘definições’ (algo simplistas) de cada um dos termos.
‘Estrela’
– astro (objeto astronómico) de plasma que possui luz própria. ‘Planeta’ –
corpo celeste em que orbita uma estrela. ‘Satélite’ – astro que circula em
torno de um planeta... Há satélites naturais e artificiais. ‘Cometa’ – são
formados por gases solidificados pelas baixas temperaturas do espaço, no caso do
sistema solar, quando se aproximam do sol, passam a exibir uma longa e brilhante
cauda, que surge em razão da evaporação da sua superfície exposta aos ventos
solares.
Em
resumo e seguindo o sistema solar: estrela – sol; planeta – terra (e outros);
satélite (lua e artificiais), cometa – periódicos e não-periódicos...
2. Deixemos
as coisas inebriáveis da ciência e aterremos nas coisas, factos e situações
mais práticas...do nosso quotidiano. Por vezes encontramos ‘estrelas’que só
brilham quando estão no poder e se ofuscam se dele são afastadas, por votação
ou por caducidade... Foi assim no passado, assim será no futuro próximo. Certos
‘planetas’ funcionam mais como marionetas de quem os manipula, saindo de cena
quando já não prestam nem enfeitam quem os promoveu. Alguns ‘satélites’
enfernam de tal insuficência de circunstância que mais parecem ‘robertos’ de
feira em maré de afluência reduzida. Que dizer ainda desses outros ‘cometas’
que passam tão rapidamente que mais parecem ‘estrelas cadentes’ por ocasião de nuvens
fosforecentes em desalinho...
3. A nossa
conturbada vida sócio-política-cultural está cheia de imprescindíveis e
mal-amados. Muitos deles emergiram e diluíram-se com tal velocidade que mais
pareciam mensagem do ‘007’ implodida após a comunicação. Falta-nos, claramente,
cultura de aceitação da diferença e muitos dizendo-se ‘democratas’ encobrem os
piores ditadores, impostores e disfarçados.
Se,
noutras ocasiões era habitual medir a qualidade das pessoas pelas reações à derrota,
cada vez mais parece ser inquestionável, que o valor das pessoas se aquilata na
maré da vitória e na forma de a gerir, pois com facilidade se imitam os tiques
de quem era considerado mero ‘cometa’ e agora se tornou ‘estrela’...
4. Por estes
dias uma instituição do ensino superior foi apelidada de ‘satélite’ de um
partido político, que por sinal ocupa o poder no governo central. Haverá alguma
credibilidade na classificação acusatória? Só agora foi descoberto ou a
situação tornou-se tão ostensiva que já não havia forma de a encobrir? Não
haverá outras situações, mesmo que disssimuladas sob a forma de promoção de
pessoas e ao catapultar ideologias? Que dizer da atribuição – sistemática,
reiterada e inconfundível – de vermos em certos ministérios governativos
figuras que denotam proximidade e/ou filiação em associações com teor acristão
senão mesmo anticatólico? O empenho pela luta contra aqueles que se afirmam
estatizantes não será disso revelador? Talvez fosse mais ilustrado não
confundir educação com ensino e direito com obrigação...
5. As raias
do inverosímil chegou com as posições dos comunistas portugueses na avaliação
da guerra Rússia-Ucrânia. Mais uma vez me vem à lembrança aquela observação da
mulher que telefona ao marido a preveni-lo de que as notícias davam conta de
que havia um condutor a transitar na autoestrada em contramão, aconselhando-o a
que tivesse cuidado... ao que o visado ripostou: e são tantos!
Os
‘cometas’ vermelhos estão a estatelar-se e não conseguem ver que estão fora da
pista. Os ‘satélites’ de moscovo já capitularam e, por cá, continuam fiéis
sabe-se lá a quê ou a quem. Assim, não dá!
António Silvio
Couto
Sem comentários:
Enviar um comentário