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segunda-feira, 2 de maio de 2022

‘Mês de maio’ - com Maria rezamos pelos continentes

 


‘Maio’ como que evoca, para boa parte das pessoas, algo que tem a ver com natureza florida, flores (muitas, bem cheirosas e coloridas), sinais de alegria e de festa e, porque não dizê-lo, para os crentes algo invocativo de Nossa Senhora, na devoção ou na religiosidade popular mais simples e atrativa.

Que tem ‘maio’ a ver com flores e na sua profusão? Que pode fazer para aspirarmos a situações de contacto com a natureza? Como explicar certas festas - por exemplo das ‘Cruzes’, em Barcelos, ou do Senhor das Chagas, em Sesimbra - no início do mês de maio, onde se entre-cruzam as flores com a expressão de Cristo na Cruz ou mesmo na representação de crucificado? Como conciliar ou explicar a cruz florida - na frente e no reverso - nesta visão cristã mais popular? Haverá algo na longa história dos tempos e dos povos, que expliquem tais tradições?   

1. Desde os tempos mais antigos que o mês de maio tem um caráter de ligação à dimensão da feminilidade na sua expressão social e mesmo cultural. Maio (em latim, ‘maius’) é referido em relação à deusa grega Maya, mãe de Hermes que foi identificada, na mitologia romana, com a deusa da fertilidade ‘Bona Dea’, cujos festivais os romanos celebraram neste mês. Alguns dos ritos, em contexto rural, colocam, sobretudo as jovens, a celebrar certos rituais festivos e de iniciação, onde as grinaldas com se enfeitavam eram alusivas a momentos festivos, que foram deixando resquícios nalgumas culturas ocidentais. Repare-se na tradição das maias com que eram enfeitadas as portas e janelas, deixando uma nota festiva e de salvaguarda para os possíveis ‘males’ sociais ou morais.  É digno de ser referido ainda que ‘maio’ é um mês de primavera no hemisfério norte e de outono no hemisfério sul... na leitura do despontar ou no despedir da força da natureza...

2. Sobre o sentido do culto a Nossa Senhora no mês de maio diz o Catecismo da Igreja Católica (n.º 971) : «’Todas as gerações me hão-de proclamar ditosa’ (Lc 1, 48): «a piedade da Igreja para com a santíssima Virgem pertence à própria natureza do culto cristão». A santíssima Virgem «é com razão venerada pela Igreja com um culto especial. E, na verdade, a santíssima Virgem é, desde os tempos mais antigos, honrada com o título de “Mãe de Deus”, e sob a sua proteção se acolhem os fiéis implorando-a em todos os perigos e necessidades […]. Este culto […], embora inteiramente singular, difere essencialmente do culto de adoração que se presta por igual ao Verbo Encarnado, ao Pai e ao Espírito Santo, e favorece-o poderosamente». Encontra a sua expressão nas festas litúrgicas dedicadas à Mãe de Deus e na oração mariana, como o santo rosário, «resumo de todo o Evangelho».

3. Este ano - depois das provações da pandemia - na paróquia da Moita propomos, como forma de oração comunitária, que rezemos pelos cinco continentes, atendendo a cada um nas diferentes semanas. Sugerimos ainda que, nos diversos dias da semana, rezemos por intenção específicas. Na primeira semana (1 a 7) - pela Ásia; da segunda semana (8 a 14) - pela Europa; da terceira semana (15 a 21) - pelas Américas; quarta semana (22 a 28) - pela África; nos últimos dias (29 a 31) - pela Oceânia... Houve a atenção em colocar alguns dos ‘dias’ específicos, como o da Europa, a 9 de maio, e o de África, a 25 de maio, inseridos na semana respetiva de oração.
Quanto às intenções para cada dia propomos: domingo - pela paz; 2.ª feira - pela fome; 3.ª feira - pelo trabalho; 4.ª feira - pela família; 5.ª feira - pelos regimes políticos: 6.ª feira - pelas condições religiosas; sábado - pela situação ambiental.
À semelhança dos anos ‘normais’ é proposto que, em cada uma das freguesias, que compõem a paróquia, haja uma procissão noturna: no Rosário, a um de maio; em Sarilhos Pequenos, a 13 de maio e na Moita, no dia 31 de maio.
Eis um breve itinerário, que desejamos que possa ajudar todos.

António Sílvio Couto

 

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