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segunda-feira, 20 de agosto de 2018

Somem desemprego e RSI… e cairá a máscara!


Tem sido bandeira da atual governança os números ‘fabricados’ do desemprego. A taxa anda, no final do primeiro semestre deste ano, por tabelas de há mais de catorze anos… fixando-se em 6,7% da população. Tanto sucesso sempre me cheirou a alguma manipulação…É só impressão minha!

Agora saltaram para o conhecimento público os que beneficiam com o ‘rendimento social de inserção’: mais de 13.500 do que há um ano atrás, totalizando (em contas possivelmente fiáveis) 223.188 beneficiários, recebendo, em 2018, cada um (adulto) 188.68 euros mensais.

Por seu turno mesmo com uma dita taxa de desemprego recorde na fasquia mais baixa, situa-se em cerca de 350 mil pessoas. No entanto, não se diz (ou não se quer dizer) quantos foram os que emigraram, os que usufruem em acumulação com outros subsídios e ainda os que, sazonalmente, encontraram emprego mais não deram baixa nos centros de controlo.

Não ousamos aglutinar os números dos beneficiários do RSI com os anunciados do dito desemprego, mas valeria a pena não excluir uns e outros da concomitância de regalias…ao menos nas estatísticas e por entre essa promoção aureolada de tão altos voos de recuperação económica, dizem os propagandistas de serviço!

Há quem queira fazer-nos acreditar que estamos melhor, mas, na prática, as solicitações de ajuda, que vamos recebendo nos espaços onde são pedidas, para rendas de casa, para medicamentos, para auxílio na água e na eletricidade mantêm-se… ao nível de 2011-15. Quem está no terreno pode confirmar os números e as solicitações. Ou serão surdos aos pedidos os espaços de atendimentos autárquicos? Será que só ajudam os que são da sua cor partidária? 

= As sondagens apontam para que, quem está no poder, possa ganhar. Infelizmente será o melhor, pela simples razão de que os que querem lá chegar, por oposição, não têm projetos e os que continuarem – mais ou menos vitoriosos – terão de governar mesmo a sério, tomando medidas impopulares, pois o baú das coisas boas não poderá continuar a dar sempre rifas de bom sucesso. Serão anos duros e com suficientes dificuldades para que não sejamos levados muito a sério sobre o que desejamos para o nosso país. Os vendedores de sonhos tornar-se-ão fabricantes de pesadelos. Os que antes foram comparsas na vitória, ansiarão chegar às fímbrias do poder, nem que seja da forma mais populista inimaginável. Cairemos na insolvência económica e abriremos, então, os olhos para a realidade da falência…mais uma vez à custa dos mesmos e com a responsabilidade de não termos aprendido as lições dos anteriores resgates…estrangeiros.  

= Dá a impressão que, neste país, uns tantos estão fadados para governar em tempo de ‘vacas gordas’ e outros em maré de ‘vacas magras’, estes conseguem recuperar nas dificuldades e aqueles estão sempre prontos a gastar depois de outros terem aferrolhado… Ora, como a memória do povo é curta, percebe-se que não aprendemos as lições dos três anteriores resgates – 1977, 1983 e 2011 – pedidos a quem tem dinheiro para nos ajudar a sair do colapso, que os governantes das ‘vacas gordas’ conseguem imprimir na configuração do país social, sindical, político e mesmo cultural. Deste modo se pode compreender que não somos capazes de passar dum regime para um sistema de poupança, dum tempo em que os sacrifícios são lições nem em que os constrangimentos pessoais e familiares se repercutam no todo da sociedade…

Estamos agora, desde a atual governança, sob um regime de fazer tudo o que nos possa agradar, saltando por cima das razões que nos conduziram, há bem pouco tempo, a dizerem-nos que estávamos ‘em crise’. Acabado esse aparente tempo de contenção, eis que os números dos gastos dispararam, chegando a haver, em média, 25 milhões de euros de crédito/compra à habitação por dia…Não será que algo vai mal no reino do faz-de-conta? Quem irá ganhar com tais investimentos quase descontrolados? 

= Já percebemos que se pode enganar durante algum tempo, mas não todo o tempo, sem disso se darem conta os ludibriados. Não se pode continuar de forma irresponsável a ser vendedor de patranhas, sem disso se aperceberem os que são usados na ilusão. Por momentos digam-nos a verdade para não sermos considerados alvo da risota do resto da Europa… que nos vê como melhores gastadores do que trabalhadores!   

 

António Sílvio Couto

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