‘Há uma
sociedade do medo. São 'pais helicóptero', sempre a supervisionar a criança
para que não coma terra, não tropece, não caia. O filho está sempre protegido,
sobre mimado e há um momento em que se sente o rei e se equivoca. Ele é tão
importante como os outros, mas não mais importante’.
Estas ideias são dum psicólogo espanhol, apresentadas num livro editado no nosso país, com um título sugestivo sobre a matéria: ‘O pequeno ditador cresceu’.
Na sua visão sobre os mais pequenos, esse psicólogo-terapeuta considera que, nos nossos países ocidentais/europeus, os pais querem ganhar o carinho dos filhos, mas deixam-se chantagear por eles.
Sobre critérios de educação o tal psicólogo acentua que os pais precisam de ter normas e hábitos básicos para com as crianças, aprendendo a serem contrariadas e a respeitar, não estragando, as coisas, nem deixando que maltratem ou desrespeitem outras crianças ou os adultos e tão pouco cedendo a caprichos impróprios de cada idade. Numa palavra: as crianças precisam de ouvir dizer ‘não’ e ser mantida essa decisão, pois dizer ‘sim’ a tudo poderá significar que não se ama devidamente.
Estas ideias são dum psicólogo espanhol, apresentadas num livro editado no nosso país, com um título sugestivo sobre a matéria: ‘O pequeno ditador cresceu’.
Na sua visão sobre os mais pequenos, esse psicólogo-terapeuta considera que, nos nossos países ocidentais/europeus, os pais querem ganhar o carinho dos filhos, mas deixam-se chantagear por eles.
Sobre critérios de educação o tal psicólogo acentua que os pais precisam de ter normas e hábitos básicos para com as crianças, aprendendo a serem contrariadas e a respeitar, não estragando, as coisas, nem deixando que maltratem ou desrespeitem outras crianças ou os adultos e tão pouco cedendo a caprichos impróprios de cada idade. Numa palavra: as crianças precisam de ouvir dizer ‘não’ e ser mantida essa decisão, pois dizer ‘sim’ a tudo poderá significar que não se ama devidamente.
= Depois de tantas sugestões/críticas/opiniões pedagógicas, que andam por
aí, sobre o modo como educar as crianças, a perspetiva deste psicólogo espanhol
poderá e deverá fazer-nos refletir, tendo em conta tantos dos casos que
envolvem crianças… Antes de mais será preciso assumir, perentoriamente, que a
educação dos filhos está acometida como tarefa intransmissível aos pais, sendo
preciso que estes se preparem (antes, durante e mesmo depois), cuidem e vivam a
educação dos filhos como a sua principal missão e, nunca, por nunca, entregando
essa função à escola e tão pouco ao abstrato do Estado… As exceções não podem
continuar a criar a regra, como vemos nos nossos dias, onde as crianças e os adolescentes
são como que nacionalizados pelas funções sociais do Estado e de quem o governa…
A escola, prioritariamente, ministra conhecimentos, cultura e ensina, mas os
pais devem ser sempre os educadores preferenciais…Inverter estes papéis será
subverter a ordem natural e tudo quanto lhe está adstrito…tendo em conta a
liberdade, a responsabilidade e todas as outras consequências humanas e
sociais.
E nem as igrejas – tenham a proposta que tenham – podem substituir-se aos
pais. O que podem e devem é dar-lhes princípios, adequar valores e criar
sinergias com os pais para que tudo decorrera dentro do projeto da família como
a célula da sociedade e a grande estruturadora da educação. Certas formas de educação
religiosa enfermam de doenças de longo-prazo, ao quererem fazer aquilo que, em
primeira mão, é tarefa dos pais: as (ditas) catequeses, na maior parte das
vezes, não passam de tempos de entretenimento e de ocupação de tempos livres
mais ou menos baratos, mas que desfocam a questão da educação na fé do
essencial. Tem de ser proporcionado às várias famílias a educação na fé, mas
sem nunca haver intromissão naquilo que é missão dos próprios pais,
particularmente, se eles tiverem celebrado o matrimónio.
= Não será que podemos considerar que quem está doente são os mais velhos,
tantos pais como avós? Será que não teremos muitos pais e avós a precisarem de
adquirir conhecimentos e critérios para o seu mínimo desempenho educativo? Não
andaremos a fazer apostas erradas sobre o modo de conduzir os mais novos? Não
haverá por aí muitos adultos com traumas de infância e que nunca os assumiram,
antes vão tolerando nos filhos e netos o que acharam ter sido errado no seu
processo educativo? À semelhança do que se dizia: pai impertinente torna o
filho desobediente, não será que pai (ou mãe) muito tolerante e compreensivo
pode fazer do filho (a) alguém exigente e ofensivo?
De facto, a educação é uma ciência e uma arte, preparar-se para ser
pai/mãe-educadores exige tempo, preparação e, sobretudo, tornar essa tarefa uma
arte bem cuidada para com cada filho ou filha, adequando-se aos tempos e às
situações… e a idade também conta.
Tendo em conta aquilo que vamos vendo no dia-a-dia, muitos pais e mães –
sem esquecer ainda os avós – não podem continuar a tratar os filhos/netos como
menos-válidos – esta palavra na língua castelhana usa-se para os deficientes –
levando-lhes o saco da escola e evitando que façam esforços…isso não ajuda a
crescer! Proteger, sim; tutelagem e protecionismo, não!
António
Sílvio Couto
Sem comentários:
Enviar um comentário