Só neste
mês de janeiro já houve três circunstâncias em que a terra tremeu de forma mais
percetível: em Aljezur no dia 5, no dia 15 ao largo de Arraiolos e a 20 próximo
de Monchique…Com efeito, a rede sísmica nacional tem vindo a registar
diferentes ocorrências, tendo como locais registados ou zonas onde mais se
sentiram tais abalos em volta de Lisboa e ao sul do Tejo… mais seis em janeiro
e três em dezembro.
Estes
registos parecem estar em crescendo na medida em que muitas dessas ocorrências
se estendem por largas áreas em que são sentidas. Para já não têm passado de
susto e os prejuízos materiais têm sido de pequena monta, se é que se
verificam, sem ainda termos acidentes pessoais a considerar.
O que são sismos? Como se
caraterizam os abalos sísmicos? Quais as razões dos abalos sísmicos? Quais as
consequências dos terramotos?
Os
sismos são movimentos vibratórios que ocorrem na superfície terrestre
originados por uma libertação brusca de energia. Por seu turno, abalos sísmicos
entendemos acontecimentos que resultam de uma perceção por parte das populações
dos movimentos vibratórios.
Um sismo não é um processo geológico isolado. Normalmente é precedido por uma sucessão de pequenos abalos, designados por abalos premonitórios, que poderão querer anunciar a ocorrência de um sismo violento.
As réplicas, após o abalo principal (considerado o mais forte), ocorrem como sismos de menor magnitude. O seu número atinge muitas centenas, embora a sua ocorrência diminua com o tempo.
Um sismo não é um processo geológico isolado. Normalmente é precedido por uma sucessão de pequenos abalos, designados por abalos premonitórios, que poderão querer anunciar a ocorrência de um sismo violento.
As réplicas, após o abalo principal (considerado o mais forte), ocorrem como sismos de menor magnitude. O seu número atinge muitas centenas, embora a sua ocorrência diminua com o tempo.
Embora,
muitas vezes, só nos lembremos dos riscos quando já não há solução, temos vindo,
no entanto, a assistir à prevenção das populações para este fenómeno que em
Portugal pode deixar rastos de muito mau trato, se não estivermos preparados
com as edificações, com as medidas de autoproteção e mesmo com o modo de ligar
com isto, por vezes, imprevisto, mas não impossível de acontecer.
= Que lições podemos tirar dos
tremores-de-terra? Serão só fenómenos da natureza ou envolvem algo mais de
lição de vida? Será uma forma de Deus falar, ralhando? Até que ponto podemos
meter a divindade ao barulho ou exclui-la de modo simplista? Neste ateísmo
prático em vivemos, normalmente, ainda haverá espaço para que Deus nos diga
qualquer coisa quando acontecem tais fenómenos? Não será que, por não ocorrerem
estragos, ainda julgamos que a coisa está sob controlo?
Talvez
possam pensar que estas perguntas são próprias de quem tem medo dos sismos e se
atemoriza com os abalos. Talvez eu seja ainda dum tempo onde Deus não podendo
explicar muitas coisas, mas ao menos poderá dar-nos uma certa luz para podermos
discernir o que Ele nos quer dizer. Talvez os terramotos só aflijam quando
acontecem e, no resto do tempo, andaremos como se não tenhamos esse risco
não-controlado de fazermos tudo como se tal não possa acontecer…
=
Qualquer coisa se move sob os nossos pés. Não o vemos e, na maior parte das vezes,
não o percebemos. Embora se vá fazendo o esforço por adequar as construções aos
riscos de abalos sísmicos, a maioria das construções ainda sofrem de muitas
mazelas, que, na possibilidade de terramoto, quase entrarão em colapso.
O mais
aflitivo neste quadro sociocultural é alguma negligência sobre a matéria com
tantos outros fatores de perigo que lhes estão associados. Talvez nos falte uma
cultura de cuidado em matérias nem sempre atendidas da forma mais prudente e
sensata. Não será, com efeito, uma espécie de cientificismo que nos vai livrar ‘ipso
facto’ dos perigos e dos riscos. Há uma razoável humildade, que teremos de
cultivar e educar, no trato com as coisas da natureza e, sobretudo, tendo em
conta a sua imprevisibilidade.
Quem não fica aterrado ao ver
imagens das consequências dum abalo sísmico? Quem não se sente perplexo e
confuso com os avisos da ‘mãe’ natureza? Quem não se comoverá com relatos de
destruição dos terramotos sem conseguirmos fazer pouco mais do que nada?
Se há
fenómenos da natureza que nos encantam e fascinam, os sismos deixam-nos um
amargo de incompetência em sabermos resolver algo que nos ultrapassa e quase afunda,
em sabermos pouco mais do que remendar – por muito que se faça e saiba – ou remediar,
em recolher os estragos do que em ser capaz de interferir para que não
aconteça. Dos terramotos e das suas consequências, livrai-nos, Senhor!
António Sílvio Couto
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