D. José
Ornelas, na catequese que proferiu, no passado domingo, dia dezanove, na Sé
Catedral de Setúbal, falou sobre ‘família – escola do amor e da reconciliação’,
abordando as vertentes de ‘formar-se em família e como família’, de ‘acompanhar
o crescimento dos filhos’ e tendo como modelo e testemunho São José.
O Bispo
de Setúbal fez a sua intervenção perante uma Sé repleta de cristãos, entre os
quais algumas dezenas de catecúmenos, que fizeram o rito do primeiro escrutínio
momentos antes de se iniciar esta segunda catequese quaresmal.
= Partindo
da pergunta – como se realiza na família o crescer juntos? D. José respondeu
que esta dimensão familiar se concretiza em dois aspetos: crescer, formar e
formar-se em família, sendo que educar-se é importante em todas as idades.
O Bispo
de Setúbal salientou que devemos ‘dar graças a Deus pelas nossas famílias’,
apesar das dificuldades exteriores e interiores, que eles têm de enfrentar. Com
efeito, quando vemos ‘proliferar fracassos de tantos projetos de família’,
temos de ‘acolhê-las com especial atenção na comunidade cristã’.
Referindo-se
à dimensão da educação na família, D. José Ornelas, referiu que ‘o caminho da
educação tem de ser iniciado nas famílias de origem’. Ora para que a família
tenha tempo para si própria, ‘temos de criar espaço na nossa família e não só o
que sobre doutras atividades’, mesmo no que se refere àquelas que estão
adstritas às coisas da paróquia ou naquilo que se refere ao trabalho ou a questões
que fazem com que se esteja fora da família.
Dando
algumas sugestões no que concerne à família no contexto da Igreja católica, o
Bispo de Setúbal realçou que é preciso ‘repensar a pastoral familiar, tendo em
conta as etapas dos mais frágeis, isto é, as crianças e os anciãos’.
= Na
segunda parte do tema, D. José Ornelas centrou a sua atenção no acompanhamento,
em família, da educação dos filhos, tendo considerado que é ‘imprescindível a
família na educação dos filhos’, pois será ‘a partir do amor e do carinho da
família que se há de desenvolver a educação duma criança ou de um jovem’. Neste
sentido, o Bispo de Setúbal acentua que ‘a perceção do afeto dos pais é
fundamental para os filhos, mesmo nas coisas mais simples’, pois a família é
referência até quando cuida na fragilidade.
A
finalizar D. José apresentou breves incisos sobre a figura de São José – dado
que nesse dia se celebrava o ‘dia do pai’ – na medida em que ‘José é aquele que
recebe e passa tradição’, tal como o pai é ‘aquele que explica e é garante da
promessa de Deus’.
= Tal
como na primeira catequese quaresmal sentimos algumas perguntas e inquietações,
que, mesmo de forma simples (sem pretender ser simplista), ousamos aqui
colocar:
* Numa
grande maioria os participantes nestas catequeses são já pessoas que fizeram o
seu caminho humano e histórico, por isso, não será de investir mais na
prevenção de questões de âmbito familiar do que lançarmos sementes em terreno
onde os frutos não serão tão profícuos e com futuro?
* Mais
uma vez consideramos que se nota a ausência de bastantes clérigos, que têm a
função de conduzir as orientações pastorais neste setor da família, não será,
ao menos, de acertar a linguagem mais do que os (meros) conceitos?
* Como
se poderá fazer crer e dinamizar mais pessoas – com tempo, recursos e
estratégias – para que a família seja a curto e a médio prazo o que há de mais
importante social, cultural e eclesialmente…dado que se ela falhar ou implodir
que nos restará?
Afetiva
e efetivamente, a família é e continuará a ser escola viva e da vida…
António Sílvio Couto
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