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segunda-feira, 6 de março de 2017

Donald – entre o pato e o outro…


 

Faz parte dum certo imaginário infantil – pelo menos de muitos quinquagenários – a figura do ‘pato donald’, essa espécie de ícone dos desenhos animados que, em vários momentos, encarna uma espécie de personagem antipática, mal-humorada e mutante, em luta aguerrida com Mickey Mouse e sobrinhos… A finalizar cada episódio lá surge a voz grasnada… numa ‘leitura’ dos acontecimentos mais ou menos desagradáveis… Desde a década de trinta do século passado que o ‘pato donald’, os sobrinhos, adversários e afins têm preenchido imensas rábulas nas várias línguas e latitudes…entretendo e questionando.

Nos últimos tempos surgiu, entretanto, um outro ‘donald’ – donald joseph trump – que tem vindo a assombrar muitas mentes e a lançar imenso grasnar de reprovação a partir do seu novo ofício, o de presidente dos EUA. Diante da figura do ‘pato’, este novo ‘donald’ como que fica – ou tem vindo a ficar – cada vez mais como alguém que ensoberbe o tal ‘pato’, na medida em que as tropelias deste não passam de ironias perante as altissonâncias do (agora) investido em poder pelos americanos… 

= Há, no entanto, tantos sinais de seguidores do ‘donaldismo’ – mais o do pato do que o do político – que precisaremos de estar em contínua observância de factos e de ideias. Com efeito, vamos vendo serem tolhidas as energias de tantos que procuram dar um novo sentido à vida e aquilo que veem é a difusão da cultura da morte, seja relatada, seja no culto do direito à autonomia… essa nova forma de designar a possibilidade de promover a ‘morte doce’ (eutanásia) a pedido ou camuflada de legislação aceite…em (má) consciência…invencivelmente errónea!

O grasnar do ‘pato donald’ poderá tornar-se o refrão de assentimento de muitos dos desejos e projetos dos mentores da cultura da morte. De facto, ninguém pediu que se venha a soltar a ‘caixa de pandora’ dos movimentos fraturantes com que certos setores da ‘esquerda social travestida de política’ nos querem brindar nos tempos mais próximos. Enquanto nos desenhos de animação podíamos controlar o enredo, agora, desencadeadas as investidas, pouco restará para que seja possível aglutinar os cacos estilhaçados na nossa sociedade um tanto permissiva e bastante irracional. 

= Se estivemos atentos poderemos encontrar na textura dos combatentes do ‘donald trump’ que muitos daqueles que têm vindo a servir a luta contra certos valores que o ‘donald’ político tem estado a fazer reverter do seu antecessor, sobretudo em matérias éticas e sociais mais ou menos dos lóbis internacionais razoavelmente combativos e sobretudo anticristãos. Por vezes, o gato não escondeu bem o rabo e podem, então, ver-se os tentáculos aveludados em matéria de assunto e de notícias.

As questões relacionadas com a família, que tão maltratadas foram pela administração americana anterior, podem sofrer de novo posicionamento no contexto de toda a sociedade ocidental. Urge, por isso, saber distinguir o essencial daquilo que é secundário. Torna-se fundamental que pensemos pela nossa cabeça e que sigamos os valores evangélicos e não as meras diretrizes das lojas do avental e afins. Acrescente-se ainda que seria de gosto duvidoso que houvesse tantos ignorantes e desfasados mentais que elegeram quem os possa governar…mesmo que nem sempre acerte nos critérios mais adequados. Reduzir os eleitores à condição de quasi-mentecaptos será um tanto abusivo e preocupante para a democracia deles e a nossa!   

= Cuidemos, então, do nosso futuro, refletindo sobre o presente. Este será tanto mais assegurado na confiança quanto se souber para onde queremos caminhar, com quem desejamos ir e quais os desafios a concretizar. A ver pelos ‘patos’ que grasnam, algo vai mal no reino da fantasia… se desta se trata, pois para tal acontecer – haver fantasia – será preciso ser adulto nos valores e sério nos métodos, pois os fins nem sempre justificam os meios usados ou a promover. Quando vemos mulheres – portadoras, por excelência, do dom da maternidade – serem as primeiras promotoras da cultura da morte, algo vai mal no reino da realidade… funesta e fatalista! Quando vemos certas forças trocarem a ideologia por minudências de grupos de influência, teremos de suspeitar que a (dita) democracia corre muito sério risco…agora e no futuro!

 

António Sílvio Couto



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