Por
vezes há frases que nos ficam na memória, repercutindo-se na memória. Esta
frase – ‘o que vocês fazem para ganhar a vida’ – ouvi-a de uma pessoa da rua,
quando passava uma comitiva em campanha eleitoral… por estes dias! Quem disse a
frase como que exprime algo que pode retratar a azáfama com que certos
candidatos percorreram o país num afã sôfrego para conseguirem impressionar
quem os vê, gerando simpatia e vendendo a ‘imagem’ mais valiosa… o que nem
sempre poderá significar a mais competente…
Aquela
frase – ‘o que fazem para ganhar a vida’ – poderá também resumir o esforço com
que, cada dia, todos nos vamos empenhando ao nível profissional e social,
comprometendo-nos em sermos dignos da forma como vivemos e com os meios com que
sobrevivemos. Mas referir aquela frase para com os candidatos à presidência da
República como que soa a alguma crítica ao modo como tentam (ou tentaram)
seduzir quem os eleja, nalguns casos roçando o ridículo e/ou o jocoso…
= Desde
logo o presidente da República só tem (e só pode ter) um programa: ‘cumprir e
fazer cumprir a constituição’. Tudo o resto – e tantos têm sido os fait-divers
dos vários candidatos e seus apoiantes – que pretenda passar disto tornar-se-á
insensato e temerário. Por isso, as questões da governação – como educação,
saúde, segurança social e trabalho, defesa ou economia – não podem surgir como
contrapoder no exercício da presidência. O mesmo se poderá dizer da
interferência direta nas opções por qualquer campo de intervenção politico-ideológico…
se tal fizer estará a exorbitar as suas funções e atributos, tanto na teoria
como na prática.
Nota-se
nalgumas forças uma certa ressaca quanto às mais recentes eleições
legislativas. Ora a eleição do PR não é a segunda volta das ditas nem um
ajustes de contas entre vencedores e vencidos, tendo em conta o desfecho de
governo encontrado… Quem tente confundir as coisas, no mínimo, será dalguma
desonestidade intelectual e emocional.
=
Tivemos, depois da revolução de abril de 1974 até hoje, quatro presidentes da
República eleitos, cada um com dois mandatos de cinco anos: um militar e quatro
civis, qualquer um destes com forte relação partidária. Agora vemos surgirem
outras tendências de concorrência, como que postergando a militância partidária
para o campo de não-desejado, se bem que a dimensão ideológica seja mais
cultivada…ao menos de forma ténue e quase simulada.
Como
cargo de caráter pessoal, a candidatura à presidência da República vai-se
democratizando, embora surjam figuras que podem revelar alguma desorientação
quanto à dignidade do cargo e ainda para com quem tem de eleger. Não basta
recolher as assinaturas suficientes, temos de elevar a qualidade – no caso
deste ano a quantidade fez cair ainda mais esta prerrogativa – criando condições
para sermos bem representados dentro e fora de portas.
Repare-se
que, anteriormente, as companheiras ou esposas dos presidentes foram de grande
importância e tiveram razoável significado… casos há que se tornaram uma
espécie de eminência parda do regime. Por agora esta questão parece ser menos
importante… ou deveria sê-lo por razão pública, clara e publicitada?
É mesmo
verdade: o que eles/elas fazem para ganhar a vida!
António
Sílvio Couto
Concordo . O candidato a presidente da república só deve ter um programa que é cumprir a constituição da República.
ResponderEliminarA do BE (bando de aventais maçónicos) anda a fazer programas de modo a criar muita divisão na comunidade surda no que toca à igualdade dos surdos o que é da competência do Estado Português defender e promover a Inclusão Social como por exemplo. Eu não voto
Vou abster me apesar de haver apelosa participação cívica. Não quero sujar a consciência no voto dado aos aventais. . .