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segunda-feira, 20 de julho de 2015

Viver da ‘imagem’, como?


É recorrente não processo de comunicação dos nossos dias – direta, promovida ou produzida – vermos muitas pessoas a viverem desse conceito algo complexo da ‘imagem’, seja a que se vê, a que os ouros vêm, a que se pretende mostrar ou ainda a que se gostaria de apresentar… forjada, desejada ou mesmo a que se serve dos outros para se fazer vingar…nem que mais não seja na referência ao aceitável, plausível ou ao mais ou menos desejável.

Por este tempo de veraneio e/ou no lazer, que muitas vezes lhe está adstrito, há quem pretenda mostrar uma silhueta atraente, fazendo da coloração capilar um enfeite ou da tez uma amostragem de ‘moda’… ao menos na casca do captável à vista desarmada.

Quantas imagens de louras e de oxigenadas, vão surgindo nas fotos e nas revistas ‘cor-de-rosa’ ou nessa tal ‘literatura amarela’ – uma espécie de sucedânea das ridicularizações de outras épocas – sem deixarmos de ter em conta as campanhas de vernizes e de unhas-de-gel… ao sabor das intempéries emocionais e das invenções da vaidade, da conveniência e da promoção – quantas vezes – ao ridículo mais ou menos ousado na forma e sem conteúdo… mas descontextualizados do serviço aos pobres e à função de comunhão… dentro e fora de portas das Igrejas!

Num tempo que valoriza tanto a ‘imagem’ como que se torna indisfarçável que aquilo que se pretende mostrar nem sempre corresponde à essência, mas antes serve a aparência, tentando com isso apanhar incautos, tanto na primeira impressão, como no cultivo dos momentos posteriores. Quem não foi já enganado pela fachada, desiludindo-se com a convivência? Quem não terá sentido que encontrou alguém com ‘nível’ e facilmente percebeu o engano e uma (quase) fraude? Quem não se ficou pela ramagem e, depois, percebeu a ausência de frutos?    

= Imagens falam… sinais revelam!

Como valeria a pena a tantas das modas (femininas ou mesmo masculinas) rever o que diz a Sagrada Escritura sobre o uso de adereços de arranjo. Como seria útil não perder de vista que a simplicidade – muitas das vezes até como desmontagem de certos comportamentos mundanos – é o mais eficaz teste de caminhada… espiritual e cristã. Como haveria mais verdade de vida e de comportamento, se certos odores e perfumes fossem caldeados com a limpeza psicológica e da alma, não se deixando camuflar com o recurso à religião ou com um certo afã de vestimentas de irmandade nem sempre condizentes e atualizadas com o corpo do propósito.

Até poderíamos ainda acrescentar uma espécie de coleção de propostas acumuladas, onde se quer dar uma boa impressão ao Céu, no entanto, se vai fazendo o inferno (ou pelo menos o purgatório) aos que têm de viver e de conviver com essas pessoas… nas paróquias ou flutuando fora delas. Há situações que confundem, mas que o tempo (por vezes muito breve) se encarrega de esclarecer, pondo a descoberto vontades e intenções! Não se consegue enganar sempre!

= Sinais falam… imagens revelam!

Tal como dizia São Paulo: tudo me é permitido, mas nem tudo me é lícito! Assim poderemos considerar que os sinais da vida são – para quem assim o entender – a melhor escola de aprendizagem, pois nada nem ninguém aparece na nossa vida sem que Deus o permita…Não há acasos, tanto no tempo como na forma. O problema será quando, na velocidade com que pensamos viver, não conseguimos discernir a profundidade dos tempos e dos momentos…onde as pessoas são os principais atores.

Como deixaríamos de viver numa certa banalidade da existência, se fossemos capazes de tentarmos entender as coisas agradáveis e as menos boas. Como seríamos mais sobrenaturais se, em cada fase da nossa vida, tivéssemos tempo para avaliar até as agruras do nosso dia-a-dia. É aqui que se vai construindo – ou até desmoronando – o edifício da nossa identidade pessoal, pessoal e social/eclesial. Será, quando, nos soubermos expostos à imagem autêntica de Deus, que descobriremos quem somos, o que andamos aqui a fazer e para onde caminhamos, de verdade… O resto soa a oco e falso!


António Sílvio Couto

6 comentários:

  1. Porém o Senhor disse a Samuel: Não atentes para a sua aparência, nem para a altura da sua estatura, porque o tenho rejeitado; porque o SENHOR não vê como vê o homem. Pois o homem vê o que está diante dos olhos, porém o SENHOR olha para o coração."
    “Porém o Senhor disse a Samuel: Não atentes para a sua aparência, nem para a altura da sua estatura, porque o tenho rejeitado; porque o SENHOR não vê como vê o homem. Pois o homem vê o que está diante dos olhos, porém o SENHOR olha para o coração."
    “Não julgueis segundo a aparência, mas julgai segundo a reta justiça."
    Estas palavras indicam que Deus julgará à base da conduta, não à base da aparência exterior de uma pessoa. Em parte alguma das Escrituras lemos que o simples uso ou desuso de enfeites servirá de critério para o grande julgamento divino.
    Não julgueis e não sereis julgados; não condeneis e não sereis condenados; perdoai e sereis perdoados» (Lucas 6,37). Será possível pôr em prática estas palavras do Evangelho? Não será necessário julgar, se queremos não baixar os braços face ao que está mal? Mas este pedido de Jesus gravou-se profundamente nos corações. Os apóstolos Tiago e Paulo, que aliás eram muito diferentes um do outro, fazem eco disso quase com as mesmas palavras. Tiago escreve: «Quem és tu, para julgar o teu próximo?» (Tiago 4,12). E Paulo: «Quem és tu para julgar o criado de um outro?» (Romanos 14,4)
    Jesus, que conhece o coração humano, não se engana quanto às motivações escondidas. Diz: «Porque reparas no argueiro que está na vista do teu irmão e não reparas na trave que está na tua própria vista?» (Lucas 6,41). Posso servir-me das faltas dos outros para me sossegar quanto às minhas próprias qualidades. As razões para julgar o meu próximo afagam o meu amor próprio (ver Lucas 18,9-14). Mas se estou à espreita da menor falta do meu próximo, não será para me dispensar de enfrentar os meus próprios problemas? Os mil defeitos que lhe encontro ainda não provam que eu valho mais do que ele. A severidade do meu julgamento possivelmente só esconde a minha própria insegurança e o meu medo de ser julgado.
    Por duas vezes, Jesus falou do olho «doente» ou «mau» (Mateus 6,23 e 20,15). Dá este nome a um olhar perturbado pela inveja. O olho doente admira, inveja e julga o próximo, tudo em simultâneo. Quando admiro o meu próximo pelas suas qualidades, mas ao mesmo tempo fico com inveja, o meu olhar torna-se mau. Deixo de ver a realidade tal como ela é, e até pode acontecer julgar outra pessoa por um mal imaginário que ela nunca praticou.
    É também um desejo de poder que pode incitar a julgar. É por isso que na passagem já citada, Paulo escreve: «Quem és tu para julgar o criado de um outro?». Quem julga o seu próximo considera-se mestre, e usurpa, dessa forma, o lugar de Deus. Ora nós somos chamados a «considerar os outros superiores a nós próprios» (Filipenses 2,3). Não se trata de se desconsiderar a si mesmo, mas de se colocar ao serviço dos outros em vez de os julgar.
    Com esta explicação, creio que ficou claro que devemos sim julgar. Mas temos de ter cuidado, pois a Bíblia proibe o julgamento hipócrita! E certamente ao julgarmos com violência, desrespeito, preconceito e outras atitudes prejudiciais não é do agrado de Deus.

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  2. É verdade o que puseste sr anónimo nunca devemos criticar os outros só para nos mostrar que estámos a avisar sobre a conduta dos outros. O que conta é o que está no coração e no juizo final o livro da vida sera aberto para avaliar tudo o que fazemos na vida terrena.

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  3. Este comentário foi removido pelo autor.

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  4. “Quem julga as pessoas não tem tempo para amá-las.”
    Madre Teresa de Calcutá

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  5. Sinto-me motivado a escrever, porque observo que muito desta ignorância é alimentada pelos próprios indivíduos que gostam de se intitular “Pastores, Reverendos, Mestres, Doutores, Bispos” e, ultimamente, “Apóstolos”. Em vez de ensinarem o que a Bíblia diz acerca da responsabilidade cristã de julgar preferem alimentar a ignorância do povo. Este ato, o de alimentar a ignorância, visa à auto defesa que procura colocar estes indivíduos acima e fora do alcance de qualquer conselho, censura ou repreensão. E infelizmente, para complicar ainda mais a situação, os crentes em geral se submetem a este tipo de abuso espiritual, fazendo-o, a grande maioria, de boa vontade. Este problema, a associação daqueles que têm a responsabilidade de guiar com aqueles que são guiados, para perverter a Palavra de Deus, não é novo. O profeta Jeremias enfrentou situação semelhante e se não soubéssemos que o mesmo profetizou entre 627 a 580 a.C. teríamos a impressão que ele estava se referindo aos nossos dias tamanha a atualidade de suas palavras. O profeta Jeremias diz o seguinte: Coisa espantosa e horrenda se anda fazendo na terra: os profetas profetizam falsamente, e os sacerdotes dominam de mãos dadas com eles; e é o que deseja o meu povo. Porém que fareis quando estas coisas chegarem ao seu fim?

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  6. Representações falam… indícios revelam! = Indícios falam…imitações revelam!
    Já que o autor, nos alerta para rever o que diz a Sagrada Escritura, sobre as “modas”, gostaria de partilhar que fiquei surpresa e muito feliz ao ver um sacerdote de batina!
    Infelizmente, sei que isso causou admiração em muitas pessoas, que estavam comigo e que quando partilhei tal alegria, muitos não só pensaram como disseram que esse sacerdote é tradicionalista ou antiquado.
    Porém, a verdade, é que esse sacerdote, como muitos outros jovens sacerdotes, não são ultrapassados ou tradicionalistas, mais sim, são obedientes a Igreja.
    Como assim obedientes? (alguns podem perguntar ou pensar).
    Porque a Igreja NUNCA aboliu o uso da Batina pelos sacerdotes. Pelo contrário, no Código de Direito Canônico a Igreja determina que o sacerdote deve usar o hábito eclesiástico.
    Agora, infelizmente, muitos de nossos sacerdotes (senão a maioria) desobedecem essa norma da Igreja!

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